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To Love-Ru Darkness 3: Onde as Estrelas se Dissolvem
Escrita por: Matheus Leandro (Magnatah)
Capítulo 41 - O Primeiro Desejo
No Capítulo Anterior...Apenas quando o sono finalmente começou a levá-lo, ele sentiu um movimento ao seu lado. Mea, que deveria estar do outro lado da cama, havia se movido silenciosamente como uma sombra. Ela se aninhou contra suas costas - ocupando o lugar de Momo, seu sopro quente contra sua nuca.
"Boa noite, Senpai." Ela sussurrou, sua voz um fio de som sedoso e pervertido. "Sonhe comigo..."
Enquanto Rito pegava no sono, jurou ouvir uma voz sussurrar: 'Sonhe comigo'.
E então, tudo ficou em silêncio, à espera do amanhecer e dos novos desafios que o próximo dia certamente traria.
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A luz do amanhecer filtrou suavemente pela janela do quarto de Rito, pintando o caótico aglomerado de corpos com tons dourados e quentes. O ar ainda estava carregado com o calor residual de oito pessoas compartilhando o mesmo espaço, uma mistura de respirações lentas, perfumes suaves de xampu e a tranquila paz que só o sono profundo pode trazer.
No centro do redemoinho de membros e cabelos, Yuuki Rito dormia um sono pesado, exausto pela noite de tensão e autocontrole sobre-humano. Seu braço direito, que deveria estar sob a cabeça de Lala, havia se movido durante a noite. Sua mão, larga e forte, havia encontrado um lugar macio e quente para repousar. Em cima da camiseta de pijama de Mea Kurosaki, sua palma estava firmemente pressionada contra o seio esquerdo dela, seus dedos involuntariamente envolvendo a curva suave.
Mea, que se esgueirara para o lugar de Momo horas antes, foi a primeira a despertar. Um pequeno e pervertido sorriso brincou em seus lábios antes mesmo de seus olhos piscarem abertos. A sensação era agradável, calorosa e… intencional? Ela olhou para baixo, vendo a forma da mão de Rito moldada contra o tecido de seu pijama. A surpresa durou apenas um segundo, rapidamente substituída por um prazer malicioso e divertido.
"Rito-Senpai, você é incrível até dormindo~" Pensou, sua mente já se enchendo de travessuras.
Com movimentos lentos e furtivos, ela desabotoou a blusinha, expondo seu torso ao ar fresco da manhã e, mais importante, à mão adormecida de Rito. Seus seios firmes e agradáveis estavam agora diretamente sob seu toque. A pele arrepiou-se com o frio, mas foi a eletricidade do contato direto que fez seus mamilos endurecerem instantaneamente, como pequenos botões rosa.
Rito, em seu sonho, deve ter interpretado a nova textura como algo prazeroso. Seus dedos se moveram, quase com uma mente própria, começando um massagear lento e circular em torno da aréola, sua ponta do dedo polegar roçando contra o mamilo sensível a cada passada.
"Nngh… NGAH~" Mea soltou um gemido abafado, um som entre um suspiro e um riso contido. Ela mordeu o lábio, seus olhos semicerrados de prazer enquanto observava o rosto sereno de Rito, completamente alheio ao que suas mãos faziam.
"Ele tem essas habilidades… mesmo inconsciente…" Ela ponderou, sua respiração começando a ficar mais ofegante.
Foi então que uma fagulha de energia dourada com tons azulados, quase imperceptível, cintilou no ar acima da cabeça de Mea. Um pequeno portal, não maior que um pires, irrompeu silenciosamente. Dele, como uma serpente curiosa, a cauda de Nana emergiu, sua ponta se contorcendo suavemente no ar, provavelmente em resposta a um sonho próprio.
O braço direito de Rito, que repousava sobre sua própria cintura, moveu-se com uma precisão sonâmbula que desafiava a lógica. Sua mão direita se ergueu, não como um tatear desajeitado, mas com a certeza de um míssil guiado. Ele agarrou a cauda de Nana com uma firmeza gentil.
Nana, ainda profundamente adormecida, murmurou algo incoerente. "Mmmh… para… idiot…" Seu corpo se contorceu levemente na cama. A cauda era um ponto extremamente sensível, para as irmãs Deviluke.
Rito, em sua sinistra maestria adormecida, começou a fazer exatamente o que instintivamente sabia que a levaria ao êxtase. Seu polegar encontrou a ponta mais sensível da cauda e começou a fazer pequenos, lentos círculos de massagem, aplicando uma pressão perfeita.
"Ah… ah…" Um pequeno gemido escapou dos lábios de Nana. Suas pernas se retorceram sob os lençóis. "Mmh… isso…" Ela estava lentamente sendo arrastada para a superfície do sono por ondas de prazer. Seu corpo respondia antes que sua mente pudesse processar o que estava acontecendo. A sensação era maravilhosamente familiar, remetendo diretamente à noite quente em que Rito a havia feito mulher, explorando cada centímetro de seu corpo com uma paciência e habilidade que a deixara em frangalhos.
Seus olhos se abriram, pesados de sono e confusão. A primeira coisa que viu foi Mea, deitada de frente para ela, com a blusa aberta e os seios completamente expostos. E a mão de Rito, movendo-se sobre eles com vontade e maestria. O rosto de Nana congestionou-se instantaneamente num escarlate profundo.
"O-que… Rito! Seu perv-!" A investida furiosa morreu em sua garganta. Ela tentou se mover, tentou sentar e arrancar a mão pervertida dele de sua amiga, mas uma onda avassaladora de fraqueza varreu seu corpo. O prazer que emanava de sua própria cauda, ainda sendo habilmente manuseada por Rito, a prendeu no lugar tão efetivamente quanto algemas. Ela olhou para trás e viu o pequeno portal, a ponte dimensional que seu amado havia criado no meio do sonho só para alcançá-la. Seu coração disparou, uma mistura conflituosa de raiva, vergonha e uma excitação profunda e inegável. Ela ficou ali, deitada de lado, se contorcendo silenciosamente sob os lençóis, suprimindo gemidos cada vez mais altos enquanto tentava não olhar para o sorriso vitorioso e prazeroso de Mea.
Do outro extremo da cama, um par de olhos vermelhos como rubis piscou abertos. Yami já estava acordada há alguns minutos, sua disciplina de assassina a mantendo alerta mesmo ao despertar. Os sons abafados, os sussurros ofegantes e o cheiro de tensão sexual no ar não passaram despercebidos por seus sentidos aguçados. Ela levantou a cabeça com um movimento suave, seus olhos percorrendo a cena com uma eficiência clínica.
Ela viu Mea, com os seios de fora, arquear-se silenciosamente contra a mão de Rito. Viu Nana, com uma expressão de agonia e prazer, morder um lençol para não gritar. E viu Rito, no centro de tudo, com uma expressão de paz angelical no rosto, completamente inconsciente do caos hedonista que suas mãos estavam causando.
Seu rosto permaneceu impassível, mas um leve rubor corou suas maçãs.
"Yami, vem comigo me ajudar a preparar o café." Mikan anunciou, pegando a amiga perplexa pela mão. Ela praticamente a puxou para fora da cama, reconhecendo que Yami estava a um passo de um curto-circuito total ou de uma explosão homicida. "Vamos, antes que essa situação fique ainda mais esquisita."
Yami não resistiu, permitindo que Mikan a guiasse para fora do quarto em um estado de estupor, seu rosto ainda corado e seus olhos arregalados.
Rito e Momo se separaram, ambos um pouco sem foco. Momo lambeu os lábios, um sorriso triunfante e sedutor em seu rosto. "Um bom dia realmente perfeito, não acha, Rito-san~?"
"Com certeza." Respondeu Rito, sorrindo para Momo.
Foi então que Rito notou Nana. Ela estava sentada na cama, olhando para as mãos no colo. Ela não estava zangada, nem gritando. Ela parecia… desapontada. Triste. Como um cachorrinho abandonado que tinha visto todos os outros ganharem um petisco menos ela. Seu coração se apertou.
"Nana." Ele chamou, sua voz suave.
Ela levantou a cabeça, seus olhos violetas relutantes em encontrá-lo.
Rito se moveu através da cama, ajoelhando-se diante dela. "Bom dia." Ele disse novamente, e antes que ela pudesse responder, ele se inclinou e capturou seus lábios em um beijo.
Era diferente dos outros. Era mais suave, mais perguntando. Era um beijo para acalmar, para assegurar, para dizer "eu me importo com você" e "eu não me esqueci de você". Nana ficou rígida por uma fração de segundo antes de derreter contra ele, suas mão se enrolando nos cabelos dele. Foi um beijo lindo, terno e carregado de uma emoção que fez o ambiente ao redor deles parecer desaparecer.
Quando se separaram, um fio de saliva os conectou, um testemunho úmido da paixão do momento.
"Nana-chan, você realmente gosta muito do Senpai, hein?" Mea observou, seu tom de voz agora um pouco diferente, menos brincalhão e mais… pensativo. "Até usou a língua~."
O feitiço quebrou. O rosto de Nana, que havia se suavizado durante o beijo, congestionou-se novamente em um vermelho profundo por causa do comentário de Mea. "M-Mea! Cale a boca!" Ela gritou, agarrando um travesseiro e atirando nele a amiga, que desviou com uma risada.
"B-Bom dia, Rito." Nana finalmente conseguiu dizer, olhando para seus olhos, sua raiva momentânea substituída por uma timidez adorável. Ela claramente queria outro beijo, mas a presença de uma plateia a impedia.
Mea observou a troca, e pela primeira vez naquela manhã, seu sorriso pervertido vacilou. Ela sentiu uma coisa estranha no peito, uma pequena pontada… uma arritmia momentânea que não tinha nada a ver com excitação e tudo a ver com… algo mais. Ela a ignorou, focando na diversão. "Nana, você ainda não me contou como foi sua primeira vez com o Rito!" Ela disse, mudando de tática, sua empolgação voltando. "Todos os detalhes! Foi aqui? Foi romântico? Ele foi gentil?"
Nana pareceu que ia explodir de vergonha. "Eu… eu conto depois!" Ela gaguejou, virando o rosto para esconder sua expressão. "Quando estivermos a sós! Com o Rito ouvindo dá… dá muita vergonha!"
Rito sorriu, um calor genuíno enchendo seu peito. Ele achou aquele lado de Nana, sua mistura de fúria felina e timidez vulnerável, incrivelmente fofa. Lala, ao seu lado, assistia a cena com um grande sorriso, feliz por ver sua irmã mais nova tão viva e emocionada.
Com o clima finalmente mais calmo, o grupo começou a se mover. Eles desembaraçaram os lençóis, arrumaram a cama colossal (uma tarefa que exigiu o esforço de vários) e, um por um, saíram do quarto em direção ao banheiro e, subsequentemente, para o café da manhã.
A descida para a cozinha foi uma procissão barulhenta. Lala pulava degraus, falando animadamente sobre uma nova invenção que lhe veio em um sonho. Nana e Mea discutiam em voz baixa, com Nana ainda tentando esganar a amiga por seus comentários. Momo caminhava ao lado de Rito, seu braço unido com o dele, lançando olhares triunfantes para as outras.
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A atmosfera na cozinha dos Yuuki era uma mistura eletrizante de aromas deliciosos e tensão sexual não resolvida. O ar pesado com o cheiro de missoshiru fumegante, arroz perfeitamente cozido no vapor, tamagoyaki levemente adocicado e tsukemono crocante deveria ser reconfortante. Mas para Rito, cada molécula de ar parecia carregada de uma eletricidade estática que fazia os pelos de seus braços se arrepiarem.
Mikan, com seu avental ainda amarrado na cintura, manuseava as últimas postas de peixe grelhado com uma eficiência que beirava a arte marcial. Seus movimentos eram precisos, quase robóticos, um claro indicativo de que ela estava focando toda a sua energia nervosa na tarefa para evitar pensar no incidente que havia ocorrido minutos antes. Seu rosto ainda mantinha um leve rubor, uma marca térmica do constrangimento.
Yami, por sua vez, havia recuado para uma compostura glacial. Ela arrumava os hashis e as tigelas na mesa com uma precisão militar, alinhando cada item com uma medida milimétrica que faria um sargento-instrutor chorar de orgulho. Seus olhos, porém, faiscavam com uma intensidade perigosa sempre que pousavam em Rito. Era o olhar de uma predadora que estava decidindo se valia a pena o esforço de abater uma presa particularmente irritante, mas que, por algum motivo inexplicável, despertava sentimentos conflitantes em seu peito.
"Finalmente." Disse Mikan, sua voz deliberadamente neutra enquanto colocava o peixe em um prato de servir. Ela não se virou para olhar para o grupo que entrava. "Pensei que iam dormir o dia todo. Sentem-se. A comida está quase pronta."
A ordem quebrou o feitiço de constrangimento que pairava sobre todos. O grupo moveu-se em direção à mesa, uma coreografia desajeitada de corpos tentando encontrar espaço onde não havia. Foi nesse momento que Rito, movido por um genuíno desejo de ajudar e talvez se redimir, decidiu se aproximar de Mikan.
"Mikan, deixa que eu levo isso." Ele ofereceu, estendendo as mãos para pegar o prato de peixe.
Foi como se ele tivesse pisado no rabo de um tigre adormecido. O universo, ou talvez apenas a maldição cósmica que parecia governar sua vida, decidiu que aquele era o momento perfeito para intervir. Seu pé, descalço como o de todos que haviam saído da cama, encontrou uma pequena poça de água, provavelmente feita por Celine em sua agitação matinal.
Um "Oops?" patético escapou de seus lábios antes que a física assumisse o controle total. Seus pés voaram para frente e seu corpo pesado e musculoso tornou-se um projétil desgovernado, um furacão de membros bem-definidos e boas intenções indo direto em direção a Mikan.
A reação de Yami foi puro instinto. Seus anos de treinamento como assassina anularem qualquer resquício de constrangimento. Ela identificou a ameaça (Rito), identificou o alvo (Mikan) e agiu. Num movimento desfocado, ela se colocou entre o RIto e a Mikan, braços abertos, preparada para conter o impacto.
O que ela não calculou foi a massa e o momentum do novo e melhorado Yuuki Rito.
O impacto foi sólido e barulhento. Um "OOF!" coletivo saiu de todos os pulmões presentes. Yami levou o choque de cheio no torso, e a força foi tanta que suas pernas não conseguiram suportar. Ela caiu para trás, e Rito, incapaz de se recuperar, tombou sobre ela. A tentativa heroica de Yami foi em vão, pois Mikan, tentando se esquivar, tropeçou no próprio pé e caiu por sobre os dois, resultando em um amontoado caótico de limbs e gemidos no chão da cozinha.
Por um momento de silêncio atordoado, ninguém se moveu. Então, a realidade da posição se impôs.
Rito estava de costas no chão frio, o ar tendo sido expulso de seus pulmões. Yami estava de joelhos sobre seu lado esquerdo, seu corpo colado ao dele de uma forma que faria um contorcionista corar. Seu rosto estava enterrado em seu pescoço, e ele podia sentir a incrível suavidade de sua pele e a textura fina de seu pijama contra seu braço. Sua mão esquerda, por puro reflexo de tentar se agarrar a algo durante a queda, havia acabado passando por baixo da camiseta solta de Yami. Seus dedos estavam firmemente pressionados contra a curva de sua nádega, e o tecido macio de sua calcinha azul-clara se deformava sob o aperto involuntário, mas decididamente firme, de sua mão.
Do seu lado direito, a situação era igualmente catastrófica. Mikan havia caído de lado, seu corpo também colado ao dele. Sua perna estava sobre as suas, e a mão direita de Rito, em uma replicação espelhada do desastre do lado esquerdo, havia encontrado refúgio sob a barra do shorts de pijama de Mikan. Desta vez, não havia barreira de tecido. Sua palma estava em contato direto, pele com pele, com a parte mais redonda e macia das nádegas de sua irmã. A calorosa suavidade sob sua mão fez seu cérebro derreter.
Usando as habilidades de um deus da luxúria, Rito conseguiu, durante a queda, tirar os shorts de Mikan e Yami com uma precisão anormal.
Mas o auge do desastre, a cereja do bolo do apocalipse, estava logo acima. Yami, ofegante e tentando se reorientar, levantou a cabeça do pescoço de Rito. Ao mesmo tempo, Mikan, igualmente desorientada, ergueu o rosto. Seus movimentos foram perfeitamente sincronizados pela fatalidade.
Os lábios de Yami e Mikan se encontraram.
Uma misteriosa garota envolta em escuridão... e seu destino estava prestes a se cruzar com o de outros.
Seus olhos se abriram, pesados de sono e confusão. A primeira coisa que viu foi Mea, deitada de frente para ela, com a blusa aberta e os seios completamente expostos. E a mão de Rito, movendo-se sobre eles com vontade e maestria. O rosto de Nana congestionou-se instantaneamente num escarlate profundo.
"O-que… Rito! Seu perv-!" A investida furiosa morreu em sua garganta. Ela tentou se mover, tentou sentar e arrancar a mão pervertida dele de sua amiga, mas uma onda avassaladora de fraqueza varreu seu corpo. O prazer que emanava de sua própria cauda, ainda sendo habilmente manuseada por Rito, a prendeu no lugar tão efetivamente quanto algemas. Ela olhou para trás e viu o pequeno portal, a ponte dimensional que seu amado havia criado no meio do sonho só para alcançá-la. Seu coração disparou, uma mistura conflituosa de raiva, vergonha e uma excitação profunda e inegável. Ela ficou ali, deitada de lado, se contorcendo silenciosamente sob os lençóis, suprimindo gemidos cada vez mais altos enquanto tentava não olhar para o sorriso vitorioso e prazeroso de Mea.
Do outro extremo da cama, um par de olhos vermelhos como rubis piscou abertos. Yami já estava acordada há alguns minutos, sua disciplina de assassina a mantendo alerta mesmo ao despertar. Os sons abafados, os sussurros ofegantes e o cheiro de tensão sexual no ar não passaram despercebidos por seus sentidos aguçados. Ela levantou a cabeça com um movimento suave, seus olhos percorrendo a cena com uma eficiência clínica.
Ela viu Mea, com os seios de fora, arquear-se silenciosamente contra a mão de Rito. Viu Nana, com uma expressão de agonia e prazer, morder um lençol para não gritar. E viu Rito, no centro de tudo, com uma expressão de paz angelical no rosto, completamente inconsciente do caos hedonista que suas mãos estavam causando.
Seu rosto permaneceu impassível, mas um leve rubor corou suas maçãs.
"Mesmo dormindo ele consegue ser o maior pervertido do mundo!" Ela pensou, uma pontada de… algo… que não era apenas irritação, apertando seu peito. A ordem lógica de sua mente exigia ação. Isso era um caos. Isso era desorganizado. Isso precisava parar.
Sem fazer um único ruído, uma mecha de seu cabelo prateado se desprendeu e se transformou em um grande punho, uma extensão perfeita de sua vontade. Ele pairou no ar por um segundo antes de disparar como um projétil, acertando em cheio o abdômen de Rito com um THUMP abafado, porém poderoso.
"OOF! Ai, ai, ai! O quê aconteceu!?" Rito gritou, seus olhos se abrindo de repente enquanto ele se dobrou ao meio, segurando a barria com as duas mãos. A dor surpreendente e súbita fez com que ambos os portais - acima da cabeça de Mea e o perto da cauda de Nana - se fechassem instantaneamente com um pequeno Pop de energia dissipada.
Ele ofegou, confuso, sua mente ainda nebulosa pelo sono. Seu olhar percorreu o quarto. Viu o punho de cabelo de Yami se desfazendo e retornando à sua forma original. Seu cérebro então processou o que seus olhos viam em sequência rápida: Mea, abotoando rapidamente sua blusa para cobrir os seios, mas não antes que ele visse a pele rosada e os mamilos erectos; Nana, encolhendo-se e puxando sua cauda para perto do corpo, seu rosto um tom de vermelho tão profundo que parecia prestes a soltar vapor; e os olhos frios e acusadores de Yami fixos nele.
A memória do que suas mãos estavam fazendo - ou pelo menos, as sensações residuais - atingiu-o como um tijolo. "D-Desculpe! Eu estava dormindo, não tive a intenção!" Ele se desesperou, seus braços gesticulando em negação.
"Senpai~" Cantarolou Mea, deitando-se de lado e apoiando a cabeça na mão, um sorriso lascivo estampado no rosto. "É como a Momo disse, você é incrível~ Mesmo dormindo você é um pervertido talentoso."
"S-Seu idiota! Imbecil!" Nana gritou, finalmente encontrando sua voz, que soou estridente e embargada. "Se controle quando estiver dormindo! Criar portais para… para… ahn!" Ela não conseguiu terminar, enterrando o rosto em um travesseiro.
Yami sentou-se na cama, sua postura perfeita e rígida. "Yuuki Rito." Sua voz era plana, mas carregada de uma ameaça subjacente que fez a espinha de Rito formigar. "Estou de olho em você. Não se esqueça de que você ainda é meu alvo. Comportamentos pervertidos são um crime punível com a morte." Seus olhos estreitaram-se levemente. "Dormindo ou acordado."
"Eu sabia que as coisas acabariam assim." Pensou Rito, um suor frio escorrendo por sua têmpora.
Sem fazer um único ruído, uma mecha de seu cabelo prateado se desprendeu e se transformou em um grande punho, uma extensão perfeita de sua vontade. Ele pairou no ar por um segundo antes de disparar como um projétil, acertando em cheio o abdômen de Rito com um THUMP abafado, porém poderoso.
"OOF! Ai, ai, ai! O quê aconteceu!?" Rito gritou, seus olhos se abrindo de repente enquanto ele se dobrou ao meio, segurando a barria com as duas mãos. A dor surpreendente e súbita fez com que ambos os portais - acima da cabeça de Mea e o perto da cauda de Nana - se fechassem instantaneamente com um pequeno Pop de energia dissipada.
Ele ofegou, confuso, sua mente ainda nebulosa pelo sono. Seu olhar percorreu o quarto. Viu o punho de cabelo de Yami se desfazendo e retornando à sua forma original. Seu cérebro então processou o que seus olhos viam em sequência rápida: Mea, abotoando rapidamente sua blusa para cobrir os seios, mas não antes que ele visse a pele rosada e os mamilos erectos; Nana, encolhendo-se e puxando sua cauda para perto do corpo, seu rosto um tom de vermelho tão profundo que parecia prestes a soltar vapor; e os olhos frios e acusadores de Yami fixos nele.
A memória do que suas mãos estavam fazendo - ou pelo menos, as sensações residuais - atingiu-o como um tijolo. "D-Desculpe! Eu estava dormindo, não tive a intenção!" Ele se desesperou, seus braços gesticulando em negação.
"Senpai~" Cantarolou Mea, deitando-se de lado e apoiando a cabeça na mão, um sorriso lascivo estampado no rosto. "É como a Momo disse, você é incrível~ Mesmo dormindo você é um pervertido talentoso."
"S-Seu idiota! Imbecil!" Nana gritou, finalmente encontrando sua voz, que soou estridente e embargada. "Se controle quando estiver dormindo! Criar portais para… para… ahn!" Ela não conseguiu terminar, enterrando o rosto em um travesseiro.
Yami sentou-se na cama, sua postura perfeita e rígida. "Yuuki Rito." Sua voz era plana, mas carregada de uma ameaça subjacente que fez a espinha de Rito formigar. "Estou de olho em você. Não se esqueça de que você ainda é meu alvo. Comportamentos pervertidos são um crime punível com a morte." Seus olhos estreitaram-se levemente. "Dormindo ou acordado."
"Eu sabia que as coisas acabariam assim." Pensou Rito, um suor frio escorrendo por sua têmpora.
"Sortee que não toquei nela, se não eu já estaria morto e picado em cem pedaços." Ele visualizou perfeitamente Yami correndo atrás dele pelos corredores da casa, uma infinidade de lâminas tentando acerta-lo.
Tentando dissipar a tensão insuportável, Rito sentou-se e esticou os braços para o alto, suas costas estalando. "Ugh… bom dia, eu acho…" Ele olhou ao redor, procurando por uma âncora de normalidade. Seus olhos pousaram em Lala, que dormia enrolada como um gatinho ao seu lado direito, um sorriso pequeno e feliz estampado em seus lábios, completamente alheia ao escândalo sexual que acabara de ocorrer.
O coração de Rito se apertou de afeto. Aquela era sua Lala. Pura, inocente e radiante. Ele se inclinou para ela, e com uma gentileza que contrastava brutalmente com as ações anteriores de suas mãos, ele afastou suavemente a franja rosa de seus olhos.
O toque foi suave, mas suficiente. Os longos cílios de Lala tremeram e seus olhos se abriram. Ela pestanejou, olhando para o rosto de Rito pairando sobre o dela. Não houve confusão, não houve hesitação. Seu sorriso simplesmente se alargou, iluminando todo o seu rosto.
"Rito!" Ela exclamou, sua voz ainda rouca do sono.
Antes que ele pudesse responder com um "bom dia", Lala se moveu. Ela não se sentou. Em vez disso, ela se impulsionou para cima, fechando a distância entre seus rostos em um instante. Suas mãos se enrolaram atrás de seu pescoço e ela o puxou para um beijo.
Não era um simples beijo de bom dia. Era profundo, cheio de um amor puro e incondicional e de uma paixão surpreendentemente fervorosa. Seus lábios se moveram contra os dele com uma certeza que fez o cérebro de Rito parar de funcionar por um microssegundo. Então, seus instintos assumiram o controle. Seus braços a envolveram, puxando-a mais para perto enquanto ele respondia ao beijo, seu sabor doce e único enchendo seus sentidos. Era Lala, era casa, era amor.
Depois de alguns segundos que pareceram uma eternidade, eles se separaram, uma fina ponta de saliva ainda os conectando.
"Uau, Lala-chan, você é incrível!" Mea aplaudiu, claramente impressionada e entretida pela espontaneidade da princesa.
Lala pareceu notar os outros pela primeira vez. Seus olhos brilharam. "Bom dia, Rito!" Ela disse, como se o beijo fosse a forma mais natural de cumprimentar alguém. Ela então olhou em volta, seu sorriso contagiante incluindo a todos. "Bom dia, Yami! Bom dia, Mea! Bom dia, Nana!"
"Bom… dia…" Nana murmurou, ainda aborrecida.
"Bom dia, Lala-chan!" Mea cantarolou.
"Bom dia." Yami respondeu automaticamente, mas sua expressão estava longe de ser automática.
Yami parecia uma gata que acabara de levar um susto. Seus olhos estavam arregalados, fixos no ponto onde os lábios de Rito e Lala haviam se encontrado. Um rubor leve, mas definitivo, coloriu suas faces. Ela sentiu aquela sensação estranha novamente, um frio na barriga seguido por uma onda de calor que nada tinha a ver com batalha. Era diferente da raiva, diferente da vergonha alheia. Era… uma pontada de algo que ela não conseguia nomear, mas que não era a primeira vez que sentia ao testemunhar a afeição física de Rito e Lala.
Rito, sentindo o olhar pesado de Yami sobre ele, deliberadamente evitou olhar em sua direção, temendo que mesmo o menor contato visual pudesse ser interpretado como um ato de guerra.
"Senpaaiii." Mea arrastou as palavras, fazendo um biquinho exagerado e se inclinando para frente. "Eu também quero um beijinho de bom dia~."
Antes que Rito pudesse sequer processar o pedido ou que Mea pudesse se lançar sobre ele, uma voz doce, porém carregada de uma autoridade silenciosa, cortou o ar.
"Isso não pode, Mea." Momo estava agora sentada na cama, tendo acordado silenciosamente durante o beijo de Lala. Seus olhos roxos estavam fixos em Mea, e embora seu sorriso ainda estivesse no lugar, havia um brilho ligeiramente possessivo e irritado neles. "Vocês dois não estão juntos, lembra? Beijos são para namoradas."
"Se esse for o problema, eu só precis-" Mea começou, sua mente pervertida claramente já traçando um plano para mudar seu status naquele instante.
Ela foi interrompida por um bocejo alto e exagerado. Mikan se espreguiçou como um gatinho, esfregando os olhos. "Que barulheira é essa tão cedo?" Ela reclamou, sua voz rouca de sono. Ela se sentou, puxando os joelhos contra o peito.
"Bom dia, Mikan-san." Yami cumprimentou, sua voz soando um pouco mais ancorada agora que a atenção havia se desviado.
"Bom dia, Yami-san." Mikan respondeu, bocejando novamente. Seus olhos percorreram o quarto, vendo o rosto vermelho de Nana, o sorriso de raposa de Mea, a expressão levemente culpada de Rito e a postura defensiva de Yami. Ela não precisava ser uma gênia. "O que tá acontecendo… ah, deixa pra lá, já imagino." Ela suspirou, resignada. "Rito fez algo pervertido enquanto dormia de novo, não foi?"
"Sim!" A resposta foi um coro uníssono e imediato de Yami, Nana e Mea. Lala, ainda abraçada no braço de Rito, parecia perdida, olhando de uma para a outra com curiosidade.
Mikan simplesmente balançou a cabeça, uma expressão de "cansei disso" em seu rosto. "Peço desculpas em nome do meu irmão idiota e sem noção."
Rito abriu a boca para protestar, mas um olhar de Mikan o calou.
"Rito-san~" Momo disse, sua voz um suave e sedutor cantarolar que fez todos olharem para ela. Ela se ajeitou de joelhos e se moveu pela cama em sua direção, ignorando completamente Mea. "Você, como sempre, é incrível até mesmo adormecido. Mas…" Seus olhos se estreitaram enquanto ela olhava para Mea. "... Por que exatamente a Mea está dormindo no meu lugar?"
A atmosfera mudou. A irritação de Momo, geralmente bem escondida sob uma fachada de aceitação e planejamento, estava agora visível na superfície. Ver outra garota, especialmente uma que ainda não era parte oficial do "harém", usurpando seu lugar privilegiado ao lado de Rito, acionou seus instintos territoriais.
"Eu sou… uh… sonâmbula!" Mea anunciou, colocando um dedo no queixo e olhando para o teto com uma expressão exageradamente pensativa. "Sim! Sonâmbula, assim como o Senpai! Devo ter me levantado e parado aqui durante a noite. Nem vi! Foi mal~" Ela finalizou com um sorriso despreocupado, claramente mentindo através dos dentes.
"Sei…" Momo respondeu, sua voz plana como uma lâmina. Ela não acreditou em uma única palavra. Seu olhar então voltou-se para Rito, e toda a irritação pareceu derreter, substituída por uma afeição calorosa e um desejo possessivo. "De qualquer forma, Rito-san. Bom dia~."
E então, sem nenhuma cerimônia, ela se moveu. Ela se aproximou dele, colocou uma mão em sua face e o puxou para um beijo que foi tudo menos inocente. Foi lento, deliberado e profundamente sensual, sua língua invadindo sua boca com uma confiança que declarava propriedade. Foi um beijo que dizia "você é meu" de uma forma que o beijo doce de Lala não o fizera. Rito, ainda surpreso, respondeu instintivamente, suas mão encontrando seu quadril.
"I-Isso é…!" Yami engasgou, sua voz um sussurro choque. Ela estava paralisada, observando a segunda demonstração pública de afeto em questão de minutos. Seu rosto estava agora vermelho brilhante, seus olhos pareciam girar levemente em suas órbitas enquanto ela tentava, e falhava, processar a visão. Aquele frio na barriga, a onda de calor… era muito mais forte agora. Ela levou uma mão ao peito, confusa com a sensação.
"Esses beijos vão com certeza forçar Yami Onee-chan a agir. Estou tão ansiosa para ver!" Mea pensou, sem desviar os olhos da expressão confusa de Yami.
Tentando dissipar a tensão insuportável, Rito sentou-se e esticou os braços para o alto, suas costas estalando. "Ugh… bom dia, eu acho…" Ele olhou ao redor, procurando por uma âncora de normalidade. Seus olhos pousaram em Lala, que dormia enrolada como um gatinho ao seu lado direito, um sorriso pequeno e feliz estampado em seus lábios, completamente alheia ao escândalo sexual que acabara de ocorrer.
O coração de Rito se apertou de afeto. Aquela era sua Lala. Pura, inocente e radiante. Ele se inclinou para ela, e com uma gentileza que contrastava brutalmente com as ações anteriores de suas mãos, ele afastou suavemente a franja rosa de seus olhos.
O toque foi suave, mas suficiente. Os longos cílios de Lala tremeram e seus olhos se abriram. Ela pestanejou, olhando para o rosto de Rito pairando sobre o dela. Não houve confusão, não houve hesitação. Seu sorriso simplesmente se alargou, iluminando todo o seu rosto.
"Rito!" Ela exclamou, sua voz ainda rouca do sono.
Antes que ele pudesse responder com um "bom dia", Lala se moveu. Ela não se sentou. Em vez disso, ela se impulsionou para cima, fechando a distância entre seus rostos em um instante. Suas mãos se enrolaram atrás de seu pescoço e ela o puxou para um beijo.
Não era um simples beijo de bom dia. Era profundo, cheio de um amor puro e incondicional e de uma paixão surpreendentemente fervorosa. Seus lábios se moveram contra os dele com uma certeza que fez o cérebro de Rito parar de funcionar por um microssegundo. Então, seus instintos assumiram o controle. Seus braços a envolveram, puxando-a mais para perto enquanto ele respondia ao beijo, seu sabor doce e único enchendo seus sentidos. Era Lala, era casa, era amor.
Depois de alguns segundos que pareceram uma eternidade, eles se separaram, uma fina ponta de saliva ainda os conectando.
"Uau, Lala-chan, você é incrível!" Mea aplaudiu, claramente impressionada e entretida pela espontaneidade da princesa.
Lala pareceu notar os outros pela primeira vez. Seus olhos brilharam. "Bom dia, Rito!" Ela disse, como se o beijo fosse a forma mais natural de cumprimentar alguém. Ela então olhou em volta, seu sorriso contagiante incluindo a todos. "Bom dia, Yami! Bom dia, Mea! Bom dia, Nana!"
"Bom… dia…" Nana murmurou, ainda aborrecida.
"Bom dia, Lala-chan!" Mea cantarolou.
"Bom dia." Yami respondeu automaticamente, mas sua expressão estava longe de ser automática.
Yami parecia uma gata que acabara de levar um susto. Seus olhos estavam arregalados, fixos no ponto onde os lábios de Rito e Lala haviam se encontrado. Um rubor leve, mas definitivo, coloriu suas faces. Ela sentiu aquela sensação estranha novamente, um frio na barriga seguido por uma onda de calor que nada tinha a ver com batalha. Era diferente da raiva, diferente da vergonha alheia. Era… uma pontada de algo que ela não conseguia nomear, mas que não era a primeira vez que sentia ao testemunhar a afeição física de Rito e Lala.
Rito, sentindo o olhar pesado de Yami sobre ele, deliberadamente evitou olhar em sua direção, temendo que mesmo o menor contato visual pudesse ser interpretado como um ato de guerra.
"Senpaaiii." Mea arrastou as palavras, fazendo um biquinho exagerado e se inclinando para frente. "Eu também quero um beijinho de bom dia~."
Antes que Rito pudesse sequer processar o pedido ou que Mea pudesse se lançar sobre ele, uma voz doce, porém carregada de uma autoridade silenciosa, cortou o ar.
"Isso não pode, Mea." Momo estava agora sentada na cama, tendo acordado silenciosamente durante o beijo de Lala. Seus olhos roxos estavam fixos em Mea, e embora seu sorriso ainda estivesse no lugar, havia um brilho ligeiramente possessivo e irritado neles. "Vocês dois não estão juntos, lembra? Beijos são para namoradas."
"Se esse for o problema, eu só precis-" Mea começou, sua mente pervertida claramente já traçando um plano para mudar seu status naquele instante.
Ela foi interrompida por um bocejo alto e exagerado. Mikan se espreguiçou como um gatinho, esfregando os olhos. "Que barulheira é essa tão cedo?" Ela reclamou, sua voz rouca de sono. Ela se sentou, puxando os joelhos contra o peito.
"Bom dia, Mikan-san." Yami cumprimentou, sua voz soando um pouco mais ancorada agora que a atenção havia se desviado.
"Bom dia, Yami-san." Mikan respondeu, bocejando novamente. Seus olhos percorreram o quarto, vendo o rosto vermelho de Nana, o sorriso de raposa de Mea, a expressão levemente culpada de Rito e a postura defensiva de Yami. Ela não precisava ser uma gênia. "O que tá acontecendo… ah, deixa pra lá, já imagino." Ela suspirou, resignada. "Rito fez algo pervertido enquanto dormia de novo, não foi?"
"Sim!" A resposta foi um coro uníssono e imediato de Yami, Nana e Mea. Lala, ainda abraçada no braço de Rito, parecia perdida, olhando de uma para a outra com curiosidade.
Mikan simplesmente balançou a cabeça, uma expressão de "cansei disso" em seu rosto. "Peço desculpas em nome do meu irmão idiota e sem noção."
Rito abriu a boca para protestar, mas um olhar de Mikan o calou.
"Rito-san~" Momo disse, sua voz um suave e sedutor cantarolar que fez todos olharem para ela. Ela se ajeitou de joelhos e se moveu pela cama em sua direção, ignorando completamente Mea. "Você, como sempre, é incrível até mesmo adormecido. Mas…" Seus olhos se estreitaram enquanto ela olhava para Mea. "... Por que exatamente a Mea está dormindo no meu lugar?"
A atmosfera mudou. A irritação de Momo, geralmente bem escondida sob uma fachada de aceitação e planejamento, estava agora visível na superfície. Ver outra garota, especialmente uma que ainda não era parte oficial do "harém", usurpando seu lugar privilegiado ao lado de Rito, acionou seus instintos territoriais.
"Eu sou… uh… sonâmbula!" Mea anunciou, colocando um dedo no queixo e olhando para o teto com uma expressão exageradamente pensativa. "Sim! Sonâmbula, assim como o Senpai! Devo ter me levantado e parado aqui durante a noite. Nem vi! Foi mal~" Ela finalizou com um sorriso despreocupado, claramente mentindo através dos dentes.
"Sei…" Momo respondeu, sua voz plana como uma lâmina. Ela não acreditou em uma única palavra. Seu olhar então voltou-se para Rito, e toda a irritação pareceu derreter, substituída por uma afeição calorosa e um desejo possessivo. "De qualquer forma, Rito-san. Bom dia~."
E então, sem nenhuma cerimônia, ela se moveu. Ela se aproximou dele, colocou uma mão em sua face e o puxou para um beijo que foi tudo menos inocente. Foi lento, deliberado e profundamente sensual, sua língua invadindo sua boca com uma confiança que declarava propriedade. Foi um beijo que dizia "você é meu" de uma forma que o beijo doce de Lala não o fizera. Rito, ainda surpreso, respondeu instintivamente, suas mão encontrando seu quadril.
"I-Isso é…!" Yami engasgou, sua voz um sussurro choque. Ela estava paralisada, observando a segunda demonstração pública de afeto em questão de minutos. Seu rosto estava agora vermelho brilhante, seus olhos pareciam girar levemente em suas órbitas enquanto ela tentava, e falhava, processar a visão. Aquele frio na barriga, a onda de calor… era muito mais forte agora. Ela levou uma mão ao peito, confusa com a sensação.
"Esses beijos vão com certeza forçar Yami Onee-chan a agir. Estou tão ansiosa para ver!" Mea pensou, sem desviar os olhos da expressão confusa de Yami.
"Yami, vem comigo me ajudar a preparar o café." Mikan anunciou, pegando a amiga perplexa pela mão. Ela praticamente a puxou para fora da cama, reconhecendo que Yami estava a um passo de um curto-circuito total ou de uma explosão homicida. "Vamos, antes que essa situação fique ainda mais esquisita."
Yami não resistiu, permitindo que Mikan a guiasse para fora do quarto em um estado de estupor, seu rosto ainda corado e seus olhos arregalados.
Rito e Momo se separaram, ambos um pouco sem foco. Momo lambeu os lábios, um sorriso triunfante e sedutor em seu rosto. "Um bom dia realmente perfeito, não acha, Rito-san~?"
"Com certeza." Respondeu Rito, sorrindo para Momo.
Foi então que Rito notou Nana. Ela estava sentada na cama, olhando para as mãos no colo. Ela não estava zangada, nem gritando. Ela parecia… desapontada. Triste. Como um cachorrinho abandonado que tinha visto todos os outros ganharem um petisco menos ela. Seu coração se apertou.
"Nana." Ele chamou, sua voz suave.
Ela levantou a cabeça, seus olhos violetas relutantes em encontrá-lo.
Rito se moveu através da cama, ajoelhando-se diante dela. "Bom dia." Ele disse novamente, e antes que ela pudesse responder, ele se inclinou e capturou seus lábios em um beijo.
Era diferente dos outros. Era mais suave, mais perguntando. Era um beijo para acalmar, para assegurar, para dizer "eu me importo com você" e "eu não me esqueci de você". Nana ficou rígida por uma fração de segundo antes de derreter contra ele, suas mão se enrolando nos cabelos dele. Foi um beijo lindo, terno e carregado de uma emoção que fez o ambiente ao redor deles parecer desaparecer.
Quando se separaram, um fio de saliva os conectou, um testemunho úmido da paixão do momento.
"Nana-chan, você realmente gosta muito do Senpai, hein?" Mea observou, seu tom de voz agora um pouco diferente, menos brincalhão e mais… pensativo. "Até usou a língua~."
O feitiço quebrou. O rosto de Nana, que havia se suavizado durante o beijo, congestionou-se novamente em um vermelho profundo por causa do comentário de Mea. "M-Mea! Cale a boca!" Ela gritou, agarrando um travesseiro e atirando nele a amiga, que desviou com uma risada.
"B-Bom dia, Rito." Nana finalmente conseguiu dizer, olhando para seus olhos, sua raiva momentânea substituída por uma timidez adorável. Ela claramente queria outro beijo, mas a presença de uma plateia a impedia.
Mea observou a troca, e pela primeira vez naquela manhã, seu sorriso pervertido vacilou. Ela sentiu uma coisa estranha no peito, uma pequena pontada… uma arritmia momentânea que não tinha nada a ver com excitação e tudo a ver com… algo mais. Ela a ignorou, focando na diversão. "Nana, você ainda não me contou como foi sua primeira vez com o Rito!" Ela disse, mudando de tática, sua empolgação voltando. "Todos os detalhes! Foi aqui? Foi romântico? Ele foi gentil?"
Nana pareceu que ia explodir de vergonha. "Eu… eu conto depois!" Ela gaguejou, virando o rosto para esconder sua expressão. "Quando estivermos a sós! Com o Rito ouvindo dá… dá muita vergonha!"
Rito sorriu, um calor genuíno enchendo seu peito. Ele achou aquele lado de Nana, sua mistura de fúria felina e timidez vulnerável, incrivelmente fofa. Lala, ao seu lado, assistia a cena com um grande sorriso, feliz por ver sua irmã mais nova tão viva e emocionada.
Com o clima finalmente mais calmo, o grupo começou a se mover. Eles desembaraçaram os lençóis, arrumaram a cama colossal (uma tarefa que exigiu o esforço de vários) e, um por um, saíram do quarto em direção ao banheiro e, subsequentemente, para o café da manhã.
A descida para a cozinha foi uma procissão barulhenta. Lala pulava degraus, falando animadamente sobre uma nova invenção que lhe veio em um sonho. Nana e Mea discutiam em voz baixa, com Nana ainda tentando esganar a amiga por seus comentários. Momo caminhava ao lado de Rito, seu braço unido com o dele, lançando olhares triunfantes para as outras.
//////////
A atmosfera na cozinha dos Yuuki era uma mistura eletrizante de aromas deliciosos e tensão sexual não resolvida. O ar pesado com o cheiro de missoshiru fumegante, arroz perfeitamente cozido no vapor, tamagoyaki levemente adocicado e tsukemono crocante deveria ser reconfortante. Mas para Rito, cada molécula de ar parecia carregada de uma eletricidade estática que fazia os pelos de seus braços se arrepiarem.
Mikan, com seu avental ainda amarrado na cintura, manuseava as últimas postas de peixe grelhado com uma eficiência que beirava a arte marcial. Seus movimentos eram precisos, quase robóticos, um claro indicativo de que ela estava focando toda a sua energia nervosa na tarefa para evitar pensar no incidente que havia ocorrido minutos antes. Seu rosto ainda mantinha um leve rubor, uma marca térmica do constrangimento.
Yami, por sua vez, havia recuado para uma compostura glacial. Ela arrumava os hashis e as tigelas na mesa com uma precisão militar, alinhando cada item com uma medida milimétrica que faria um sargento-instrutor chorar de orgulho. Seus olhos, porém, faiscavam com uma intensidade perigosa sempre que pousavam em Rito. Era o olhar de uma predadora que estava decidindo se valia a pena o esforço de abater uma presa particularmente irritante, mas que, por algum motivo inexplicável, despertava sentimentos conflitantes em seu peito.
"Finalmente." Disse Mikan, sua voz deliberadamente neutra enquanto colocava o peixe em um prato de servir. Ela não se virou para olhar para o grupo que entrava. "Pensei que iam dormir o dia todo. Sentem-se. A comida está quase pronta."
A ordem quebrou o feitiço de constrangimento que pairava sobre todos. O grupo moveu-se em direção à mesa, uma coreografia desajeitada de corpos tentando encontrar espaço onde não havia. Foi nesse momento que Rito, movido por um genuíno desejo de ajudar e talvez se redimir, decidiu se aproximar de Mikan.
"Mikan, deixa que eu levo isso." Ele ofereceu, estendendo as mãos para pegar o prato de peixe.
Foi como se ele tivesse pisado no rabo de um tigre adormecido. O universo, ou talvez apenas a maldição cósmica que parecia governar sua vida, decidiu que aquele era o momento perfeito para intervir. Seu pé, descalço como o de todos que haviam saído da cama, encontrou uma pequena poça de água, provavelmente feita por Celine em sua agitação matinal.
Um "Oops?" patético escapou de seus lábios antes que a física assumisse o controle total. Seus pés voaram para frente e seu corpo pesado e musculoso tornou-se um projétil desgovernado, um furacão de membros bem-definidos e boas intenções indo direto em direção a Mikan.
A reação de Yami foi puro instinto. Seus anos de treinamento como assassina anularem qualquer resquício de constrangimento. Ela identificou a ameaça (Rito), identificou o alvo (Mikan) e agiu. Num movimento desfocado, ela se colocou entre o RIto e a Mikan, braços abertos, preparada para conter o impacto.
O que ela não calculou foi a massa e o momentum do novo e melhorado Yuuki Rito.
O impacto foi sólido e barulhento. Um "OOF!" coletivo saiu de todos os pulmões presentes. Yami levou o choque de cheio no torso, e a força foi tanta que suas pernas não conseguiram suportar. Ela caiu para trás, e Rito, incapaz de se recuperar, tombou sobre ela. A tentativa heroica de Yami foi em vão, pois Mikan, tentando se esquivar, tropeçou no próprio pé e caiu por sobre os dois, resultando em um amontoado caótico de limbs e gemidos no chão da cozinha.
Por um momento de silêncio atordoado, ninguém se moveu. Então, a realidade da posição se impôs.
Rito estava de costas no chão frio, o ar tendo sido expulso de seus pulmões. Yami estava de joelhos sobre seu lado esquerdo, seu corpo colado ao dele de uma forma que faria um contorcionista corar. Seu rosto estava enterrado em seu pescoço, e ele podia sentir a incrível suavidade de sua pele e a textura fina de seu pijama contra seu braço. Sua mão esquerda, por puro reflexo de tentar se agarrar a algo durante a queda, havia acabado passando por baixo da camiseta solta de Yami. Seus dedos estavam firmemente pressionados contra a curva de sua nádega, e o tecido macio de sua calcinha azul-clara se deformava sob o aperto involuntário, mas decididamente firme, de sua mão.
Do seu lado direito, a situação era igualmente catastrófica. Mikan havia caído de lado, seu corpo também colado ao dele. Sua perna estava sobre as suas, e a mão direita de Rito, em uma replicação espelhada do desastre do lado esquerdo, havia encontrado refúgio sob a barra do shorts de pijama de Mikan. Desta vez, não havia barreira de tecido. Sua palma estava em contato direto, pele com pele, com a parte mais redonda e macia das nádegas de sua irmã. A calorosa suavidade sob sua mão fez seu cérebro derreter.
Usando as habilidades de um deus da luxúria, Rito conseguiu, durante a queda, tirar os shorts de Mikan e Yami com uma precisão anormal.
Mas o auge do desastre, a cereja do bolo do apocalipse, estava logo acima. Yami, ofegante e tentando se reorientar, levantou a cabeça do pescoço de Rito. Ao mesmo tempo, Mikan, igualmente desorientada, ergueu o rosto. Seus movimentos foram perfeitamente sincronizados pela fatalidade.
Os lábios de Yami e Mikan se encontraram.
Não foi um simples toque. Foi um beijo pleno, firme, resultado do ímpeto da queda. Os olhos de ambas se arregalaram simultaneamente, pupilas dilatando em puro e absoluto choque. O mundo parou. O som do ventilador, o cheiro da comida, os olhares dos outros - tudo desapareceu. Havia apenas aqueles dois pares de lábios unidos e quatro olhos espantados se encarando a centímetros de distância.
Até Peke, flutuando próximo, ficou com as bochechas inundadas de um vermelho vibrante. "Kyu!" Ee guinchou, cobrindo seus olhos com as pequenas mãos.
O silêncio foi quebrado por um par de suspiros ofegantes e estridentes quando as duas se separaram como se tivessem sido eletrocutadas.
"Des-DES-Desculpa!" Gaguejou Mikan, recuando seu rosto como se tivesse sido queimado, seu rosto tão vermelho quanto um tomate.
"Eu… Eu também… perdão." Sussurrou Yami, sua voz estranhamente rouca e fraca, uma tonalidade que ninguém jamais ouvira antes. Ela desviou o olhar rapidamente, uma onda de rubor escaldante subindo de seu pescoço até a testa.
A vergonha mútua durou apenas um segundo antes que seus cérebros, em perfeita sintonia, processassem a causa raiz de toda aquela situação. Suas cabeças giraram lentamente, e seus olhos, agora carregados de uma fúria homicida e de uma vergonha transbordante, se fixaram em Rito, que ainda estava preso debaixo delas.
Era inevitável. Era um evento canônico. Um ritual tão antigo quanto o tempo na casa dos Yuuki.
"Rito… ANIMAL!" Gritou Mikan, sua vergonha se transformando em raiva pura. Com a mão livre, ela a trouxe para frente em um amplo arco.
SMACK!
O som do tapa ecoou pela cozinha. Não foi um tapinha. Foi um golpe sólido, cheio do ódio fraterno de uma vida inteira de acidentes como esse. A marca de sua mão surgiu em vermelho vivo na bochecha de Rito.
Mas Rito, em sua nova forma, mal sentiu a dor física. Seu corpo absorveu o impacto. Sua mente, no entanto, estava em frangalhos. A imagem nítida, em alta definição, do beijo acidental entre Yami e Mikan estava queimada em sua retina. A suavidade da pele de Mikan sob sua mão direita, a sensação do tecido da calcinha de Yami sob sua mão esquerda… era uma sobrecarga sensorial que seu cérebro não estava equipado para processar. Ele estava simultaneamente aterrorizado e… profundamente comovido por aquela visão inesperada.
Ele não teve tempo de se desculpar ou de se mover.
"Yuuki Rito." A voz de Yami cortou o ar, gelada e carregada de uma promessa de violência. Era a voz da Escuridão Dourada, a assassina interestelar. "Parece que você perdeu o medo da morte."
Seus cabelos dourados se agitaram como serpentes enfurecidas, se transformando e se multiplicando no ar. Em vez de uma espada massiva, ela formou uma dúzia de punhos sólidos e acolchoados - uma clara, se bem que irônica, concessão ao fato de que ele não era mais um inimigo, mas ainda assim merecia uma punição severa.
THUMP! PAF! POW! BOP!
Uma saraivada de golpes se abateu sobre ele. Punhos de cabelo acertaram seu torso, seus ombros, suas coxas. Era como ser atacado por uma gangue de lutadores de boxe fantasmais. Os golpes não machucavam seriamente, mas eram incrivelmente eficazes em transmitir a mensagem: 'Isso foi extremamente inadequado e você vai pagar por isso.'
Rito tomou a surra sem tentar se defender, rolando parcialmente para proteger as garotas ainda parcialmente sobre ele. Quando a poeira baixou, ele estava deitado de costas no chão, ofegante, com a marca do tapa de Mikan brilhando em seu rosto e seu corpo todo latejando dos punhos de Yami.
Momo foi a primeira a se mover, um suspiro teatral escapando de seus lábios. "Ai, ai, Rito-san… sempre tão desastrado~" Ela disse isso com uma pitada de diversão em sua voz. Ela se ajoelhou ao seu lado, oferecendo uma mão para ajudá-lo a se levantar. Seus olhos roxos cintilavam com diversão e algo mais… algo como aprovação? "Pense pelo lado positivo." Ela sussurrou, se inclinando tão perto que seus lábios roçaram sua orelha, seu hálito quente causando um calafrio em sua espinha. "Você teve uma visão ótima logo pela manhã. Invejosa, até."
Enquanto Rito se sentava no chão, absorto em seus pensamentos, a memória do beijo fez nascer dentro dele uma nova emoção. Ela brilhava e florescia, diferente de qualquer outra coisa... e era excitante.
Mikan e Yami já estavam de pé, endireitando suas roupas com movimentos bruscos e irritados. Evitavam olhar uma para a outra, mas o rubor em seus rostos era idêntico.
"Desculpe." Murmurou Mikan, dirigindo-se a mesa.
"Me perdoe." Ecoou Yami, igualmente para a mesa.
Elas trocaram um último olhar rápido, um relance carregado de um entendimento complicado e vergonhoso, antes de se viraram e marcharam em direção à mesa, sentando-se com uma postura rígida.
Yami lançou um último olhar assassino na direção de Rito antes de se sentar, prometendo silenciosamente que a discussão sobre aquilo não havia terminado.
"O dia começou muito bem…" Rito pensou ironicamente, permitindo que Momo o puxasse para cima. Sua bochecha latejava e seu corpo doía, mas era um desconforto familiar, quase reconfortante em sua normalidade anormal.
Mea, que observara toda a cena com os olhos arregalados de puro êxtase, finalmente soltou a risada que estava engasgando. Ela se dobrou ao meio, segurando o estômago. "Ahahaha! Oh, céus! Senpai, você é melhor que qualquer programa de TV matinal! Isso foi incrível! A expressão de vocês três! E o beijo! Kyaaa!" Ela pulou para cima e para baixo, ignorando completamente o olhar mortífero que Yami e Mikan agora dirigiam a ela.
Rito e Momo se dirigiram à mesa. Rito escolheu seu lugar com o cuidado de um homem caminhando em um campo minado. Ele evitava olhar diretamente para Yami ou Mikan, focando em não causar mais nenhum desastre.
A mesa da cozinha dos Yuuki não era feita para oito pessoas. Era uma luta aconchegante, quase caótica, para todos se acomodarem. Ombros se esfregavam, joelhos se colidiam sob a mesa. Rito, é claro, se encontrou no centro do furacão, espremido entre Lala, que radiava felicidade ignorante, e Momo, que radiava intenções lascivas. Nana sentou-se do outro lado de Lala, ao lado de Mea, que ainda fungava de tanto rir. Yami sentou-se ao lado de Momo, sua postura ainda rígida, com Mikan tomando a cabeceira da mesa, servindo o arroz com uma expressão que tentava ser normal e falhava miseravelmente.
Nana estava visivelmente corada, mas não por causa do incidente no chão - ela ainda estava revivendo o beijo matinal que Rito lhe dera na cama. Seus olhos cintilavam sempre que pousavam nele, cheios de uma timidez. Lala, ao contrário de todos, parecia completamente alheia a qualquer tensão. Ela apenas olhava para todos com um largo e inocente sorriso, feliz por estar rodeada pelas pessoas que amava. Celine, estava focada em devorar o peixe que Mikan serviu a ela.
O café da manhã começou em um silêncio pesado, quebrado apenas pelo tilintar dos hashis e pelo som da comida sendo consumida. Todos estavam hiperconscientes uns dos outros, dos pequenos espaços entre seus corpos, de cada olhar fugaz.
Foi Yami quem quebrou o gelo, talvez numa tentativa desesperada de normalidade. Ela tomou um gole de seu missoshiru e inclinou a cabeça levemente. "Esta sopa está saborosa hoje, Mikan." Seu tom era educado, quase formal, mas um fio de genuína apreciação perpassava por ele.
O elogio pareceu surpreender Mikan. Ela piscou, olhando para Yami por uma fração de segundo antes de um pequeno e real sorriso tocar seus lábios. "Obrigada, Yami-san. É só a receita normal." Era um frágil tratado de paz, uma trégua não dita. Ambas estavam decididas a fingir que o beijo nunca havia acontecido.
"Tudo que a Mikan faz é perfeito!" Lala anunciou, abrindo um largo sorriso e quebrando qualquer resquício de formalidade com seu entusiasmo habitual.
Foi então que Rito sentiu a primeira investida da guerra silenciosa. Um pé descalço, incrivelmente suave, acariciou sua canela sob a mesa. Um calafrio percorreu sua espinha. Ele olhou para baixo, incapaz de ver nada, então ergueu os olhos através da mesa. Momo estava com uma expressão de absoluta inocência, levando uma porção minúscula de tamagoyaki à boca, mas o olhar que ela lhe dirigiu por baixo de seus longos cílios era tudo menos inocente. Era pesado, promissor e possessivo. Seu pé subiu mais alto, massageando sua panturrilha com movimentos circulares e deliberados, a pressão firme de seus dedos enviando ondas de calor por sua perna.
Rito engasgou com seu gole de chá verde, o líquido queimando sua garganta.
"Tudo bem, Rito-dono?" Perguntou Peke, pairando próximo ao seu ombro, detectando sua repentina agitação.
"Rito?" Lala perguntou, imediatamente preocupada. Ela começou a bater em suas costas com uma força que faria um lutador de sumô cambalear. "Você está bem? Precisa de água?"
"B-Bem!" Ele conseguiu responder, sua voz falhando enquanto tentava desesperadamente ignorar o toque provocante de Momo. "Só… engasguei. Foi nada."
Ele sentou-se mais ereto, tentando recuar sua perna, mas o pé de Momo o perseguiu, insistente. Foi quando outra sensação, completamente diferente, aconteceu. No seu outro lado, ele sentiu algo fofo e quente se enroscar em torno de sua perna direita. Era a cauda de Lala. Ela se enrolou em torno de sua panturrilha, dando um aperto aconchegante e afetuoso, um gesto puro de carinho e preocupão inconsciente da turbulência que acontecia do outro lado. O contraste era loucura: de um lado, a sedução calculista de Momo; do outro, o amor puro e descomplicado de Lala.
Ele estava sendo atacado por ambos os lados por afeições físicas completamente opostas.
E então, como se o universo insistisse em testar seus limites até o último segundo, ele sentiu um terceiro toque. Algo mais suave, quase hesitante, roçou contra a lateral de seu pé esquerdo. Seus olhos, instintivamente, se ergueram e se encontraram com os de Nana, sentada do outro lado de Lala. Ela corou violentamente, uma maré vermelha que subiu de seu pescoço até a raiz de seus cabelos, e desviou o olhar imediatamente, focando com intensidade repentina em seu bolinho de arroz como se contivesse os segredos do universo. Mas o toque de seu pé não recuou completamente. Ficou ali, repousando levemente contra o dele, um ponto de contato tímido e quente que falava mais do que qualquer palavra que Nana pudesse articular.
Rito sentiu seu próprio rosto aquecer até um ponto perigoso. Isso era… muito. Muito para processar durante o café da manhã. Sua mente nadava entre a sensação do toque de Momo, o carinho de Lala e a timidez ousada de Nana, tudo sobreposto à memória vívida das mãos nas nádegas de Mikan e Yami e do beijo acidental entre elas. Ele sentiu uma gota de suor escorrer por sua têmpora.
Mea, observando as expressões mudas, os rubores e a linguagem corporal rígida sob a mesa com olhos afiados e divertidos, não conseguiu se conter. Ela se inclinou para frente, através da mesa, e sussurrou para Rito, baixo o suficiente para que só ele ouvisse, seu sopro um quente contra seu ouvido: "Parece que tem uma guerra silenciosa acontecendo aí embaixo, hein, Senpai? Quem está ganhando? Três contra um? Que garoto sortudo~."
Rito corou ainda mais profundamente, engasgando novamente com nada. Ele agarrou seu chá e tomou um longo gole, tentando afogar seu constrangimento e focar no sabor amargo da bebida.
"Controle-se." Ele pensou, seu diálogo interno um grito de pânico. "A Yami está bem ali... qualquer movimento errado, qualquer gemido, qualquer reação... já era. Ela vai fazer mais do que punhos de cabelo."
Sob a mesa, seus próprios pés estavam paralisados, temendo mover um músculo e romper o precário equilíbrio de toques e carícias que o levavam à beira da insanidade. A guerra silenciosa, de fato, estava acontecendo. E Yuuki Rito, estava completamente à mercê dela.
Com o café da manhã terminado, todos se prepararam, despediram-se de Mikan e Celine e seguiram para a escola.
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A caminhada para a escola era, como de costume, tudo menos comum. O grupo formava um espetáculo à parte, atraindo olhares de admiração, inveja e completa perplexidade dos outros transeuntes. Lala liderava a marcha, sua cauda balançando alegremente enquanto ela pulava e apontava para coisas mundanas como se fossem as maravilhas do universo, sua energia inesgotável já em pleno vigor pela manhã. Rito caminhava ao seu lado, sua nova estatura imponente fazendo com que ele se destacasse na multidão. Seus ombros largos, seu peito definido sob o uniforme escolar, e uma postura mais confiante substituíram completamente o garoto desengonçado de outrora. Ainda assim, um leve rubor permanecia em suas faces, um resquício da "guerra silenciosa" travada sob a mesa do café da manhã.
Momo caminhava colada a ele, seu braço entrelaçado no dele de uma forma que era ao mesmo tempo possessiva e afetuosa. Seu sorriso era de quem tinha ganho uma pequena batalha, e seus olhos piscavam maliciosamente para ele de vez em quando, lembrando-o da sensação de seu pé em sua perna. Nana e Mea caminhavam logo atrás, uma ainda corada e evitando contato visual prolongado com Rito, a outra com um sorriso perpétuo e sabichão, observando todas as interações como se assistisse a uma novela fascinante.
Yami fechava a retaguarda, sua expressão serena mas seus olhos atentos, varrendo os arredores com a precisão de uma assassina. No entanto, um observador muito atento notaria um rubor quase imperceptível nas pontas de suas orelhas sempre que seu olhar pousava em Rito ou, mais especificamente, em Mikan, que não estava mais com eles.
A atmosfera entre eles era espessa, carregada de segredos compartilhados, ciúmes não ditos e uma tensão sexual que parecia palpável. Eles não eram mais apenas um grupo de amigos; eram um harém em funcionamento (tirando Mea e Yami), com todas as complexidades e conflitos que isso acarretava.
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Nos aposentos de Run e Ren...
Em um apartamento moderno e luxuoso, longe do caos habitual da casa dos Yuuki, Run Elsie Jewelria desligou seu celular com um toque irritado. Ela arremessou o dispositivo na cama de dossel, fazendo com que as cortinas de seda balançassem.
"Absurdo!" Ela resmungou para si mesma, cruzando os braços. "Reuniões de emergência sobre eventos especiais no meu único dia livre? Que timing horrível!"
Ela caminhou até uma grande janela, olhando para o movimento da cidade abaixo. Seus olhos, no entanto, não viam os carros ou as pessoas; eles viam apenas o rosto de um certo garoto.
"Esses eventos de última hora vão atrasar meus planos..." Ela suspirou, sua irritação dando lugar a uma determinação calculista. "Mas assim que eu resolver isso, irei para a escola, e nada irá me parar. Rito-kun, logo, logo, seremos inseparáveis."
Um sorriso doce, mas carregado de intenção, surgiu em seus lábios. Ela se virou e se dirigiu a uma elegante penteadeira. Abrindo uma gaveta oculta, ela retirou cuidadosamente um pequeno frasco. O objeto era peculiar e um tanto estranho. A parte superior era roxa, lisa e afunilada, como se fosse a chama de uma vela estilizada. Essa parte se encaixava perfeitamente sobre uma base preta arredondada, que exibia um enorme emoji com um sorriso suspeito - daqueles com os olhos fechados de uma forma estranha e um sorriso largo que transmite pura alegria e algo mais, algo... manipulador. Ao lado do emoji, dois coraçõezinhos roxos completavam o visual enganosamente fofo.
Até Peke, flutuando próximo, ficou com as bochechas inundadas de um vermelho vibrante. "Kyu!" Ee guinchou, cobrindo seus olhos com as pequenas mãos.
O silêncio foi quebrado por um par de suspiros ofegantes e estridentes quando as duas se separaram como se tivessem sido eletrocutadas.
"Des-DES-Desculpa!" Gaguejou Mikan, recuando seu rosto como se tivesse sido queimado, seu rosto tão vermelho quanto um tomate.
"Eu… Eu também… perdão." Sussurrou Yami, sua voz estranhamente rouca e fraca, uma tonalidade que ninguém jamais ouvira antes. Ela desviou o olhar rapidamente, uma onda de rubor escaldante subindo de seu pescoço até a testa.
A vergonha mútua durou apenas um segundo antes que seus cérebros, em perfeita sintonia, processassem a causa raiz de toda aquela situação. Suas cabeças giraram lentamente, e seus olhos, agora carregados de uma fúria homicida e de uma vergonha transbordante, se fixaram em Rito, que ainda estava preso debaixo delas.
Era inevitável. Era um evento canônico. Um ritual tão antigo quanto o tempo na casa dos Yuuki.
"Rito… ANIMAL!" Gritou Mikan, sua vergonha se transformando em raiva pura. Com a mão livre, ela a trouxe para frente em um amplo arco.
SMACK!
O som do tapa ecoou pela cozinha. Não foi um tapinha. Foi um golpe sólido, cheio do ódio fraterno de uma vida inteira de acidentes como esse. A marca de sua mão surgiu em vermelho vivo na bochecha de Rito.
Mas Rito, em sua nova forma, mal sentiu a dor física. Seu corpo absorveu o impacto. Sua mente, no entanto, estava em frangalhos. A imagem nítida, em alta definição, do beijo acidental entre Yami e Mikan estava queimada em sua retina. A suavidade da pele de Mikan sob sua mão direita, a sensação do tecido da calcinha de Yami sob sua mão esquerda… era uma sobrecarga sensorial que seu cérebro não estava equipado para processar. Ele estava simultaneamente aterrorizado e… profundamente comovido por aquela visão inesperada.
Ele não teve tempo de se desculpar ou de se mover.
"Yuuki Rito." A voz de Yami cortou o ar, gelada e carregada de uma promessa de violência. Era a voz da Escuridão Dourada, a assassina interestelar. "Parece que você perdeu o medo da morte."
Seus cabelos dourados se agitaram como serpentes enfurecidas, se transformando e se multiplicando no ar. Em vez de uma espada massiva, ela formou uma dúzia de punhos sólidos e acolchoados - uma clara, se bem que irônica, concessão ao fato de que ele não era mais um inimigo, mas ainda assim merecia uma punição severa.
THUMP! PAF! POW! BOP!
Uma saraivada de golpes se abateu sobre ele. Punhos de cabelo acertaram seu torso, seus ombros, suas coxas. Era como ser atacado por uma gangue de lutadores de boxe fantasmais. Os golpes não machucavam seriamente, mas eram incrivelmente eficazes em transmitir a mensagem: 'Isso foi extremamente inadequado e você vai pagar por isso.'
Rito tomou a surra sem tentar se defender, rolando parcialmente para proteger as garotas ainda parcialmente sobre ele. Quando a poeira baixou, ele estava deitado de costas no chão, ofegante, com a marca do tapa de Mikan brilhando em seu rosto e seu corpo todo latejando dos punhos de Yami.
Momo foi a primeira a se mover, um suspiro teatral escapando de seus lábios. "Ai, ai, Rito-san… sempre tão desastrado~" Ela disse isso com uma pitada de diversão em sua voz. Ela se ajoelhou ao seu lado, oferecendo uma mão para ajudá-lo a se levantar. Seus olhos roxos cintilavam com diversão e algo mais… algo como aprovação? "Pense pelo lado positivo." Ela sussurrou, se inclinando tão perto que seus lábios roçaram sua orelha, seu hálito quente causando um calafrio em sua espinha. "Você teve uma visão ótima logo pela manhã. Invejosa, até."
Enquanto Rito se sentava no chão, absorto em seus pensamentos, a memória do beijo fez nascer dentro dele uma nova emoção. Ela brilhava e florescia, diferente de qualquer outra coisa... e era excitante.
Mikan e Yami já estavam de pé, endireitando suas roupas com movimentos bruscos e irritados. Evitavam olhar uma para a outra, mas o rubor em seus rostos era idêntico.
"Desculpe." Murmurou Mikan, dirigindo-se a mesa.
"Me perdoe." Ecoou Yami, igualmente para a mesa.
Elas trocaram um último olhar rápido, um relance carregado de um entendimento complicado e vergonhoso, antes de se viraram e marcharam em direção à mesa, sentando-se com uma postura rígida.
Yami lançou um último olhar assassino na direção de Rito antes de se sentar, prometendo silenciosamente que a discussão sobre aquilo não havia terminado.
"O dia começou muito bem…" Rito pensou ironicamente, permitindo que Momo o puxasse para cima. Sua bochecha latejava e seu corpo doía, mas era um desconforto familiar, quase reconfortante em sua normalidade anormal.
Mea, que observara toda a cena com os olhos arregalados de puro êxtase, finalmente soltou a risada que estava engasgando. Ela se dobrou ao meio, segurando o estômago. "Ahahaha! Oh, céus! Senpai, você é melhor que qualquer programa de TV matinal! Isso foi incrível! A expressão de vocês três! E o beijo! Kyaaa!" Ela pulou para cima e para baixo, ignorando completamente o olhar mortífero que Yami e Mikan agora dirigiam a ela.
Rito e Momo se dirigiram à mesa. Rito escolheu seu lugar com o cuidado de um homem caminhando em um campo minado. Ele evitava olhar diretamente para Yami ou Mikan, focando em não causar mais nenhum desastre.
A mesa da cozinha dos Yuuki não era feita para oito pessoas. Era uma luta aconchegante, quase caótica, para todos se acomodarem. Ombros se esfregavam, joelhos se colidiam sob a mesa. Rito, é claro, se encontrou no centro do furacão, espremido entre Lala, que radiava felicidade ignorante, e Momo, que radiava intenções lascivas. Nana sentou-se do outro lado de Lala, ao lado de Mea, que ainda fungava de tanto rir. Yami sentou-se ao lado de Momo, sua postura ainda rígida, com Mikan tomando a cabeceira da mesa, servindo o arroz com uma expressão que tentava ser normal e falhava miseravelmente.
Nana estava visivelmente corada, mas não por causa do incidente no chão - ela ainda estava revivendo o beijo matinal que Rito lhe dera na cama. Seus olhos cintilavam sempre que pousavam nele, cheios de uma timidez. Lala, ao contrário de todos, parecia completamente alheia a qualquer tensão. Ela apenas olhava para todos com um largo e inocente sorriso, feliz por estar rodeada pelas pessoas que amava. Celine, estava focada em devorar o peixe que Mikan serviu a ela.
O café da manhã começou em um silêncio pesado, quebrado apenas pelo tilintar dos hashis e pelo som da comida sendo consumida. Todos estavam hiperconscientes uns dos outros, dos pequenos espaços entre seus corpos, de cada olhar fugaz.
Foi Yami quem quebrou o gelo, talvez numa tentativa desesperada de normalidade. Ela tomou um gole de seu missoshiru e inclinou a cabeça levemente. "Esta sopa está saborosa hoje, Mikan." Seu tom era educado, quase formal, mas um fio de genuína apreciação perpassava por ele.
O elogio pareceu surpreender Mikan. Ela piscou, olhando para Yami por uma fração de segundo antes de um pequeno e real sorriso tocar seus lábios. "Obrigada, Yami-san. É só a receita normal." Era um frágil tratado de paz, uma trégua não dita. Ambas estavam decididas a fingir que o beijo nunca havia acontecido.
"Tudo que a Mikan faz é perfeito!" Lala anunciou, abrindo um largo sorriso e quebrando qualquer resquício de formalidade com seu entusiasmo habitual.
Foi então que Rito sentiu a primeira investida da guerra silenciosa. Um pé descalço, incrivelmente suave, acariciou sua canela sob a mesa. Um calafrio percorreu sua espinha. Ele olhou para baixo, incapaz de ver nada, então ergueu os olhos através da mesa. Momo estava com uma expressão de absoluta inocência, levando uma porção minúscula de tamagoyaki à boca, mas o olhar que ela lhe dirigiu por baixo de seus longos cílios era tudo menos inocente. Era pesado, promissor e possessivo. Seu pé subiu mais alto, massageando sua panturrilha com movimentos circulares e deliberados, a pressão firme de seus dedos enviando ondas de calor por sua perna.
Rito engasgou com seu gole de chá verde, o líquido queimando sua garganta.
"Tudo bem, Rito-dono?" Perguntou Peke, pairando próximo ao seu ombro, detectando sua repentina agitação.
"Rito?" Lala perguntou, imediatamente preocupada. Ela começou a bater em suas costas com uma força que faria um lutador de sumô cambalear. "Você está bem? Precisa de água?"
"B-Bem!" Ele conseguiu responder, sua voz falhando enquanto tentava desesperadamente ignorar o toque provocante de Momo. "Só… engasguei. Foi nada."
Ele sentou-se mais ereto, tentando recuar sua perna, mas o pé de Momo o perseguiu, insistente. Foi quando outra sensação, completamente diferente, aconteceu. No seu outro lado, ele sentiu algo fofo e quente se enroscar em torno de sua perna direita. Era a cauda de Lala. Ela se enrolou em torno de sua panturrilha, dando um aperto aconchegante e afetuoso, um gesto puro de carinho e preocupão inconsciente da turbulência que acontecia do outro lado. O contraste era loucura: de um lado, a sedução calculista de Momo; do outro, o amor puro e descomplicado de Lala.
Ele estava sendo atacado por ambos os lados por afeições físicas completamente opostas.
E então, como se o universo insistisse em testar seus limites até o último segundo, ele sentiu um terceiro toque. Algo mais suave, quase hesitante, roçou contra a lateral de seu pé esquerdo. Seus olhos, instintivamente, se ergueram e se encontraram com os de Nana, sentada do outro lado de Lala. Ela corou violentamente, uma maré vermelha que subiu de seu pescoço até a raiz de seus cabelos, e desviou o olhar imediatamente, focando com intensidade repentina em seu bolinho de arroz como se contivesse os segredos do universo. Mas o toque de seu pé não recuou completamente. Ficou ali, repousando levemente contra o dele, um ponto de contato tímido e quente que falava mais do que qualquer palavra que Nana pudesse articular.
Rito sentiu seu próprio rosto aquecer até um ponto perigoso. Isso era… muito. Muito para processar durante o café da manhã. Sua mente nadava entre a sensação do toque de Momo, o carinho de Lala e a timidez ousada de Nana, tudo sobreposto à memória vívida das mãos nas nádegas de Mikan e Yami e do beijo acidental entre elas. Ele sentiu uma gota de suor escorrer por sua têmpora.
Mea, observando as expressões mudas, os rubores e a linguagem corporal rígida sob a mesa com olhos afiados e divertidos, não conseguiu se conter. Ela se inclinou para frente, através da mesa, e sussurrou para Rito, baixo o suficiente para que só ele ouvisse, seu sopro um quente contra seu ouvido: "Parece que tem uma guerra silenciosa acontecendo aí embaixo, hein, Senpai? Quem está ganhando? Três contra um? Que garoto sortudo~."
Rito corou ainda mais profundamente, engasgando novamente com nada. Ele agarrou seu chá e tomou um longo gole, tentando afogar seu constrangimento e focar no sabor amargo da bebida.
"Controle-se." Ele pensou, seu diálogo interno um grito de pânico. "A Yami está bem ali... qualquer movimento errado, qualquer gemido, qualquer reação... já era. Ela vai fazer mais do que punhos de cabelo."
Sob a mesa, seus próprios pés estavam paralisados, temendo mover um músculo e romper o precário equilíbrio de toques e carícias que o levavam à beira da insanidade. A guerra silenciosa, de fato, estava acontecendo. E Yuuki Rito, estava completamente à mercê dela.
Com o café da manhã terminado, todos se prepararam, despediram-se de Mikan e Celine e seguiram para a escola.
//////////
A caminhada para a escola era, como de costume, tudo menos comum. O grupo formava um espetáculo à parte, atraindo olhares de admiração, inveja e completa perplexidade dos outros transeuntes. Lala liderava a marcha, sua cauda balançando alegremente enquanto ela pulava e apontava para coisas mundanas como se fossem as maravilhas do universo, sua energia inesgotável já em pleno vigor pela manhã. Rito caminhava ao seu lado, sua nova estatura imponente fazendo com que ele se destacasse na multidão. Seus ombros largos, seu peito definido sob o uniforme escolar, e uma postura mais confiante substituíram completamente o garoto desengonçado de outrora. Ainda assim, um leve rubor permanecia em suas faces, um resquício da "guerra silenciosa" travada sob a mesa do café da manhã.
Momo caminhava colada a ele, seu braço entrelaçado no dele de uma forma que era ao mesmo tempo possessiva e afetuosa. Seu sorriso era de quem tinha ganho uma pequena batalha, e seus olhos piscavam maliciosamente para ele de vez em quando, lembrando-o da sensação de seu pé em sua perna. Nana e Mea caminhavam logo atrás, uma ainda corada e evitando contato visual prolongado com Rito, a outra com um sorriso perpétuo e sabichão, observando todas as interações como se assistisse a uma novela fascinante.
Yami fechava a retaguarda, sua expressão serena mas seus olhos atentos, varrendo os arredores com a precisão de uma assassina. No entanto, um observador muito atento notaria um rubor quase imperceptível nas pontas de suas orelhas sempre que seu olhar pousava em Rito ou, mais especificamente, em Mikan, que não estava mais com eles.
A atmosfera entre eles era espessa, carregada de segredos compartilhados, ciúmes não ditos e uma tensão sexual que parecia palpável. Eles não eram mais apenas um grupo de amigos; eram um harém em funcionamento (tirando Mea e Yami), com todas as complexidades e conflitos que isso acarretava.
//////////
Nos aposentos de Run e Ren...
Em um apartamento moderno e luxuoso, longe do caos habitual da casa dos Yuuki, Run Elsie Jewelria desligou seu celular com um toque irritado. Ela arremessou o dispositivo na cama de dossel, fazendo com que as cortinas de seda balançassem.
"Absurdo!" Ela resmungou para si mesma, cruzando os braços. "Reuniões de emergência sobre eventos especiais no meu único dia livre? Que timing horrível!"
Ela caminhou até uma grande janela, olhando para o movimento da cidade abaixo. Seus olhos, no entanto, não viam os carros ou as pessoas; eles viam apenas o rosto de um certo garoto.
"Esses eventos de última hora vão atrasar meus planos..." Ela suspirou, sua irritação dando lugar a uma determinação calculista. "Mas assim que eu resolver isso, irei para a escola, e nada irá me parar. Rito-kun, logo, logo, seremos inseparáveis."
Um sorriso doce, mas carregado de intenção, surgiu em seus lábios. Ela se virou e se dirigiu a uma elegante penteadeira. Abrindo uma gaveta oculta, ela retirou cuidadosamente um pequeno frasco. O objeto era peculiar e um tanto estranho. A parte superior era roxa, lisa e afunilada, como se fosse a chama de uma vela estilizada. Essa parte se encaixava perfeitamente sobre uma base preta arredondada, que exibia um enorme emoji com um sorriso suspeito - daqueles com os olhos fechados de uma forma estranha e um sorriso largo que transmite pura alegria e algo mais, algo... manipulador. Ao lado do emoji, dois coraçõezinhos roxos completavam o visual enganosamente fofo.
Nesse momento, a porta do quarto se abriu violentamente. Ren, seu irmão, entrou como um furacão, quase tropeçando em seus próprios pés em sua animação.
"Run, estou indo para a escola, arrumei um amigo novo que é incrível!" Ele anunciou, sua voz ecoando pelo quarto. Mal esperou por uma resposta e saiu correndo pelo corredor, sua energia contagiante deixando um rastro de caos invisível no ar.
Run arqueou uma sobrancelha, observando a porta aberta. "Ele está bem animado." Pensou, voltando a olhar pela janela, vendo Ren desaparecer na esquina. "Mas conhecendo meu irmão, deve ser alguém bem... inusitado." Ela abanou a cabeça, um sorriso afetuoso no rosto. Os problemas de Ren eram bem-vindos; eles a mantinham distraída dos seus próprios.
Sua atenção voltou ao frasco em sua mão. "Inusitado ou não, nada vai arruinar meu plano. Rito-kun será meu."
//////////
Longe dali, em uma floresta densa...
O ar estava pesado com o cheiro de pinheiro e terra. Sob o dossel verde, uma garota se movia com uma graça e velocidade sobrenaturais. Ela parecia ter idade colegial, vestindo uma blusa preta justa que deixava uma faixa de sua barriga lisa exposta e uma saia preta curta e plissada que balançava com seus movimentos ágeis. Seu cabelo era da cor do ébano, e seus olhos brilhavam com uma luz intensa e focada.
Dois robôs voadores, esferas metálicas com um único olho preto no centro, zuniam pelo ar, perseguindo-a implacavelmente. Feixes de laser vermelhos cortavam o ar, queimando folhas e atingindo troncos de árvores, mas sempre errando seu alvo por centímetros. A garota se movia em zigue-zuge, uma sombra negra dançando entre os raios de luz que filtravam pelas folhas.
"Que problemáticos!" Ela exclamou, sua voz um misto de irritação e diversão. De repente, ela parou, girando em seus calcanhares para encarar seus perseguidores.
Ela ergueu as mãos, e uma fumaça negra e espessa começou a emanar de suas palmas, coalescendo rapidamente para formar um escudo sólido e brilhante à sua frente. Os lasers dos robôs impactaram contra o escuro, sendo absorvidos sem deixar vestígios.
Com um gesto fluido e quase desdenhoso de suas mãos, a fumaça negra se desfez e se reformou instantaneamente em duas lâminas afiadas e sinistras, feitas da mesma escuridão densa. Elas cortaram o ar com um assobio silencioso e atravessaram os dois robôs como se fossem manteiga.
Os robôs pararam no ar, uma linha limpa e perfeita dividindo cada um ao meio. Por um breve momento, pairaram em silêncio antes de explodir em uma bola de fogo e fragmentos metálicos.
A garota nem sequer se perturbou. Ela já estava virando as costas para a explosão, andando para longe com um sorriso triunfante e confiante estampado no rosto. A onda de choque da explosão fez sua saia balançar assim como seus cabelos, mas ela não olhou para trás nem uma vez. A fumaça negra ao redor de suas mãos se dissipou no nada.
"Run, estou indo para a escola, arrumei um amigo novo que é incrível!" Ele anunciou, sua voz ecoando pelo quarto. Mal esperou por uma resposta e saiu correndo pelo corredor, sua energia contagiante deixando um rastro de caos invisível no ar.
Run arqueou uma sobrancelha, observando a porta aberta. "Ele está bem animado." Pensou, voltando a olhar pela janela, vendo Ren desaparecer na esquina. "Mas conhecendo meu irmão, deve ser alguém bem... inusitado." Ela abanou a cabeça, um sorriso afetuoso no rosto. Os problemas de Ren eram bem-vindos; eles a mantinham distraída dos seus próprios.
Sua atenção voltou ao frasco em sua mão. "Inusitado ou não, nada vai arruinar meu plano. Rito-kun será meu."
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Longe dali, em uma floresta densa...
O ar estava pesado com o cheiro de pinheiro e terra. Sob o dossel verde, uma garota se movia com uma graça e velocidade sobrenaturais. Ela parecia ter idade colegial, vestindo uma blusa preta justa que deixava uma faixa de sua barriga lisa exposta e uma saia preta curta e plissada que balançava com seus movimentos ágeis. Seu cabelo era da cor do ébano, e seus olhos brilhavam com uma luz intensa e focada.
Dois robôs voadores, esferas metálicas com um único olho preto no centro, zuniam pelo ar, perseguindo-a implacavelmente. Feixes de laser vermelhos cortavam o ar, queimando folhas e atingindo troncos de árvores, mas sempre errando seu alvo por centímetros. A garota se movia em zigue-zuge, uma sombra negra dançando entre os raios de luz que filtravam pelas folhas.
"Que problemáticos!" Ela exclamou, sua voz um misto de irritação e diversão. De repente, ela parou, girando em seus calcanhares para encarar seus perseguidores.
Ela ergueu as mãos, e uma fumaça negra e espessa começou a emanar de suas palmas, coalescendo rapidamente para formar um escudo sólido e brilhante à sua frente. Os lasers dos robôs impactaram contra o escuro, sendo absorvidos sem deixar vestígios.
Com um gesto fluido e quase desdenhoso de suas mãos, a fumaça negra se desfez e se reformou instantaneamente em duas lâminas afiadas e sinistras, feitas da mesma escuridão densa. Elas cortaram o ar com um assobio silencioso e atravessaram os dois robôs como se fossem manteiga.
Os robôs pararam no ar, uma linha limpa e perfeita dividindo cada um ao meio. Por um breve momento, pairaram em silêncio antes de explodir em uma bola de fogo e fragmentos metálicos.
A garota nem sequer se perturbou. Ela já estava virando as costas para a explosão, andando para longe com um sorriso triunfante e confiante estampado no rosto. A onda de choque da explosão fez sua saia balançar assim como seus cabelos, mas ela não olhou para trás nem uma vez. A fumaça negra ao redor de suas mãos se dissipou no nada.
Uma misteriosa garota envolta em escuridão... e seu destino estava prestes a se cruzar com o de outros.
//////////
Escola Sainan - Sala de Aula 2-A...
O dia na escola Sainan progrediu como um eco amplificado do café da manhã. O ar na sala de aula estava carregado de tensões não resolvidas e olhares furtivos.
Rito e as garotas já estavam em seus lugares. Lala, como sempre, estava radiante e distraída, desenhando esquemas de invenções bizarras em seu caderno. Momo sentava-se uma fileiras atrás de Rito, mas ele podia sentir o peso de seu olhar na nuca, um lembrete constante de sua presença. Nana, sentada ao lado de Mea, parecia determinada a quebrar a ponta de seu lápis de tanto apertá-lo, sua mente claramente revisitando o beijo matinal. Yami, em sua carteira perto da janela, parecia a mais concentrada, mas até ela parecia um pouco distante, seus olhos ocasionalmente perdidos no horizonte.
Haruna Sairenji e Yui Kotegawa, no entanto, eram o epicentro do desconforto silencioso. Elas chegaram juntas, cumprimentaram Lala e as outras com uma polidez quase dolorosa e imediatamente se refugiaram em seus livros. Haruna mal conseguia olhar na direção de Rito, suas bochechas coradas sempre que ele se mexia. Yui, por outro lado, lançava olhares rápidos e furiosos para ele, seus punhos cerrados sobre a mesa, como se estivesse lutando contra o desejo de gritar "Pervertido!" a plenos pulmões. A distância que havia se instalado entre eles desde a confissão do harém de Rito era tangível, um abismo que ele ainda não sabia como cruzar.
Risa Momioka, era o completo oposto. Sentada diagonalmente à frente de Rito, ela não fazia nenhum esforço para disfarçar seu interesse. Ela se virava constantemente em sua cadeira, mandando-lhe olhares ousados, piscadelas sugestivas e até mesmo soprando discretos beijos em sua direção, cada gesto fazendo com que o rosto de Rito se incendeiasse de vergonha e uma pontada de excitação involuntária. Ela sabia que algo havia mudado, que as barreiras dele estavam mais baixas, e estava determinada a explorar isso ao máximo.
O intervalo chegou como um alívio para todos. Haruna e Yui foram as primeiras a sair da sala, quase correndo, evitando qualquer possibilidade de interação. Rito observou-as sair com um aperto no coração.
Foi quando Kenichi Saruyama, seu melhor amigo e o epítome do pervertido de bom coração, se aproximou. Seus olhos refletiam a luz de forma suspeita enquanto ele se inclinava sobre a carteira de Rito.
"Rito." Ele sussurrou, sua voz carregada de curiosidade pervertida. "Por que a Momioka está provocando você com mais frequência que o normal? Ela está praticamente se oferecendo em uma bandeja! E o que aconteceu com a Sairenji e a Kotegawa? Elas parecem te evitar como se você tivesse uma doença contagiosa."
Momo, passando por perto para ir até o armário, ouviu a pergunta. Um sorriso de raposa surgiu em seu rosto. "Porque será..." Ela cantarolou, lançando uma olhada significativa para Rito antes de continuar seu caminho, balançando os quadris apenas o suficiente para ser notada.
Saruyama ficou com os olhos arregalados. "Rito! Você está escondendo algo? Você já tem a Lala! Você não está de olho na Momioka também, está!?" Ele fechou os punhos, fingindo uma raiva dramática. "Trair a confiança de uma garota como a Lala é um crime capital!"
Rito engoliu em seco. A pergunta direta pegou ele desprevenido. Ele sabia que não poderia manter o segredo para sempre, especialmente de seu melhor amigo. "N-Nã-" Ele começou, mas parou. Mentir seria pior. Ele olhou para a expressão expectante de Saruyama e depois para Risa, que estava olhando para ele por cima do ombro dela com um sorriso vitorioso.
"Eu não posso falar exatamente o que está rolando." Rito admitiu, baixando a voz. "É... complicado. Mas futuramente, eu prometo que conto tudo! Juro!"
Para Rito, foi uma admissão enorme. Para Saruyama, foi uma confissão.
O rosto de Saruyama se dissolveu em uma máscara de puro desespero cômico. "T-Tudo? Complicado? Rito... você... seu traidor!" Sua voz subiu para um tom dramático. "Como eu vou continuar vivendo sabendo que você está nadando em um mar de felicidade rosa enquanto eu afundo na seca absoluta? A inveja me consome!"
Com um pranto exagerado que ecoou pelo corredor, Kenichi Saruyama virou-se e saiu correndo da sala de aula, suas mãos cobrindo o rosto em agonia teatral. Ele tropeçou na porta, se recuperou com um solução dramático e desapareceu de vista, deixando para trás uma sala de aula em silêncio atordoado e Rito com uma mistura de constrangimento e amizade.
Risa riu, um som claro e divertido. Momo abanou a cabeça, divertida. Até Yami soltou um pequeno suspiro que poderia ser interpretado como irritação ou entretenimento.
Rito enterrou o rosto nas mãos. "Por que minha vida é assim?" Ele murmurou para si mesmo, embora uma pequena parte dele, a nova parte confiante, não quisesse de outra forma.
O sino tocou, marcando o fim do intervalo. Os estudantes começaram a voltar para suas carteiras. O dia continuaria, mas a tensão permaneceria. E em algum lugar, uma princesa com um frasco suspeito e uma garota envolta em sombras estavam se movendo em direção a ele, prometendo trazer ainda mais caos e confusão para a vida já extraordinariamente complicada de Yuuki Rito.
O desfecho do dia ainda estava por ser escrito, mas uma coisa era certa: a paz era um conceito estranho para ele e para aqueles que o amavam.
Escola Sainan - Sala de Aula 2-A...
O dia na escola Sainan progrediu como um eco amplificado do café da manhã. O ar na sala de aula estava carregado de tensões não resolvidas e olhares furtivos.
Rito e as garotas já estavam em seus lugares. Lala, como sempre, estava radiante e distraída, desenhando esquemas de invenções bizarras em seu caderno. Momo sentava-se uma fileiras atrás de Rito, mas ele podia sentir o peso de seu olhar na nuca, um lembrete constante de sua presença. Nana, sentada ao lado de Mea, parecia determinada a quebrar a ponta de seu lápis de tanto apertá-lo, sua mente claramente revisitando o beijo matinal. Yami, em sua carteira perto da janela, parecia a mais concentrada, mas até ela parecia um pouco distante, seus olhos ocasionalmente perdidos no horizonte.
Haruna Sairenji e Yui Kotegawa, no entanto, eram o epicentro do desconforto silencioso. Elas chegaram juntas, cumprimentaram Lala e as outras com uma polidez quase dolorosa e imediatamente se refugiaram em seus livros. Haruna mal conseguia olhar na direção de Rito, suas bochechas coradas sempre que ele se mexia. Yui, por outro lado, lançava olhares rápidos e furiosos para ele, seus punhos cerrados sobre a mesa, como se estivesse lutando contra o desejo de gritar "Pervertido!" a plenos pulmões. A distância que havia se instalado entre eles desde a confissão do harém de Rito era tangível, um abismo que ele ainda não sabia como cruzar.
Risa Momioka, era o completo oposto. Sentada diagonalmente à frente de Rito, ela não fazia nenhum esforço para disfarçar seu interesse. Ela se virava constantemente em sua cadeira, mandando-lhe olhares ousados, piscadelas sugestivas e até mesmo soprando discretos beijos em sua direção, cada gesto fazendo com que o rosto de Rito se incendeiasse de vergonha e uma pontada de excitação involuntária. Ela sabia que algo havia mudado, que as barreiras dele estavam mais baixas, e estava determinada a explorar isso ao máximo.
O intervalo chegou como um alívio para todos. Haruna e Yui foram as primeiras a sair da sala, quase correndo, evitando qualquer possibilidade de interação. Rito observou-as sair com um aperto no coração.
Foi quando Kenichi Saruyama, seu melhor amigo e o epítome do pervertido de bom coração, se aproximou. Seus olhos refletiam a luz de forma suspeita enquanto ele se inclinava sobre a carteira de Rito.
"Rito." Ele sussurrou, sua voz carregada de curiosidade pervertida. "Por que a Momioka está provocando você com mais frequência que o normal? Ela está praticamente se oferecendo em uma bandeja! E o que aconteceu com a Sairenji e a Kotegawa? Elas parecem te evitar como se você tivesse uma doença contagiosa."
Momo, passando por perto para ir até o armário, ouviu a pergunta. Um sorriso de raposa surgiu em seu rosto. "Porque será..." Ela cantarolou, lançando uma olhada significativa para Rito antes de continuar seu caminho, balançando os quadris apenas o suficiente para ser notada.
Saruyama ficou com os olhos arregalados. "Rito! Você está escondendo algo? Você já tem a Lala! Você não está de olho na Momioka também, está!?" Ele fechou os punhos, fingindo uma raiva dramática. "Trair a confiança de uma garota como a Lala é um crime capital!"
Rito engoliu em seco. A pergunta direta pegou ele desprevenido. Ele sabia que não poderia manter o segredo para sempre, especialmente de seu melhor amigo. "N-Nã-" Ele começou, mas parou. Mentir seria pior. Ele olhou para a expressão expectante de Saruyama e depois para Risa, que estava olhando para ele por cima do ombro dela com um sorriso vitorioso.
"Eu não posso falar exatamente o que está rolando." Rito admitiu, baixando a voz. "É... complicado. Mas futuramente, eu prometo que conto tudo! Juro!"
Para Rito, foi uma admissão enorme. Para Saruyama, foi uma confissão.
O rosto de Saruyama se dissolveu em uma máscara de puro desespero cômico. "T-Tudo? Complicado? Rito... você... seu traidor!" Sua voz subiu para um tom dramático. "Como eu vou continuar vivendo sabendo que você está nadando em um mar de felicidade rosa enquanto eu afundo na seca absoluta? A inveja me consome!"
Com um pranto exagerado que ecoou pelo corredor, Kenichi Saruyama virou-se e saiu correndo da sala de aula, suas mãos cobrindo o rosto em agonia teatral. Ele tropeçou na porta, se recuperou com um solução dramático e desapareceu de vista, deixando para trás uma sala de aula em silêncio atordoado e Rito com uma mistura de constrangimento e amizade.
Risa riu, um som claro e divertido. Momo abanou a cabeça, divertida. Até Yami soltou um pequeno suspiro que poderia ser interpretado como irritação ou entretenimento.
Rito enterrou o rosto nas mãos. "Por que minha vida é assim?" Ele murmurou para si mesmo, embora uma pequena parte dele, a nova parte confiante, não quisesse de outra forma.
O sino tocou, marcando o fim do intervalo. Os estudantes começaram a voltar para suas carteiras. O dia continuaria, mas a tensão permaneceria. E em algum lugar, uma princesa com um frasco suspeito e uma garota envolta em sombras estavam se movendo em direção a ele, prometendo trazer ainda mais caos e confusão para a vida já extraordinariamente complicada de Yuuki Rito.
O desfecho do dia ainda estava por ser escrito, mas uma coisa era certa: a paz era um conceito estranho para ele e para aqueles que o amavam.
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