Capítulo 40 - Confusão Noturna e Corações em Conflito

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To Love-Ru Darkness 3: Onde as Estrelas se Dissolvem


Escrita por: Matheus Leandro (Magnatah)


Capítulo 40 - Confusão Noturna e Corações em Conflito

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No Capítulo Anterior...
Rito ficou paralisado em sua cadeira, olhando para a porta aberta, sentindo um frio na espinha que não tinha nada a ver com seus poderes. O olhar de Yami não era de ódio. Era de desilusão. De mágoa.

"Mais uma magoada." Ele sussurrou para seu prato de curry, que agora parecia completamente sem graça. "E dessa vez, eu nem sei o motivo."

O jantar havia terminado. O silêncio que se seguiu foi o mais pesado de todos.


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Foi Mikan quem quebrou o estado silêncioso do grupo. Ela se levantou de repente, sua cadeira rangendo contra o chão. Seu rosto, antes tomado por uma vergonha avassaladora, agora estava marcado pela determinação e preocupação.

"Vou ir atrás da Yami." Ela anunciou, sua voz firme, mas com um tremor subjacente. Sem esperar por uma resposta, ela se virou e saiu correndo pela porta, seguindo os passos de sua melhor amiga.

O movimento pareceu desencadear os outros. Rito finalmente sacudiu a paralisia, erguendo-se. A visão de Mikan, sozinha, desaparecendo na escuridão da noite, fez seu estômago se contrair de preocupação. Ele não podia ir - sua presença só pioraria tudo, como uma prova viva da confissão que havia machucado Yami. Mas ele também não podia deixar Mikan ir sozinha.

Seus olhos se voltaram para Mea, que parecia simultaneamente arrependida por ter causado o caos e fascinada por tê-lo desencadeado.

"Mea." Ele pediu, sua voz carregada de uma seriedade rara. "Pode ficar observando a Mikan de longe? Se eu for lá só vai piorar a situação. Está de noite e não me sinto bem em deixar a Mikan ir sozinha a essa hora."

Mea olhou para ele, sua curiosidade dando lugar a um lampejo de responsabilidade - ou, mais provavelmente, à perspectiva de um favor futuro. Um sorrisinho malicioso brincou em seus lábios.

"Sim, eu vou lá." Ela concordou, saltando da cadeira com uma agilidade sobrenatural. "Mas você vai ficar me devendo uma." Ela apontou um dedo para ele antes de se virar e sair pela porta com um movimento quase fluido, desaparecendo na noite tão silenciosamente quanto um fantasma.

"Tomara que não seja nada muito difícil." Pensou Rito, observando-a ir, um peso pesado em seu peito. O preço da travessura de Mea seria cobrado, ele tinha certeza.

Com a saída delas, a energia na sala de jantar mudou novamente. A tensão aguda deu lugar a um cansaço melancólico. Lala olhou para Rito com grandes olhos preocupados.

"Rito… Yami vai ficar bem?" Ela perguntou, sua voz inocente carregando toda a complexidade da situação que ela apenas parcialmente entendia.

"Ela é forte, Lala. E a Mikan está com ela. Elas vão se entender." Rito respondeu, mais para se convencer do que a ela. "Vamos… vamos limpar isso."

Nana e Momo, ainda visivelmente abaladas, acenaram com a cabeça em silêncio. Eles trabalharam juntos, recolhendo os pratos, lavando a louça e limpando a mesa num silêncio contemplativo. Os sons domésticos normais - água corrente, o tilintar de porcelana - pareciam estranhamente amplificados na ausência de conversas.

Após arrumar a cozinha, Rito sentiu uma necessidade esmagadora de solidão. "Vou tomar um banho." Ele murmurou, e as princesas assentiram com compreensão silenciosa.

Sob o jato de água quente, Rito deixou a tensão do dia escorrer de seus músculos. Ele fechou os olhos, a imagem do rosto machucado de Yami queimando em sua retina. Ele revisou mentalmente o dia caótico: a confissão de Haruna, a rejeição de Yui, o início do namoro com Risa, a revelação bombástica da Doutora Mikado, e agora isso. Ele sentiu o peso de suas emoções e das emoções que ele desencadeara nas outras.

"Eu jurei para Lala que iria consertar isso, e é o que vou fazer" Ele pensou, cerrando os punhos debaixo d'água. A determinação acendeu um fogo dentro dele. Ele não era mais o garoto desastrado e passivo de antes. Ele protegeria todos aqueles sentimentos, todas aquelas garotas, não importa o quão complicado fosse.

Sua mente então se voltou para a cientista pervertida. "Doutora Mikado... não consigo dizer se ela estava dizendo a verdade ou só brincando, ela realmente quer entrar no meu harém!? Impossível! Ela estava só me provocando. Estou um pouco nervoso sobre o que ela quer me falar, tomara que não seja nada ruim."

Ele saiu do banho, se enxugou e vestiu um pijama simples, seu corpo definido visível mesmo através do tecido folgado. Com uma mente um pouco mais clara, mas ainda pesada, ele subiu as escadas e se trancou em seu quarto, deitando na cama absurdamente grande. Ele olhou para o teto, perdido em seus pensamentos, completamente alheio aos planos que estavam sendo traçados do outro lado da porta.

//////////

Durante o banho das Princesas Deviluke…
Enquanto Rito se isolava, as princesas se reuniram no banheiro. Lala, como sempre, foi a primeira a se despir, com uma naturalidade despreocupada que era apenas sua. "Hora do banho!" Ela cantarolou, ativando uma de suas invenções. "Hirobiro Bathroom-Kun, ativar!"

Com um whoosh e um brilho rosa, a banheira padrão se transformou em uma piscina termal luxuosa e gigante, com vapor subindo suavemente da água quente.

"Ahhh tá quentinha." Lala suspirou de prazer, se jogando na água com um splash entusiástico e afundando até o pescoço, uma expressão de pura felicidade em seu rosto.

Momo começou a se despir com uma graça calculada, cada movimento deliberado. Nana, por outro lado, ficou observando os seios da irmã com um misto de admiração e inveja juvenil.

"Acho que eles cresceram de novo, você não acha, Nana?" Momo provocou, sua voz assumindo um tom sedoso de raposa, enquanto se virava para exibir seu corpo.

Nana olhou para os seios de Momo e depois para os seus próprios, um leve franzir de sobrancelha em seu rosto. É tão injusto. Somos gêmeas.

"Acho que eles estão diminuindo, hum!" Nana respondeu, tentando mascarar sua insegurança com petulância. Ela tirou a roupa rapidamente e entrou na banheira, mergulhando para esconder seu constrangimento.

"Nana, você ainda se preocupa com isso? O tamanho não importa!" Lala disse, sua voz ecoando na água quente, tentando consolar a irmã mais nova.

"É fácil para você falar, Ane-ue." Nana murmurou, seu olhar fixo nos seios generosos de Lala, que flutuavam levemente na água.

"Rito-san não se importa com o tamanho, já se esqueceu da brincadeirinha que vocês dois fizeram no seu quarto!?" Momo disse, colocando uma mão na boca para conter uma risada. "Ops, esqueci que você fica com vergonha de falar." Seus olhos brilhavam com diversão maliciosa.

Nana ficou instantaneamente vermelha, do pescoço até as pontas das orelhas. A lembrança daquele encontro privado com Rito, de seus toques e da forma como ele a fez sentir, a inundou com uma onda de vergonha e prazer. Decidida a se vingar, ela nadou rapidamente e apertou a sensível  cauda de Momo.

"NAHHH~!" Momo arqueou as costas com um choque surpreso, um gemido escapando de seus lábios. A sensação era intensamente elétrica. "N-Nana, f-foi só uma b-brincadeira, Nhhaa~" Ela gemeu, sua força escapando por um momento.

Mas Momo não era uma garota que se rendia facilmente. Com um movimento rápido e sorrateiro, ela alcançou a cauda de Nana e começou a apertar a ponta extremamente sensível.

"NGAHH~! MOMO, SUA..." Dessa vez, foi a vez de Nana perder toda a força, seu corpo ficando mole e ofegante na água quente.

Lala assistiu à cena com um sorriso largo e afetuoso, adorando ver suas irmãs "se dando tão bem". No entanto, por trás de seu sorriso, uma preocupação persistia. Ela havia visto a expressão sombria no rosto de Rito quando ele saíra do banho.
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"Rito estava muito triste." Ela disse, sua voz ficando séria, quebrando a brincadeira das irmãs. "Precisamos animá-lo!"

Momo e Nana pararam sua luta aquática, soltando as caudas uma da outra. A diversão foi substituída por uma preocupação compartilhada.

"Como vamos fazer isso? Três garotas estão chateadas com ele." Nana lembrou, seu tom agora sombrio.

Momo ficou quieta por um momento, seus olhos roxos estreitados em pensamento. Então, um sorriso lento e astuto se espalhou por seu rosto. "Eu tive uma ideia." Ela sussurrou, nadando para mais perto e puxando Lala e Nana para formar um círculo íntimo. "Nós podemos...." Ela sussurrou seu plano audacioso no ouvido delas.

Após ouvir os detalhes, Lala e Nana tiveram reações drasticamente diferentes.

"Adorei a ideia, Momo! É brilhante!" Lala exclamou, seus olhos brilhando com empolgação pura, já imaginando a diversão.

"N-Não, impossível! Isso é muito vergonhoso!" Nana protestou, seu rosto ficando vermelho novamente, mas por um motivo totalmente diferente agora.

"Então você não quer ajudar o Rito-san?" Momo perguntou, sua voz assumindo um tom de fingida decepção. "É bom. Só eu e a Onee-sama levaremos o crédito por animá-lo." Era uma jogada inteligente, destinada a fazer Nana se sentir excluída e, mais importante, com ciúmes.

Nana ficou em silêncio, sua lealdade a Rito e seu desejo de não ficar de fora da "diversão" da irmã batalhando contra sua vergonha colossal. "T-Tá, eu vou participar." Ela finalmente cedeu, cruzando os braços e desviando o olhar. "Mas só porque a Ane-ue também vai!" Ela acrescentou rapidamente, tentando salvar as aparências.

Com o plano traçado, as irmãs Deviluke saíram da banheira, se secaram com toalhas fofas e saíram do banheiro, já colocando a primeira fase em ação.

"Antes de pôr o plano em prática, vou terminar de arrumar a cozinha." Momo anunciou, vestindo um roupão e seguindo em direção à cozinha com um passo determinado.

"Eu vou ao meu quarto pegar o que precisamos." Lala disse, sua animação contagiante, enquanto subia as escadas dois degraus de cada vez.

"Espera, Ane-ue, eu vou com você." Nana disse, seguindo Lala rapidamente, seu coração batendo forte antecipação e puro terror.

//////////

Fora da casa dos Yuuki…
Enquanto isso, Mikan corria pelas ruas silenciosas do bairro, seus chinelos fazendo um som suave contra o asfalto. A noite estava fresca, ela segurava a base do vestido enquanto ia atrás de Yami. Sua mente estava focada em apenas uma coisa: encontrar Yami.

Mea, fiel ao pedido de Rito, pairou indetectável acima de um poste, seus olhos aguçados vasculhando as sombras abaixo. Ela era uma guardiã silenciosa, uma presença oculta garantindo que nenhum perigo se aproximasse de Mikan. Foi Mea quem avistou primeiro: uma figura solitária e familiar, sentada imóvel em um balanço no parquinho vazio no final da rua. Ela se aproximou e sussurrou a localização para Mikan e depois se afastou sem deixar rastros.

Mikan desacelerou, sua respiração ofegante. Ela viu Yami, sua silhueta elegante recortada contra a luz fraca de um poste distante. Ela parecia menor, mais vulnerável, balançando-se lentamente para frente e para trás com uma expressão de confusão e tristeza profunda que partiu o coração de Mikan. Ela entrou no parquinho e se aproximou lentamente, sentando-se no balanço ao lado de Yami em silêncio.

O silêncio entre elas não era desconfortável, mas carregado de emoções não ditas. Minutos se passaram, apenas o rangido suave das correntes do balanço preenchendo o ar.

"Yami-san? Você está melhor?" Mikan finalmente perguntou, sua voz um sussurro gentil.

Yami não olhou para ela, seus olhos vermelhos fixos em algum ponto distante na escuridão. "Sim... Mikan-san, você e Yuuki Rito estão realmente juntos?" A pergunta saiu plana, mas Mikan pôde detectar um tremor de incredulidade persistente.

"S-Sim..." Mikan confirmou, seus dedos se entrelaçando nervosamente. "Eu realmente gosto muito dele. Só de pensar nele indo morar longe do planeta Terra... me fez perceber que não posso e não quero ficar longe dele." Suas bochechas ficaram levemente coradas com a admissão, mas sua voz era firme e sincera.

Yami finalmente virou a cabeça, observando a sinceridade no rosto de sua melhor amiga. Um rubor leve e quase imperceptível coloriu suas próprias bochechas pálidas.

"Você não fica com ciúmes dele também estar com outras garotas?" Yami perguntou, sua cabeça inclinada com genuína confusão.

"Sim e não." Mikan respondeu honestamente, balançando-se suavemente. "É normal sentir ciúmes. No começo, foi doloroso saber dele com as garotas, mas eu fui aceitando. Elas o amam também e fariam de tudo pelo Rito. Saber que ele é tão amado... isso é algo que me fez ficar mais tranquila." Ela olhou para Yami, esperando que ela entendesse.

Yami processou aquilo. O conceito era estranho, mas a lógica por trás da aceitação de Mikan era sonora. "Yami, eu só não te contei antes pois... eu estava envergonhada." Mikan continuou, sua voz ficando mais quieta. "Contar que eu estou namorando meu próprio irmão é algo bem difícil de contar, mesmo levando em consideração que agora não temos mais o mesmo sangue."

A admissão da vergonha de Mikan pareceu ressoar com Yami. Ela sentiu um pouco de sua própria tensão inicial se dissipar. Mikan não a havia traído ou mantido em segundo plano por malícia. Ela estava simplesmente assustada e envergonhada. Um sorriso leve, quase imperceptível, tocou os lábios de Yami. A mágoa deu lugar à compreensão.

Mikan viu a mudança e sentiu uma onda de alívio. Ela decidiu então fazer a pergunta que queimava em sua mente desde que Yami fugiu.

"Yami-san, você por acaso... gosta do Rito?" A pergunta foi direta, sem rodeios, lançada no ar tranquilo da noite.

O efeito foi instantâneo e dramático. Yami congelou. Seu balanço parou abruptamente. "G-G-Gostar? E-Eu... N-NÃO, IMPOSSÍVEL!" Ela explodiu, sua voz saindo em um tom anormalmente agudo e vacilante. Ela soltou uma risada fraca e falsa, suas mãos se agarrando às correntes do balanço com força branca. Seu rosto estava vermelho como um tomate.

"Yami onee-chan, você não é sincera..." Pensou Mea, observando de cima de uma árvore próxima, um sorriso leve apareceu em seu rosto.

"E essa reação, é sério isso!?" Pensou Mikan, uma sobrancelha levantada enquanto observava Yami se contorcer. "Ela realmente gosta do Rito!?"

A tensão quebrou. Mikan não pôde deixar de rir. Era muito fofo.

"Yami-san, essa reação foi muito fofa." Mikan disse entre risadas.

"Reação!? É v-verdade, eu não g-gosto daquele pervertido!" Yami insistiu, cruzando os braços com força e virando o rosto, mas a vermelhidão em suas orelhas a traía.

Mikan parou de rir, seu sorriso se tornando suave e compreensivo. "Yami, me conte no seu tempo, quando estiver preparada." Ela disse gentilmente, colocando uma mão calmante no ombro de Yami. "Vamos voltar?... Tive uma ideia. Você hoje vai dormir lá em casa, no meu quarto, que tal?" Ela perguntou, esperançosa, levantando-se do balanço.

Yami olhou para ela, a tempestade de emoções em seus olhos vermelhos gradualmente se acalmando. A offerta era tentadora - ficar perto de Mikan, sua âncora, e talvez... apenas talvez... estar perto dele também. "Ok." Ela concordou, seu voz voltando ao seu tom normal e plano. "Eu vou dormir na sua casa hoje." Um pequeno, mas genuíno sorriso tocou seus lábios.
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Aliviada, Mikan sorriu, e as duas começaram a caminhar de volta para casa, o ar entre elas agora mais leve.

"Deu tudo certo." Pensou Mea, saltando silenciosamente do galho da árvore. "Agora é hora de cobrar meu favor ao Senpai." Um sorrisinho malicioso esticou seus lábios enquanto ela seguia em direção à casa dos Yuuki, antecipando o caos que certamente se seguiria.

//////////

De volta à casa dos Yuuki…
Mikan e Yami entraram pela porta da frente. A casa estava mais quieta agora. Celine estava enrolada no sofá, assistindo a um programa de TV com olhos sonolentos. Elas olharam em volta e viram Momo saindo da cozinha, secando as mãos em um pano - aparentemente ela tinha terminado de arrumar tudo.

Mikan foi até a cozinha. "Obrigada, Momo-san!" Ela agradeceu.

"Não por isso, Mikan-san!" Momo respondeu com um sorriso doce, mas seus olhos cintilavam com conhecimento.

"Oi, Yami-san, está melhor? Deve ter sido um choque, saber daquilo tudo de uma só vez." Momo disse, seu olhar analítico percorrendo o rosto de Yami, procurando por sinais de angústia residual.

"S-Sim..." Yami respondeu, desviando o olhar levemente, a lembrança da pergunta de Mikan no parquinho ainda fresca em sua mente, fazendo suas bochechas esquentarem.

"Mikan, já tomamos banho e Rito-san já foi deitar." Momo mencionou casualmente, mas com uma entonação sugestiva que não passou despercebida.

"T-Tomaram banho!? Juntos!?" Yami perguntou, seus olhos se arregalando novamente com a perspectiva.

"Não, bobinha, o Rito-san tomou banho sozinho..." Momo disse, começando a sair da cozinha. Mas então, ela parou na porta e lançou a bomba final sobre o ombro, com um sorriso de raposa astuta. "Pelo menos hoje ele tomou banho sozinho." E então ela saiu, deixando as palavras pairando no ar como fumaça.

"Pelo menos hoje!?" Yami repetiu, seu cérebro processando as implicações. Ela se virou para Mikan, seu rosto uma máscara de choque e uma pontada inexplicável de ciúmes. "Mikan-san. O que ela quis dizer?"

Mikan olhou para o chão, seu próprio rosto ficando corado. "É que... eles já tomaram banho juntos outras vezes..." Ela murmurou, sentindo-se estranhamente envergonhada por admitir isso.

Yami se deixou cair pesadamente em uma cadeira da cozinha, exausta. "É coisa demais para uma noite." Ela declarou, olhando para o teto como se implorasse por paciência.

Seus olhos então se fixaram em Mikan novamente, e outra pergunta surgiu em sua mente, impulsionada por uma curiosidade súbita e irresistível. "Mikan-san, você e o Yuuki Rito já se b-beijaram?"

Mikan ficou surpresa com a pergunta direta, mas respondeu honestamente, seu rosto queimando. "S-sim..."

Foi quando Mea decidiu fazer sua entrada dramática, aparecendo da sombra do corredor com um pop audível. "Senpai é bem rápido, nem a irmãzinha dele escapou daquelas garras." Ela sussurrou, alto o suficiente para apenas Mikan e Yami ouvirem. Seus olhos pousaram em Yami, brilhando com diversão. "Yami onee-chan, acho que você precisa de uma ajudinha."

"Ajudinha?" Yami perguntou, sua cabeça inclinada com confusão.

"Sim, com o Rito-senpai. Do jeito que andam as coisas, é difícil ele entender o que você sente por ele." Mea explicou, como se estivesse discutindo o clima.

"M-Mas eu n-não s-sinto nada por ele." Yami gaguejou, sua máscara de impassibilidade rachando completamente, seu rosto inundado de cor. Ela desviou o olhar.

"Tente ser menos assustadora com ele... tente ser mais amigável e tudo dará certo!" Mea aconselhou, com a sabedoria duvidosa de quem causou a maior parte do problema.

"Ser menos assustadora e mais amigável..." Yami repetiu, ficando pensativa. A semente foi plantada. Mas então, ela pareceu se recompor. "Isso não importa, eu já disse que n-não gosto daquele pervertido." Apesar de suas palavras, ela ainda parecia pensativa.

Mea e Mikan trocaram um olhar significativo. Era um olhar que dizia: "Parece que deu certo."

Decidindo que chega de conversa por uma noite, Yami, Mikan e Mea foram tomar um banho rápido e foram juntas. Mikan pegou Celine, sonolenta, do sofá e a levou para o banho também.
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//////////

No quarto de Lala…
Enquanto isso, Momo subiu as escadas e entrou no quarto de Lala. Sua irmã mais velha estava de pé diante de uma pequena mesa, examinando 2 dispositivos com concentração.

"Onee-sama, está tudo pronto?" Momo perguntou, seus olhos percorrendo os dispositivos.

"Sim!" Lala anunciou, feliz, segurando dois pequenos dispositivos brancos com formato de coração.

"Perfeito! Vamos pôr o plano em prática!" Momo disse, pegando um dos dispositivos prendendo no cabelo e ativando.

Nana pegou o segundo e fez o mesmo. "Isso é mesmo necessário?" Ela reclamou, seu tom cheio de arrependimento prévio.

"Com certeza! É de extrema importância." Momo afirmou com convicção inabalável. 

"Peke, sua vez!" Exclamou Lala sorridente e ansiosa.

"Tudo pronto, Lala-sama." Respondeu Peke finalizando o pedido de dela, imaginando a confusão que irá se seguir.

Elas então saíram do quarto e se dirigiram ao quarto de Rito - que agora também era o quarto delas.

//////////

Depois do banho de Mikan, Celine, Yami e Mea…
Yami seguiu Mikan até seu quarto. Mea, que estava com elas, se esticou.

"Bem, vou dormir no quarto das princesas junto com o Senpai." Ela anunciou.

"Mea, lá só tem uma cama, e Yuuki Rito tem manias estranhas quando dorme." Yami alertou, lembrando vividamente de quando eles dormiram juntos - graças a uma invenção de Lala que grudou a mão deles.

"Verdade." Mikan concordou, um rubor aparecendo em seu rosto ao lembrar de várias ocasiões semelhantes.

"Maravi- digo, sem problemas! As princesas estarão lá, então nada de ruim pode acontecer." Mea disse, já se movendo em direção à porta do quarto de Rito. "Eu acho..." Ela sussurrou bem baixo, quase inaudível.

"Essa Mea... me lembra muito a Momo..." Mikan murmurou, olhando para Mea com os olhos semi-cerrados.

"Yami-san, vamos!" Mikan disse, entrando em seu quarto. Celine, revigorada pelo banho, correu para a cama e começou a pular nela animadamente.

"Celine, vai bagunçar a cama." Mikan reclamou, indo arrumar os lençóis.

Um sorriso pequeno e genuíno se formou nos lábios de Yami enquanto ela observava a cena doméstica. A casa podia ser um campo de batalha caótico de emoções e ciúmes, mas também era incrivelmente vibrante e acolhedora.

"Yami-san, a cama é pequena, então eu posso dormir no chão." Mikan ofereceu, indo pegar um futon do armário.

"Mikan, eu durmo no chão. Não precisa fazer isso." Yami protestou, não querendo ser um incômodo.

"Então vamos dormir juntas. É apertado, mas ninguém dorme no chão." Mikan propôs, olhando para Yami com esperança.

Yami pensou por um momento e então acenou com a cabeça. "Aceito. Ótima ideia." Ela sorriu levemente.

"MAU!" Celine parou de pular de repente, suas orelhas se erguendo. Um barulho - gritos abafados, risadas e um baque surdo - vinha do quarto de Rito.

"Por que eles estão fazendo tanto barulho a essa hora!?" Mikan perguntou, incrédula, sua curiosidade superando a exaustão.

"Vamos lá, eu quero ver o motivo dessa barulheira." Ela disse, decidida, já se movendo em direção à porta.

//////////

Após o Banho, Rito Foi Para Seu Quarto…
Rito estava em seu quarto sozinho, deitado na cama exageradamente enorme. Ele olhava para o teto, seus pensamentos um turbilhão.

Hoje foi um dos dias mais complicados que já tive!
Em um único dia, consegui deixar três garotas tristes.
Eu jurei para Lala que iria consertar isso, e é o que vou fazer. 

Ele ergueu uma mão para o teto, cerrando o punho com força, como se estivesse selando um juramento.


Doutora Mikado... não consigo dizer se ela estava dizendo a verdade ou só brincando.
Ela realmente quer entrar no meu harém!?
Impossível! Ela estava só me provocando.
Estou um pouco nervoso sobre o que ela quer me falar. Tomara que não seja nada ruim-.


CLANG!

A porta do quarto se abriu violentamente, interrompendo seus pensamentos. A visão que se apresentou a ele fez com que seu cérebro parasse de funcionar por um segundo completo e que o sangue corresse para lugares... interessantes.

Lala, Nana e Momo entraram, e Momo fechou a porta rapidamente atrás delas. Rito não sabia para onde olhar primeiro, mas uma coisa era certa: aquela cena o deixou instantaneamente muito, muito excitado.

As princesas Deviluke estavam com fantasias:

Lala estava vestida de coelhinha, com duas orelhas de coelho brancas e fofas, um pompom fofo como rabo, e até luvas de patinhas branca. Ela usava um top rosa curto que mostrava uma perigosa quantidade de seus seios generosos, e uma mini saia branca e fofa. Em dos lados da saia, na altura da cintura, havia um coração branco em relevo.

Nana vestia uma fantasia de gatinha. Ela tinha orelhas de gato brancas realistas, uma cauda longa e felpuda, e até luvas de gatinho. Ela usava uma blusinha justa de manga longa branca e uma mini saia rosa.

Momo estava vestida de empregada francesa, usando um traje clássico em tons de preto e branco, com um avental rendado e meia-calça listrada.
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"Garotas, por que vocês estão vestidas assim!?" Rito perguntou, sua voz saindo mais aguda do que o pretendido, seu rosto ficando profundamente vermelho.

"Você parecia estar muito triste, então Momo teve uma ideia para te animar!" Lala explicou, pulando na cama gigante com a energia de um coelho real, fazendo o colchão tremer.

"Rito-Sama~" Momo pulou na cama, sua voz baixa e sedutora enquanto se aproximava dele com um passo sinuoso. "Estou aqui para te servir. Eu irei fazer tudo o que o mestre mandar." Seus olhos semi-cerrados prometiam coisas proibidas.

"Se você ficar deprimido, vai nos preocupar, seu bobo!" Nana acrescentou, sua tentativa de soar brava arruinada pelo constrangimento extremo que a fazia torcer as pontas de sua saia. Ela também se aproximou, relutantemente.

"Sama? Mestre? Momo, p-para com isso, me chame apenas de Rito." Ele suplicou, sentindo o calor subir para seu rosto.

"Ohh, parece que isso te animou, não é mesmo... Mestre?" Momo provocou, sussurrando a última palavra diretamente em seu ouvido, seu hálito quente contra sua pele.

"Ahhh, Rito gosta que chame ele de Mestre?" Lala perguntou, genuinamente curiosa e inocente.

"N-Não, Lala, Mo-" Rito tentou protestar, mas foi cortado.

"Shhii! Calma, Mestre. Ainda tem mais." Momo interrompeu, seus olhos se voltando para Nana. "Nana, sua vez."

"Momo, isso dá muita vergonha." Nana suplicou, seu rosto enterrado nas mãos.

"Você que sabe..." Momo cantarolou, fingindo indiferença.

Nana olhou para Rito, depois para as irmãs, sua lealdade e seu desejo de animá-lo batalhando contra seu puro terror. "Tá, tá bom, eu faço." Ela finalmente cedeu, engolindo em seco. "Rito, c-como eu p-posso te a-ajudar... nyan?" Ela imitou um miado de gato, a palavra saindo como um guincho estrangulado. Ela ficou instantaneamente vermelha, desejando que a terra a engolisse.

"Nyan!?" Rito ficou absolutamente chocado. Ele nunca, em um milhão de anos, pensou que ouviria Nana fazer tal som. Foi tão inesperado, tão fofo, tão totalmente dela, que qualquer tristeza residual em seu coração se evaporou. Ele olhou para as três - Lala radiante e animada, Momo travessa e confiante, e Nana absolutamente adorável em seu constrangimento. Elas fizeram tudo isso por ele.

Seus olhos se suavizaram, e um sorriso genuíno e grato iluminou seu rosto. "Obrigado! Vocês são incríveis." Ele agradeceu, sua voz cheia de emoção.

Aliviadas e felizes por terem funcionado, as três se jogaram em Rito em um abraço coletivo e apertado, rindo e se aconchegando contra ele.

SLASH!

A porta se abriu novamente. Mea apareceu na entrada, seus olhos arregalados com a cena do abraço coletivo e, mais importante, com as fantasias.

"Vou dormir com vocês. Rito-senpai você não pode negar, pois está me devendo um favorzinho~." Ela anunciou, como se fosse a coisa mais natural do mundo. Seus olhos brilharam. "Estou atrapalhando alguma coisa? O Senpai gosta de fantasias?" Sem esperar por uma resposta, ela entrou e, com um pensamento rápido, sua roupa padrão começou a se transformar.

Agora, Mea estava fantasiada de diabinha. Dois chifres vermelhos e curvos brotaram de sua cabeça, uma cauda pontiaguda e vermelha apareceu, e de suas costas, irromperam duas asas de um vermelho vibrante, ela vestia um mini top preto de couro brilhante e colado que deixava pouco à imaginação, e uma mini-saia de couro muito curta.
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"M-MEA! O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO!?" Rito e Nana gritaram em uníssono, seus cérebros tendo dificuldade em processar a adição repentina.

"Estou entrando na festinha. Esse quarto é mais divertido, eu sabia!" Ela exclamou, pulando na cama e se aconchegando entre Lala e Nana. "Nana, você tá muito fofa de gatinha." Ela provocou, puxando gentilmente uma das orelhas de gato de Nana.

Nana ficou corada, virando o rosto com um "Hmph!"

Mea então parou por um momento, seus olhos percorrendo o tamanho colossal da cama e então pousando em Momo, que parecia extremamente satisfeita consigo mesma. "Ahh, entendi!" Mea exclamou, batendo a palma da mão levemente na testa, como se tivesse decifrado o enigma do universo. "Essa cama foi preparada para o futuro harém! Agora faz sentido o tamanho. Muito esperta, Momo-chan!" Ela finalizou, se achando a detetive suprema da situação.

A afirmação ecoou no quarto, fazendo Nana engasgar com o próprio ar e Rito sentir um calor repentino subir pelo pescoço. Momo, por sua vez, apenas manteve seu sorriso de gatinha que comeu canário, nem confirmando nem negando.

Sem perder o ritmo, Mea avançou pelo colchão macio e sentou-se diretamente no colo de Rito, aninhando-se como se pertencesse àquele lugar. "Senpai~! Já que a cama é tão grande, hoje eu vou dormir bem do seu lado!" Ela anunciou, sorrindo com uma doçura que não combinava nem um pouco com sua fantasia de diabinha provocante.

A declaração foi o estopim. "Nada disso!" Momo protestou imediatamente, agarrando o braço de Rito com força possessiva. "Eu é que vou dormir do lado dele!"

"Eu também quero dormir com o Rito!" Lala exclamou, não querendo ficar de fora. Em sua animação característica, ela agarrou a cabeça de Rito e a pressionou contra seu peito, afogando-o no macio e generoso abraço de sua fantasia de coelhinha. O calor e o cheiro doce de Lala fizeram Rito ficar levemente tonto e corado.

Nana fez um olhar que era uma mistura pura de vergonha e ansiedade, vendo sua irmã mais velha conquistar tão facilmente a posição que ela desejava. "E-Eu também..." Ela murmurou, sua voz sumindo até quase não ser ouvida, sentindo-se pequena diante da investida das outras.

"Nana realmente está muito fofa, parece um gatinho triste e abandonado." Provocou Mea, rindo baixinho antes de enterrar seu rosto no peitoral de Rito e esfregar a cabeça lá, como um gato fazendo carinho. "O Senpai é tão confortável..."

"MEA!" Nana exclamou, sua vergonha sendo substituída por um acesso de ciúmes feroz. Ela pulou sobre Rito, agarrando a frente de sua camisa e puxando-o para perto de si, disputando-o com Mea, que, divertidamente, também começou a agarrar o tecido, puxando-o para o seu lado.

As duas entraram em uma disputa infantil, puxando Rito de um lado para o outro enquanto ele balançava entre elas, completamente à mercê das forças em conflito.

"Garotas, isso é perigoso, minha camis-"
Rito não conseguiu terminar a frase. Um som agudo de tecido rasgando ecoou pelo quarto, um estalido seco que silenciou momentaneamente a briga.

A camiseta de pijama de Rito, já tensionada pelas mãos de Nana e Mea, rasgou-se limpa e verticalmente no meio, abrindo-se como uma cortina para revelar o que estava por baixo.

Seu peitoral era uma paisagem de músculos firmes, bem definidos. Cada abdominal era claramente visível, descendo até um corte em "V" que desaparecia no cós da calça do pijama. Sua pele estava levemente bronzeada e lisa, e o contraste entre o tecido rasgado e a pele exposta era eletrizante.

"Uau, Senpai~! Agora eu entendo o motivo do 'perigo'." Mea soltou um risinho malicioso, seus olhos percorrendo o torso exposto com admiração aberta. Sem hesitar, ela esticou a mão e começou a alisar o abdomen de Rito, seus dedos explorando os contornos duros dos músculos. "Muito, muito bom..."

"Mea tem razão, Rito-san está muito tentador~..." Momo pensou em voz alta, ela contemplava o corpo de Rito de seu lugar na cama, seus olhos semi-cerrados e cheios de desejo.

Nana não conseguia tirar o olhar, sua fúria evaporando instantaneamente e sendo substituída por uma fascinação embaraçosa. Ela tirou a mão rapidamente, como se o tecido queimasse, e seu rosto ficou cor de beterraba.

Lala ficou olhando curiosa, sua cabeça inclinada. "O Rito é bonito até sem camisa!" Ela comentou, com a inocência de sempre.

"M-Mea! As coisas vão acabar saindo do controle." A voz de Rito saiu bamba, um pouco mais rouca do que o normal. Ele podia sentir uma pulsação familiar em sua têmpora. Uma mecha de cabelo, a que ficava próxima ao seu olho direito, pulsou suavemente com um brilho dourado por um instante, um lampejo rápido como um raio, antes de voltar à sua cor marrom normal. Ele cerrou os punhos, respirando fundo para se controlar.

"Mea, é melhor você sair de cima dele agora." Momo advertiu, sua voz carregada de uma seriedade incomum. Seus olhos estavam fixos na mecha de cabelo de Rito que agora parecia normal novamente. "Ele está se controlando desde de manhã. Vamos estar com problemas sérios se ele perder o controle de vez."

"Se ele perder o controle, ele vai me lamber?" Perguntou Mea, esperançosa, seus olhos brilhando com expectativa pervertida.

"Ele vai fazer muito mais que isso..." Nana pensou alto, seu olhar vidrado para o lado, como se estivesse revivendo uma memória intensa e privada de Rito no chamado 'Modo Dourado'. Ela estremeceu levemente, uma mistura de excitação antecipação percorrendo sua espinha.

CLASH!

A porta do quarto se abriu violentamente, quase saindo das dobradiças.

"Que barulheira é essa? É quase meia-noite!" A voz de Mikan ecoou pelo quarto, cheia de irritação e preocupação. Seus olhos percorreram a cena: Rito no centro da cama, com a camisa rasgada e o peitoral totalmente exposto; Mea sentada em seu colo, uma mão ainda em seu abdomen; Nana de gatinha, agarrando seu braço; Lala de coelhinha, abraçando sua cabeça; e Momo de empregadinha, observando tudo com um sorriso satisfeito.

Mikan corou instantaneamente ao ver o torso nu do irmão, desviando o olhar por uma fração de segundo antes de forçar-se a encarar a situação, sua desconfiança crescendo.

Atrás dela, Yami também corou levemente, um rubor suave subindo por suas faces. Ela sentiu uma forte onda de vergonha alheia ao ver as garotas fantasiadas daquela maneira.

"Não vou nem perguntar o motivo das fantasias." Mikan suspirou, esfregando a ponte do nariz, já exausta. Seus olhos se estreitaram e pousaram nas mãos de Mea, que ainda estava acariciando o abdomen de Rito. "Rito, por que sua camisa está rasgada? O que vocês estavam fazendo?" Sua voz era afiada e acusatória.

Nana corou ainda mais, se encolhendo e tentando, em vão, se esconder atrás de Rito, envergonhada por estar fantasiada e sendo pega no flagra.

Yami e Celine estavam ao lado de Mikan. Celine, viu Rito e as garotas e imediatamente achou que era uma brincadeira divertida. Seus olhos arregalaram-se e ela correu em direção à cama com um "Mau!" animado.

Vendo Celine se preparando para pular em Rito, Nana e Mea, instintivamente, deram espaço para ela, recuando.

"Mau! Mau!" Celine gritou, pulando e aterrissando com perfeição no colo de Rito, que agora estava vago. Ela o abraçou forte, enterrando o rosto em seu peitoral nu, sorrindo de contentmentamento.

Rito, aliviado pela interrupção fofa, envolveu Celine em um abraço protetor, acariciando seu cabelo. "Tudo bem, Celine. Está tudo bem."

"Mikan, é só um pequeno desentendimento sobre... onde todo mundo vai dormir." Rito explicou, sua voz soando um pouco forçada enquanto tentava ignorar a mão de Mea que agora estava acariciando suas costas.

"Um 'desentendimento' que rasga camisas. Claro." Mikan retrucou, com sarcasmo pesado. Ela foi até o armário de Rito, pegou uma camiseta nova e a jogou para ele. "Aqui. Põe isso. E me dá essa camisa rasgada, eu jogo fora."

"Obrigado, Mikan!" Rito agradeceu, genuinamente, pegando a camisa. Com cuidado, ele desvencilhou Celine de seu colo e se virou para vestir a nova camiseta, escondendo seu torso das vistas e das mãos - demasiadamente curiosas.

"E pelo visto, vou ter que dormir aqui hoje, para garantir que nada de estranho aconteça..." Mikan declarou, lançando um olhar carregado de desconfiança diretamente para Mea, que apenas sorriu de volta, inocente como uma raposa.

"Já que vocês todas vão dormir aqui, eu vou para o sofá da sala, então." Rito se ofereceu rapidamente, se levantando da cama. A perspectiva de passar a noite na mesma cama com aquela combinação explosiva de garotas - duas das quais ele não tinha um relacionamento íntimo - era um teste de autocontrole que ele não estava seguro de conseguir passar.

"Yuuki Rito, não é necessário. Eu vou dormir no quarto de Mikan." Yami falou, tomando a iniciativa. Sua voz era plana, mas seu olhar evitava o de Rito.

"Yami-san, não! Dorme aqui. A cama é grande o suficiente, veja só!" Mikan protestou, agarrando a mão de Yami. "Você pode dormir bem longe dele, se não se sentir à vontade. Por favor?" Ela pediu, seu olhar suplicante. Ela não queria que sua melhor amiga se sentisse excluída ou obrigada a sair.

"Vem, Yami onee-chan!" Mea disse, animada. "Vai ser divertido! Como uma festa do pijama!"

"Q-QUE!?" Rito engasgou, seus olhos arregalados de puro pânico. Dormir na mesma cama com Yami? A garota que o via com alvo? Junto com todas as outras? Seu autocontrole já estava pendurado por um fio. O "Modo Dourado" estava latente, esperando qualquer deslize.

"Algum problema, Yuuki Rito?" Yami perguntou, seu olhar finalmente se fixando nele. Não era exatamente uma ameaça, mas havia uma centelha perigosa em seus olhos vermelhos que prometia consequências severas se ele a rejeitasse ou dissesse algo errado.

"N-NÃO! Nenhum problema!" Rito respondeu apressadamente, prevendo com clareza mental a imagem de uma Lâmina surgindo ao lado de sua cabeça se ele hesitasse por um segundo a mais.

Decidido, o grupo se organizou. Mea e as irmãs Deviluke, sob o olhar reprovador de Mikan, tiraram suas fantasias provocantes (para o alívio silencioso de Rito e o aborrecimento mudo de Mea) e vestiram pijamas mais adequados - embora ainda fofos e atraentes. Lala vestiu uma camisola rosa e fofa, Nana um pijama de shorts e camiseta, e Momo um vestidinho de seda branco que fez Rito desviar o olhar rapidamente.

As garotas então começaram o complicado processo de se posicionar na cama colossal. Após muito empurrão sussurrado, debate silencioso e olhares assassinos de Yami, as posições foram estabelecidas.

Do lado esquerdo de Rito estava Momo, que se agarrava ao seu braço com força, pressionando seu corpo contra o dele com um pequeno sorriso satisfeito e possessivo.
No lado direito de Rito estava uma Lala feliz e despreocupada, com a cabeça repousada sobre seu ombro, sua respiração já se tornando lenta e regular.

Celine estava em cima de Rito, deitada sobre seu peito como um gatinho, com a cabeça no coração dele. Ela já estava com os olhos fechados, um sorriso pequeno e feliz em seus lábios.

Ao lado de Lala estava Nana, com uma expressão inicialmente inconformada por não estar mais perto de Rito, mas que logo se transformou em contentamento por estar ao lado de sua melhor amiga, Mea.

Ao lado esquerdo de Nana estava Mea, deitada de lado e sussurrando coisas engraçadas e provocantes sobre a escola para Nana, tentando fazê-la rir.

Ao lado de Momo, mas mantendo uma distância cuidadosa de alguns centímetros, estava Mikan, de costas para ela, tentando fingir que estava dormindo.
E finalmente, ao lado de Mikan, na beirada mais distante da cama, estava Yami, deitada de costas, rígida como uma tábua, olhando fixamente para o teto, como se sua vida dependesse de não tocar em ninguém.

As luzes se apagaram, mergulhando o quarto em uma escuridão interrompida apenas pela luz prateada da lua que entrava pela janela.

O silêncio era pesado, carregado com a respiração de oito pessoas e a tensão não dita que pairava no ar.

Mikan estava pensativa, seu coração apertado:
Eu queria tanto dormir abraçada com o Onii-chan...
Pelo menos a Yami está aqui. Assim não fico sozinha.


Yami, ao seu lado, também estava envolvida em seus próprios pensamentos, seu coração batendo um ritmo acelerado contra suas costelas:
Estou dormindo na mesma cama que Yuuki Rito. De novo.
Mas desta vez... é diferente. Ele não é mais o mesmo.
Meu coração está acelerado, e não estou em combate. Que sentimento estranho e... desconfortável.
Por que minha mente volta para a pergunta da Mikan?


Rito, no centro daquela tempestade de emoções femininas, fechou os olhos e respirou fundo. O cheiro do xampu de Lala, o perfume suave de Momo era uma mistura intoxicante que ameaçava desfazer seu controle a qualquer momento. Ele focou na respiração, na sensação da cama, em qualquer coisa que não fosse os corpos macios e convidativos que o rodeavam.

//////////

Fora dali, longe da casa dos Yuuki, outras garotas também tinham seus pensamentos voltados para ele.

No Quarto de Haruna Sairenji...
A porta do quarto de Haruna se abriu suavemente. Ela olhou surpresa, pois não tinha ouvido ninguém bater.

"Haruna, eu sei que você não está bem. Você pode me contar." A voz era suave, madura e cheia de uma preocupação irmã. Era Sairenji Akiho, a irmã mais velha de Haruna.

Devido à mudança de seus pais para o exterior a trabalho, Haruna decidira ficar morando com sua irmã mais velha em seu apartamento.

Akiho era uma mulher razoavelmente alta e extremamente atraente, com longos cabelos roxos escuros e olhos roxos profundos que transmitiam uma sabedoria mundana. A forma de seu rosto e olhos revelava uma semelhança clara com os de Haruna, embora ela fosse mais alta e possuísse curvas mais maduras e definidas. Ela era casualmente elegante, mesmo em seu roupão, e exalava uma aura de quem sabia como o mundo funcionava.


"Eu estou bem. Só quero ficar sozinha." Haruna murmurou, sua voz abafada pela coberta que cobria sua cabeça, deitada de lado na cama.

Akiho se aproximou devagar e sentou na beirada da cama. "É algo envolvendo o Yuuki Rito, não é?" Ela perguntou, sua voz gentil mas perspicaz.

Haruna se virou para a parede, escondendo o rosto. "Eu só quero ficar sozinha."

Akiho suspirou suavemente, acariciando o cobertor sobre a irmã. "Está bem. Não vou forçar. Mas saiba que estou aqui. Se precisar de qualquer coisa, estarei na sala vendo TV." Ela se levantou e saiu do quarto, fechando a porta silenciosamente atrás de si.

"Por isso eu prefiro date casual... Emoções sérias sempre acabam em dor." Akiho pensou, sacudindo a cabeça levemente enquanto se dirigia à sala. Seu próprio relacionamento casual com Kotegawa Yuu, o irmão mais velho de Yui, era simples e descomplicado. Nada daquela angústia adolescente.

Dentro do quarto, Haruna saiu de debaixo da coberta. Seus olhos estavam vermelhos e inchados. Ela estava triste, chocada e completamente sem rumo após os eventos na escola. Seus pensamentos a deixavam tonta:
Yuuki-kun gosta de mim. Ele finalmente admitiu...
Eu quero muito ficar com ele também, mas...

O que eu faço!?
Se eu ficar com ele, o que as pessoas vão pensar quando descobrirem?
O que meus pais falariam?
E aquelas outras garotas... ele já está com tantas.
Onde eu iria me encaixar?
Será que eu conseguiria compartilhá-lo?


Ela olhou para Maron, seu cachorrinho de estimação, que estava deitado em sua cama. "O que eu faço, Maron?" Ela perguntou à criatura, sua voz cheia de confusão e angústia.

O cachorro apenas olhou para ela, inclinando a cabeça, sem entender nada da complexidade do coração humano.

//////////

Não muito longe dali, na casa de Yui Kotegawa...
Yui estava sentada na beirada de sua cama, vestindo um pijama simples. Em suas mãos, ela segurava seu celular, a tela iluminada mostrando uma foto que ela tinha tirado secretamente de Rito durante um dos festivais culturais da escola. Ele estava sorrindo, segurando um takoyaki queimado, completamente desastrado e adorável.

Seus pensamentos a atormentavam, revivendo o momento em que Rito fez uma pergunta difícil de responder.

Por que? Por que eu não respondi ele? Por que eu congelei?
Se eu tivesse dito "Sim", talvez... só talvez... estaríamos juntos agora?

Mas isso seria ruim para minha imagem, como presidente do conselho de moral...
Mas... isso é tão importante assim? Mais importante que ser feliz? Mais importante que ele?

Essas dúvidas estão me matando por dentro.
Yuuki Rito, seu idiota...
Por que você não foi mais insistente?
Por que você tem que ser tão bom com todo mundo?
Eu queria que fosse só você e eu...


Ela agarrou o travesseiro ao seu lado e o apertou com força contra seu peito, como se pudesse espremer a dor e a confusão para fora de seu corpo. Um único soluço escapou de seus lábios antes que ela pudesse contê-lo.

//////////

Enquanto isso, em outro lugar não muito distante, dentro do quarto de Risa Momioka...
Risa estava deitada de costas em sua cama, olhando para o teto escuro de seu quarto. Um sorriso bobo e incontível estampava seu rosto enquanto pensamentos felizes a rodeavam.

Finalmente. Finalmente consegui ficar com ele. Depois de tanto tempo, não parece real...
Haruna e Yui ficaram chateadas. Elas com certeza sentem algo por ele.
Quem não sentiria? Ele é... incrível.

Pelo jeito, o harém do Rito só vai aumentar.
E sabe de uma coisa? Eu acho que não me importo com isso. Não realmente.
O importante é que eu estou com ele!
Que eu faço parte disso. Que ele me quer por perto.


Ela se virou de lado e olhou pela janela, vendo o céu estrelado sobre a cidade.
Não vejo a hora de chegar amanhã. Quero ver ele de novo. Quero beijar ele de novo...

Ela riu baixinho, lembrando dos eventos no telhado.

Aquele safadinho ia realmente agarrar meus seios... Eu vi o olhar dele.
E o que era aquela coisa do cabelo dele ficar dourado?
Ele nem me contou sobre isso. Depois eu pergunto. Com jeitinho.

Morar sozinha tem seus pontos positivos, mas... ficar sozinha a noite é ruim.
A casa do Yuuki deve ser bem divertida e alegre, cheia de vida.
Estou com inveja da Lala-chi, poder estar perto dele todos os dias...


//////////

No apartamento de Run...
Em um apartamento luxuoso, Run Elsie Jewelria estava sentada no sofá, vestindo um pijama com estampa de coelhos. Em suas mãos, ela segurava um celular, sua tela iluminada mostrando um site de compras duvidoso. Seus olhos estavam fixos em um produto específico.

"Água do Amor Verdadeiro." Dizia o título. "Faça sua alma gêmea cair de amores por você! Apenas algumas gotas são necessárias!"

Era claramente um afrodisíaco, mas para Run, que estava apaixonada perdidamente por Rito há muito tempo, aquilo era uma tábua de salvação.

"É isso! É a solução!" Ela sussurrou para si mesma, seus olhos brilhando com lágrimas de esperança. "Com isso, o Rito finalmente vai me notar! Vai se tornar meu!"

Sem pensar duas vezes, sem ler os termos de uso, as avaliações ou os ingredientes, ela clicou no botão "Comprar Agora". Uma risada eufórica e um pouco maníaca escapou de seus lábios enquanto ela imaginava Rito de joelhos, declarando seu amor eterno por ela e apenas por ela.

Em outro canto da sala, Ren, seu irmão mais sensato, olhou para Run com uma expressão de profunda preocupação e um suspiro de resignação. "Run... o que você comprou dessa vez?"

Mas Run não o ouviu. Ela já estava perdida em seus devaneios românticos e totalmente irreais.

//////////

De volta ao quarto de Rito...
A noite estava longe de terminar. O cansaço eventualmente começou a vencer a tensão. A respiração de Lala se aprofundou em um sono tranquilo. A respiração de Celine era um som constante e calmante. A rigidez de Yami aos poucos foi cedendo ao cansaço, e seu corpo relaxou um centímetro. Mikan, exausta, finalmente adormeceu de verdade.


Rito permaneceu acordado por mais tempo, sentindo o peso e o calor dos corpos ao seu redor, ouvindo a sinfonia suave da respiração delas. Era um caos. Era insano. Era a sua vida.

E, olhando para o teto, com uma mecha de cabelo pulsando suavemente com um brilho dourado na escuridão - não o suficiente para transformá-lo, mas o suficiente para lembrá-lo do perigo constante - ele não pôde deixar de sentir que, de alguma forma, apesar de tudo, ele era o homem mais sortudo do universo.

Apenas quando o sono finalmente começou a levá-lo, ele sentiu um movimento ao seu lado. Mea, que deveria estar do outro lado da cama, havia se movido silenciosamente como uma sombra. Ela se aninhou contra suas costas - ocupando o lugar de Momo, seu sopro quente contra sua nuca.

"Boa noite, Senpai." Ela sussurrou, sua voz um fio de som sedoso e pervertido. "Sonhe comigo..."

Enquanto Rito pegava no sono, jurou ouvir uma voz sussurrar: 'Sonhe comigo'.

E então, tudo ficou em silêncio, à espera do amanhecer e dos novos desafios que o próximo dia certamente traria.



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