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To Love-Ru Darkness 3: Onde as Estrelas se Dissolvem
Escrita por: Matheus Leandro (Magnatah)
Notas do Autor:
Eai galerinha do bem!
Para quem não se lembra, a Sephie é da rara Raça dos "Charmianos".
Capítulo 44 - O Julgamento da Sogra Charmiana
No Capítulo Anterior...
Ele parou diante da porta de madeira, sua mão pairando sobre a maçaneta. Respirou fundo, enchendo os pulmões com ar que cheirava a poeira doméstica e ao fraco aroma de flores que sempre envolvia as irmãs Deviluke. Ele podia ouvir vozes abafadas do outro lado - a animação de Lala, o tom mais contido de Momo, a risada tímida de Nana. Eram os sons das garotas que ele amava. Esse pensamento, por mais aterrorizante que a situação fosse, deu-lhe uma centelha final de coragem."Tudo ou nada." Ele sussurrou para si mesmo.
Girou a maçaneta e entrou.
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O quarto, outrora um caos de invenções e roupas espalhadas, estava agora bem arrumado, com as três princesas de Deviluke sentadas na cama, seus rostos iluminados pela luz suave de um grande tela holográfica no centro do aposento. A imagem era nítida e vívida, e nela, sentada em um trono destinado a realeza, estava Selphie, a Rainha de Deviluke. Seu sorriso era conhecido, mas agora carregava o peso de uma conversa que Rito sabia ser inevitável.
Assim que Rito entrou a primeira coisa que ele notou foi a grande tela holográfica onde Selphie olhava para ele. Seus olhos rosas, mostravam uma profundidade que só décadas de experiência poderiam dar, fixaram-se nele imediatamente. Ele sentiu como se estivesse sob um microscópio.
Assim que Rito entrou Selphie o analisou e percebeu seu nervosismo em seu rosto. Um suor frio escorria pela sua nuca, e seus punhos estavam levemente cerrados ao lado do corpo. Ele tentou manter uma postura descontraída, mas cada músculo de seu torso definido estava tensionado.
"Oi, Rito-kun ou devo dizer... Genro." Provocou Selphie com uma risadinha tentando tirar o peso da situação. A voz dela era melodiosa, mas a brincadeira carregava uma ponta de seriedade que fez o estômago de Rito embrulhar.
"O-Olá Selphie-san, pelo jeito você já sabe de tudo." Falou coçando a cabeça ficando levemente corado. Seus olhos fugiram por um segundo da tela para pousar em Momo, que lhe ofereceu um pequeno e encorajador sorriso.
Selphie analisou Rito de cima a baixo, e notou como o corpo dele realmente mudou. A camiseta branca, simples, estava justa o suficiente para delinear os contornos de seu peito largo e os músculos de seus braços, que não eram exagerados, mas definidos e poderosos. A timidez que antes encolhia seus ombros havia sido substituída por uma quieta confiança, mesmo em meio à sua ansiedade evidente.
"Você nem parece mais aquele garotinho tímido, você está mais forte fisicamente e está mais confiante, tem algo importante para me falar?" Perguntou Selphie ansiosa esperando uma resposta. Seu olhar era penetrante, como se já soubesse a resposta, mas ansiando ouvir as palavras dele.
Rito percebeu ao que ela se referia então ele respirou fundo tomando coragem. Este era o momento. Não havia mais como voltar atrás. Ele sentiu os olhares de Lala, Momo e Nana sobre ele, cheios de expectativa e apoio. Até Peke, pousado na cabeceira da cama, parecia observar atentamente.
"Eu estou namorando a Lala, Momo e Nana, mas não só elas tem mais duas garotas." Respondeu Rito soltando tudo de uma vez com o coração super acelerado. As palavras saíram num turbilhão, e ele quase perdeu o fôlego ao final.
O silêncio que se seguiu foi curto, mas para Rito, pareceu uma eternidade. Selphie não mudou sua expressão, apenas inclinou a cabeça, processando a informação.
"Perfeito, eu precisava ouvir isso de você, e falou com tanta confiança que me deixou arrepiada. É bom saber que mesmo depois do que você passou ainda continua sendo o mesmo." Falou Selphie com um sorriso de orelha a orelha. Seus olhos suavizaram, e o ar no quarto pareceu instantaneamente mais leve. "O mesmo Yuuki Rito honesto e de bom coração, apenas... embrulhado em uma embalagem muito mais interessante."
Rito ficou aliviado, era como se parte do peso saísse dos seus ombros. Seus ombros, que estavam tensionados, relaxaram um pouco.
"Obrigado." Falou Rito aliviado, um suspiro escapando de seus lábios.
"Eu estou curiosa com uma coisa que as garotas me falaram, sobre os seus novos poderes." Falou Selphie curiosa, mudando o foco da conversa com uma naturalidade que só uma rainha experiente poderia ter.
"Ah, São esses." Falou Rito criando dois portais, um em sua frente e o outro próximo a Lala. Os portais surgiram do nada, círculos perfeitos de energia cintilante que pareciam rasgar o próprio tecido do ar. Um vortex de tons azuis suaves girava ao redor. Ele enfiou a mão no portal em sua frente e ela saiu no outro portal, acariciando gentilmente o cabelo de Lala, que riu, encantada.
Ele puxou a mão e desfez os portais. "Também tem isso, porém esse é mais perigoso." Rito mostrou a Esfera Dimensional que distorcia o espaço a sua volta. Era uma esfera perfeita da cor dourada, envolta duma névoa azul-celeste, que não refletia luz. O ar ao seu redor tremia e se contorcia, e um zumbido de baixa frequência enchia o quarto. Era bela e terrível ao mesmo tempo.
"Isso é muito interessante, as garotas me falaram que esses poderes eram da Escuridão Dourada, e que você acabou absorvendo parte dos poderes dela por causa da invenção de minha filha... mas pelo relato, a minha filha também estava tocando na invenção, será que você pode ter absorvido algo dela?" Perguntou Selphie com um olhar analítico, estudando a esfera com um interesse científico evidente.
"Esses são os únicos poderes que tenho, eu não posso soltar descargas de energias como os devilukeanos e também eu não possuo uma cauda, e nem uma grande inteligência como a da Lala." Explicou Rito gesticulando. "É como se eu tivesse ganhado uma ferramenta específica, não um conjunto completo de habilidades."
"Compreendo." Disse Selphie, com um aceno pensativo. "Agora tem algo super importante para perguntar... Qual delas você já beijou?" Selphie perguntou sem rodeios, seu sorriso voltando, agora mais travesso.
"B-Beijou? E-Eu... T-Todas." Rito gaguejou ficando corado e olhando para as garotas. Lala sorriu, radiante; Momo corou ligeiramente, mas manteve seu sorriso confiante; e Nana, que já estava com as bochechas vermelhas enterrou o rosto em um travesseiro com um gemido abafado.
"hahaha, a sua reação e das minhas filhas já falam por si só... Parece que vocês se tornaram mais íntimos. Eu demorei muito até conseguir beijar o Gid, ele só pensava em lutas... mas depois do primeiro beijo ele não queria parar mais." Falou Selphie com uma expressão pensativa relembrando o passado, um suspiro cômico escapando de seus lábios.
"Falando em Lutas, O Pikari veio me perturbar outra vez e ainda trouxe outra pessoa com ele, mas Rito colocou eles para correr, ele foi Incrível~!" Falou Lala com um sorriso, orgulhosa de seu namorado.
Rito corou desviando o olhar, não muito acostumado com os elogios diretos, mesmo vindo de Lala.
"Mãe você tinha que ver, aqueles malditos pegaram na nossa cauda e nós ficamos fracas, ai eles nos pegaram e começaram a voar, Rito fez um portal e fez eles aparecerem na frente dele e depois ele usou a Esfera assustadora para colocar medo neles, eles saíram voando com medo." Falou Nana rapidamente, eufórica, gesticulando para ilustrar a cena. Ela havia se soltado do travesseiro, sua vergonha anterior substituída pela empolgação de contar a história do herói.
"Então Rito é um herói, vejo que deixar elas aos seus cuidados foi a coisa certa a se fazer." Falou Selphie com um sorriso de quem está mais tranquila por saber que as filhas estão em boas mãos. Seu olhar sobre Rito era agora cheio de um respeito renovado.
"Esqueci de falar Rito-Kun, Eu quero muitos netinhos para eu poder mimar eles!" Falou Selphie com as duas mãos no rosto imaginando ela abraçando duas crianças fofas. Seus olhos brilhavam com um desejo quase infantil.
"N-Netinhos!?" Falou Rito chocado, com os olhos arregalados. A imagem que se formou em sua mente foi tão súbita e vívida que ele sentiu as pernas fraquejarem por um segundo.
"Mamãe isso de novo!" Falou Nana ficando levemente corada, cruzando os braços com força.
"O que foi? No futuro vocês serão casados, e terão bebês, é algo normal. Nosso lar ficou muito quieto depois que vocês foram embora, então como compensação eu quero ter muitos netinhos para eu poder mimar a vontade!" Falou Selphie cruzando os braços virando o rosto, fingindo um chilique real.
"AHHH entendi a mamãe está falando de fazer Bebês, O Rito e a-" Lala não conseguiu terminar a frase, Momo tampou a boca dela, para evitar problemas constrangedores, só que era tarde, Selphie era muito analítica.
Selphie olhou para as garotas e depois para Rito. "Hum... Interessante, parece que as coisas entre vocês estão mais avançadas do que eu imaginava... Momo solte a Lala." Ordenou Selphie com um olhar sério, sua expressão de rainha voltando à tona.
Momo, relutantemente, soltou a irmã, seus olhos se encontrando com os de Rito em um misto de alarme e resignação.
Selphie agora com um olhar cheio de expectativas. "Lala, termine o que você ia falar."
Lala olhou para Momo e depois para Nana como se pedisse permissão, elas trocaram um olhar e, após um breve momento, concordaram com um pequeno aceno. O segredo estava prestes a vir à tona.
Nana se escondeu atrás de um travesseiro corada até as orelhas, seu corpo todo tremendo de vergonha.
"E a minha permissão?" Pensou Rito ao ser ignorado por Lala, sentindo um suor frio. Esta não era a maneira como ele imaginava que essa revelação aconteceria.
"Eu falo..." Momo tomou a frente, sua voz estava calma, mas Rito podia ver a leve tremedeira em suas mãos. "Eu e Rito..."
Rito avançou e pegou a mão de Momo entrelaçando seus dedos, ele olhou para ela e sorriu, era um sorriso que dizia 'Deixe comigo'. Ele não permitiria que ela carregasse sozinha o peso dessa confissão. Ele sentiu os dedos dela apertando os seus em resposta, um sinal de gratidão e confiança.
Rito ficou ereto, olhando Selphie sem piscar. "Eu falo. Selphie-san, eu já tive relações com Momo e Nana. E não precisa se preocupar, eu assumo a responsabilidade e irei me casar com as três!" Sua voz foi clara, firme e ressoou no quarto silencioso. Não havia hesitação, apenas uma determinação absoluta.
Lala, Momo e Nana ficaram muito felizes ao ouvir isso de novo. Os olhos de Lala se encheram de lágrimas de felicidade; Momo sorriu, um sorriso profundo e gratificado; e Nana, embora ainda escondida atrás do travesseiro, soltou um pequeno suspiro de alívio e contentamento.
"Relações? isso significa que tem um bebê vindo?" Falou Selphie sorrindo intrigada, seu rosto iluminado por uma curiosidade genuína e um toque de esperança.
Rito manteve a compostura, embora sua nuca estivesse queimando. "Não sei, elas não apresentaram nada de diferente até agora." Explicou Rito, ficando pensativo. A possibilidade era real, e era algo que eles ainda estavam processando.
"Entendo... Então vocês já deram um passo importante na relação e você está determinado. Já se decidiu quando será o casamento?" Perguntou Selphie diretamente, voltando ao modo rainha, planejando o futuro.
"Eu quero terminar os estudos primeiro, meus pais me matariam se eu saísse da escola cedo de mais." Falou Rito sentindo um calafrio só de imaginar a reação de seus pais.
"Rito-Dono falando nos seus pais, já pensou quando vai falar com eles sobre seus relacionamentos?" Perguntou Peke, acertando o alvo com uma precisão cruel.
Rito engoliu em seco. Aquela era a pergunta que ele mais temia. "Eu... ainda não pensei nisso, para dizer a verdade estava evitando por hora, mas é melhor eu fazer isso da maneira correta sem esconder nada. Vou ver um dia que eles possam tirar folga juntos para eu conversar com eles. Falar sobre um harém e principalmente que minha irmã também está incluída, pode ser demais para eles, tomara que dê tudo certo." Disse Rito preocupado, sua confiança momentaneamente abalada pelo gigantesco obstáculo que ainda tinha pela frente.
Lala foi até Rito e segurou sua outra mão para lhe dar força. Seu toque era quente e reconfortante.
"Vai dar tudo certo Rito!" Falou Lala o tranquilizando, sua fé inabalável brilhando em seu olhar.
Nana também se levantou, puxou a camisa de Rito pelas costas. Seu rosto ainda estava vermelho, mas sua expressão era de determinação.
"Nós estaremos com você, então para de ser medroso!" Falou Nana, esse era o jeito dela o animar. Era áspero, mas vinha do coração.
"Isso é ótimo, vocês já estão demonstrando algo muito fofo, o apoio entre o casal, o vínculo de vocês é forte e ficará mais com o tempo." Falou Selphie orgulhosa, observando a cena com um sorriso terno. Ela podia ver o amor genuíno naquele quarto, e isso era tudo que ela realmente queria para suas filhas.
O grupo sorriu contente, um sentimento de união e alívio preenchendo o ambiente. O pior havia passado, e eles havem sido aceitos.
"Hum, preciso desligar tenho uma reunião importante amanhã, minhas filhas se cuidem e Rito cuide delas." Falou Selphie se despedindo, sua imagem começando a cintilar levemente.
"Tchau Mãe!" Lala se despediu sacudindo a mão.
"Quando arrumar tempo liga de novo mamãe." Falou Nana se despedindo.
"Até mais mãe!" Falou Momo sorrindo.
"Tchau, se cuidem." Selphie sorriu e a tela desligou, encerrando a transmissão e mergulhando o quarto em um silêncio súbito, apenas quebrado pela respiração aliviada de todos.
A tela holográfica se desfez em partículas de luz que se dissiparam no ar, deixando para trás o quarto silencioso, iluminado não apenas pelos abajures, mas tambem pela luz noturna que entrava pela janela. A tensão que pairava no ambiente pareceu se dissolver junto com a imagem de Selphie, substituída por uma atmosfera pesada de alívio e fadiga.
Rito deixou escapar um longo suspiro, seus ombros finalmente cedendo ao cansaço. "Ufa... Acho que... sobrevivi."
Ele sentou-se pesadamente na cama, a mão direita ainda sentindo o calor reconfortante da mão de Lala, enquanto nas costas, o puxão de Nana na sua camisa havia sido um lembrete áspero, porém sincero, de que ele não estava sozinho.
"Ahh, eu estava muito nervoso, mas deu tudo certo." Disse Rito, olhando para Momo, que lhe retribuiu com um sorriso doce e conhecedor. Ela havia sido a arquiteta de tudo aquilo, e seu olhar transmitia um orgulho silencioso.
"Mamãe falou que quer muitos netinhos, Rito-san vamos trabalhar nisso~!" Momo Falou animada, com os olhos brilhando para Rito, ignorando completamente a fadiga pós-tensão que pairava no ar.
Rito corou levemente, mas uma pequena e confiante risada escapou de seus lábios. Ele não era mais o garoto que desmaiaria com uma insinuação dessas. "Vamos com calma, Momo. Um passo de cada vez."
"Vai com calma Momo, Rito ainda precisa falar com o Papai, se ele sair vivo é vitória." Falou Nana brincando, sentando-se na cama ao lado dele.
"Sair... Vivo!?" Falou Rito assustado, com uma expressão de medo genuíno voltando à sua face. A imagem do pequeno e aterrorizante Rei Deviluke, Gid, surgiu em sua mente.
"É brincadeira... eu acho" Falou Nana com a voz sumindo, virando o rosto para esconder um sorriso malicioso. Ela ainda adorava vê-lo se contorcer um pouco.
"Nana para de assustá-lo. Rito, Papai vai aceitar. Ele até queria nos casar o mais rápido possível, lembra? Só temos que pedir para ele esperar você terminar os estudos, o problema é que ele é muito ansioso e detesta esperar." Falou Lala pensativa, colocando um dedo no queixo.
"Vamos deixar isso para o Rito do futuro resolver, o eu de agora está mentalmente cansado." Falou Rito, deitando-se parcialmente na cama e fechando os olhos por um momento. A montanha-russa emocional da noite havia sido exaustiva.
Ele então se levantou novamente e se espreguiçou, seus músculos bem definidos visíveis sob a camisa. "Já está tarde, garotas, vamos dormir? Amanhã temos aula." Falou Rito ao olhar pela janela e ver que a noite já tinha chegado.
"Amanhã não tem aula é Dia do "Equinócio da Primavera", parece que sua mente está realmente cheia, Rito-dono" Lembrou Peke, mostrando um calendário holográfico que mostrava em destaque a data "20 de Março".
Um sorriso de genuíno alívio se espalhou pelo rosto de Rito. "Ainda bem. Um descanso."
Enquanto Rito e Nana comentavam sobre o dia livre, Momo estava com uma expressão pensativa olhando para Lala. Seus roxos se estreitaram levemente, calculando. "Já temos permissão da mamãe para relações mais íntimas, agora o mais importante é Rito-san e Onee-sama aprofundarem os laços... já sei o que vou fazer!"
Rito percebeu a mudança na atmosfera ao seu redor. Ele conhecia aquele olhar. Ele sabia que quando Momo ficava daquele jeito, era sinal de confusão.
"Momo? Esse seu olhar significa problemas." Disse Rito olhando para ela, sua voz carregada de uma desconfiança familiar.
Lala e Nana também olharam para ela, intrigadas.
"Não é nada, só estava pensando em quando vamos ver a mamãe de novo." Momo inventou uma desculpa rapidamente, forçando um ar de inocência.
"Verdade, mamãe trabalha muito, culpa do papai que foge do trabalho para se divertir!" Falou Nana cruzando os braços.
"Gid parece ser mesmo irresponsável em algumas coisas." Pensou Rito, lembrando de quando Gid contratou uma mulher para testar o Rito e ficou com raiva pelo Rito ser covarde e indeciso e não apalpar a mulher. A lógica do Rei era, de fato, assustadora.
Momo, vendo a oportunidade perfeita, interrompeu os pensamentos de Rito.
"Onee-sama, você estava criando uma nova invenção para o banheiro, não é!? Porque não mostra ela ao Rito? É bom que Rito conhecerá seu espaço virtual, já que ele nunca foi lá!" Falou Momo com um sorrisinho de quem estava tramando, seu plano se encaixando perfeitamente.
"Que ótima ideia, Momo! Vamos, Rito." Sem hesitar, Lala agarrou a mão de Rito com seu entusiasmo de sempre e puxou-o em direção ao portal na parede, que levava ao seu caótico espaço virtual de invenções.
"L-LALA, ESPERA E-EU-" Os protestos de Rito foram inúteis e, em um piscar de olhos, ele foi arrastado para dentro do portal, que se distorceu atrás deles com um whoosh suave.
Imediatamente, Momo foi até o portal e apertou um botão escondido na parte de trás, desativando-o instantaneamente.
"MOMO, o que você está fazendo?" Perguntou Nana com olhos arregalados, levantando-se de um salto.
"Lala-sama ficará presa, Momo-san." Falou Peke, saindo da cama com uma expressão de alarme.
"Fiquem tranquilos." Disse Momo, com um ar de orgulho inocente. "Estou apenas fazendo os dois ficarem a sós, para que aprofundem o relacionamento. Fiz o mesmo com Nana e Rito e deu certo, não deu?"
"Você não deveria se orgulhar disso..." Falou Nana com uma expressão de incrédula, colocando as mãos na cintura.
"Mas a Ane-ue tem o D-Dial dela-" Nana não terminou a frase pois Momo a corrigiu, apontando para uma mesinha.
"Na verdade não, ela deixou em cima da mesinha." Lá estava, o D-Dial de Lala, esquecido.
"Vocês querem que outra garota entre na frente da Onee-sama? Isso é essencial para que o plano harém dê certo." Falou Momo séria, seus olhos roxos fixos em Nana e Peke.
"Isso é..." Peke ficou sem saber o que argumentar. Ele olhou para o portal, depois para a expressão determinada de Momo, e baixou a cabeça em resignação.
"Momo-san." Peke acrescentou, sua voz cheia de preocupação. "O espaço virtual da Lala-sama é um lugar que nem vocês entrariam, lembram? Com aquela quantidade de invenções espalhadas, não sei se Rito-dono ficará seguro."
Momo olhou para o portal fechado, e pela primeira vez uma pontada de dúvida cruzou seu rosto. "Ele agora é forte e tem poderes... ele conseguirá dar um jeito... eu acho."
Ela então abanou a cabeça, dissipando a preocupação. O plano estava em movimento. "Agora só tiraremos eles de lá amanhã! Vamos dormir e esperar que tudo tenha ocorrido como o esperado."
Sem mais delongas, Momo, Nana e Peke se acomodaram para dormir, suas mentes cheias de expectativas e um toque de apreensão sobre o que a noite reservava para Rito e Lala em meio ao caos tecnológico do espaço virtual. O sucesso do harém de Momo dependia disso, e ela só podia torcer para que sua irmã e seu amado conseguissem, de fato, "aprofundar seus laços" em segurança.
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A sensação de ser arrastado por um portal era algo a que Rito Yuuki já deveria estar acostumado, mas a surpresa sempre vinha. Um breve vácuo, uma distorção de luz e, no instante seguinte, ele estava em pé em um lugar que só podia ser descrito como o santuário pessoal de Lala Satalin Deviluke.
O ar cheirava a metal e fio queimado. A primeira coisa que Rito viu foi um enorme armário de ferro, suas prateleiras abarrotadas com uma coleção de engenhocas que iam de reluzentes e novas a estranhamente enferrujadas. Algumas ele reconheceu com um calafrio, enquanto outras eram completamente estranhas para ele. Ele achou melhor não perguntar para que serviam. A experiência o ensinara que a curiosidade, naquele lugar, era um atalho direto para o pandemônio.
Seu olhar foi inevitavelmente atraído para uma invenção em formato de coração, repousando inofensivamente em uma das prateleiras. Uma memória vívida e marcante invadiu sua mente. Aquele dia quase o matou.
Lala, percebendo o olhar fixo de Rito, soltou a mão dele com um sorriso saudosista.
"Rito, não se preocupe, ela não funciona mais. Eu não faço ideia do que aconteceu, mas o núcleo de energia dela sumiu. Acho que se desfez por causa da sobrecarga. O poder da Yami é incrível, não é?" Falou Lala, também olhando para a invenção e relembrando o ocorrido.
Rito ficou relembrando da cena caótica, mas logo sua atenção mudou ao perceber que o portal atrás dele se fechou com um whoosh suave, os impedindo de voltar. Um silêncio repentino pairou no ar.
"Lala, o portal fechou. O que aconteceu?" Perguntou Rito, surpreso, apontando para onde a entrada havia estado momentos antes.
"Humm... Eu não sei." Disse ela, girando para olhar e sorrindo com uma tranquilidade desconcertante.
"Sem problemas, eu posso criar um portal de volta." Falou Rito, concentrando-se. Suas mãos começaram a brilhar, mas antes que pudesse formar o vórtice, Lala agarrou seu braço com ambas as mãos, impedindo-o.
"Não, não! Eu ainda não te mostrei meu espaço virtual!" Exclamou Lala, seus olhos brilhando de empolgação. Ela o puxou, arrastando-o por um corredor curto que desembocava em uma sala esférica monumental.
A vista fez Rito parar por um instante. As paredes eram rosa-choque e curvadas, formando uma esfera perfeita. Fios coloridos serpenteavam pelo chão, conectando-se a painéis holográficos que piscavam com esquemas indecifráveis. Ferramentas de formas bizarras e peças mecânicas espalhavam-se por toda parte, e telas flutuantes mostravam projetos 3D que se moviam lentamente.
"Isso parece uma sala de uma cientista maluca, igual em filmes de terror." Pensou Rito, sentindo um calafrio percorrer sua espinha, mas sua expressão permaneceu calma. Ele não era mais o garoto que se assustava facilmente.
"Tcharã! Aqui é onde ficam as minhas invenções antigas!" Anunciou Lala, orgulhosa, apontando para o mesmo armário de ferro que ele tinha visto na entrada. Rito se aproximou e notou que, em baixo de cada espaço no armário, havia uma pequena placa com o nome da invenção.
Ele percorreu os nomes com os olhos, um arquivo mental de confusões passadas se abrindo a cada um. Então, seu olhar parou em um espaço vazio. A placa estava lá, clara como o dia, mas o compartimento estava vazio.
"Mas tem lugares vazios, tipo esse que está escrito... Pyon-Pyon Warp-Kun" Disse Rito, arregalando os olhos. Um frio na barriga o atingiu. Aquela era, sem dúvida, uma das invenções que mais o haviam metido em confusões.
"L-Lala, onde está?" Perguntou Rito, sua voz carregada de uma preocupação genuína.
"Não sei. Eu criei a versão melhorada usando a antiga como base, mas agora não me lembro onde deixei." Respondeu ela, olhando em volta para ver se achava, mexendo em algumas pilhas de sucata.
Seu olhar subiu, vasculhando as prateleiras mais altas e as pilhas precárias de equipamentos. Então, seus olhos brilharam. "Achei! Está em cima do armário... como foi parar lá?" Lala disse, apontando para uma pilha de caixas no topo do móvel de quase três metros de altura. Lá, meio encoberto por um pano, estava o infame Pyon-Pyon Warp-Kun.
Sem hesitar, Lala avançou em direção ao armário e começou a pular, tentando alcançar o dispositivo. "Lala, acho que não é uma boa idei-" Rito avisou, seu instinto protetor disparando, mas já era tarde demais.
Em um salto particularmente ambicioso, Lala conseguiu agarrar a invenção. No entanto, ao aterrissar, seu pé pisou em uma ferramenta solta no chão. Ela perdeu o equilíbrio e gritou, caindo de lado.
Rito se moveu com a velocidade e agilidade que seu corpo agora possuía. Ele se lançou para frente, seus braços musculosos se estendendo para agarrar Lala antes que ela batesse no chão. No momento exato em que suas mãos tocaram seus ombros, tentando amortecer a queda, o Pyon-Pyon Warp-Kun, instável e imprevisível como sempre, emitiu um brilho rosa ofuscante.
Um zumbido agudo encheu a sala. Rito sentiu uma estranha sensação de desmaterialização, como se seu corpo estivesse sendo desfeito em átomos. A visão dele se distorceu, e o mundo ao seu redor se tornou um borrão de luzes rosas
O brilho diminuiu tão rápido quanto surgiu.
O silêncio retornou à sala esférica.
No chão, onde Rito e Lala estavam segundos antes, agora jaziam apenas duas pilhas de roupas. As roupas de dormir de Rito e o vestido de Lala, vazias e inertes. O Pyon-Pyon Warp-Kun rolou para longe, seu brilho se apagando completamente, deixando para trás um cenário de mistério e uma confusão prestes a se desenrolar.
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