Capítulo 39 - Confissões à Mesa e Corações em Fuga

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To Love-Ru Darkness 3: Onde as Estrelas se Dissolvem


Escrita por: Matheus Leandro (Magnatah)


Capítulo 39 - Confissões à Mesa e Corações em Fuga

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"V-Vamos para casa!" Rito exclamou, sua voz um pouco mais aguda que o normal, mudando drasticamente de assunto. "A Mikan vai fazer um ótimo jantar! Com certeza! Vamos! Rápido!"

Ele começou a caminhar rapidamente na direção de casa, arrastando uma Lala ainda sonhadora pela mão. As outras o seguiram - Momo se recuperando e sorrindo secretamente, Nana ainda tentando processar o beijo, Mea rindo silenciosamente da situação, e Yami seguindo em silêncio, sua lâmina ainda pairando no ar como um aviso.


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O caminho de volta para casa foi envolto em uma atmosfera estranha, uma mistura eletrizante de tensão, vergonha e uma excitação latente que ninguém ousava nomear. Rito caminhava à frente, puxando uma Lala ainda sonhadora pela mão, seu cérebro processando em loop os eventos que haviam se desenrolado.

Beijar Lala daquele jeito, com tanta paixão e possessividade… depois Nana, com uma ousadia que fez suas pernas tremerem… e Momo. Oh, céus, Momo. O toque na base de sua cauda, aquele gemido abafado contra seus lábios, a sensação de seu corpo cedendo ao prazer. Seu sangue esquentou novamente, e uma mecha de seu cabelo, próxima ao olho, brilhou com um dourado quase imperceptível antes de ele, com um esforço hercúleo, controlar a onda de desejo.


Atrás dele, o grupo se movia em silêncio quase total. Momo caminhava com um sorriso secreto e satisfeito estampado no rosto, seus dedos tocando levemente os próprios lábios, como se revivesse o beijo. Nana, com o rosto ainda corado como um pôr do sol, mantinha os olhos fixos no chão, seu coração batendo um ritmo acelerado contra suas costelas. Ela podia ainda sentir o gosto de Rito, a força de seus braços ao puxá-la, a ousadia de sua língua. Era… incrivelmente excitante.

Mea flutuava ao lado delas, um sorriso de orelha a orelha no rosto, seus olhos piscando de uma pessoa para outra, absorvendo cada microexpressão como se fosse o programa de TV mais interessante do universo. Yami fechava a retaguarda, seu rosto uma máscara de impassibilidade, mas os olhos estreitos, como os de um felino, nunca se desgrudavam das costas de Rito. A lâmina afiada que pairara sobre sua cabeça havia se dissolvido, mas a promessa de sua volta pairava no ar como um perfume pesado.

Finalmente, a aconchegante casa dos Yuuki apareceu à vista. Rito quase correu os últimos metros, ansioso para se refugiar atrás daquelas paredes familiares e, mais importante, para se esconder do olhar assassino de Yami. Ele abriu a porta e entrou, sendo recebido pelo cheiro delicioso de algo cozinhando.

"Estou em casa!" Ele anunciou, sua voz soando um pouco mais aguda do que o normal.

A cena na sala de estar era doméstica e pacífica. Mikan estava sentada no sofá, com Celine dormindo no colo, acariciando ela suavemente. Ela olhou para a porta e seu rosto iluminou-se com um sorriso genuíno ao ver o grupo, mas seus olhos pararam especificamente em Yami. A expressão séria e preocupada que Mikan carregava momentaneamente se dissipou.

"Yami! Que ótima surpresa, eu já estava com saudade!" Exclamou Mikan, levantando-se cuidadosamente para não acordar Celine e correndo em direção à amiga de cabelos dourados.

Yami, que momentos antes carregava uma aura que poderia congelar o sol, derreteu visivelmente. Os cantos de sua boca se curvaram para cima em um sorriso pequeno, mas verdadeiro, e sua postura rígida relaxou. Ela permitiu que Mikan a abraçasse.

"Mikan, eu também estava com saudades." Yami respondeu, sua voz suave, um contraste gritante com o tom que usara com Rito. Então, sua expressão ficou séria novamente, e ela lançou um olhar carregado em direção a Rito, que imediatamente desviou o olhar, fingindo um interesse súbito pelo quadro na parede. "Precisamos conversar depois sobre umas coisas que eu descobri e vi hoje."

Mikan puxou-se do abraço, um pouco confusa. "Sobre o quê?"

"Eu falo depois." Yami disse, seu olhar suavizando novamente ao se voltar para Mikan. Naquele momento, Mikan parecia sua única aliada em um mar de loucura. "Vou ajudar você a fazer o jantar."

"Tá bom…" Disse Mikan, ainda sem entender completamente, mas aceitando a oferta de ajuda.

"Oi, Mikan-san!" Cumprimentou Mea, surgindo atrás de Yami com seu sorriso habitual.

"Oi, Mea-san." Retribuiu Mikan, acenando para a garota das dimensões.

Rito, sentindo que havia escapado por pouco de um interrogatório, deu um passo à frente. "Bem, nós vamos… nos trocar. Voltamos logo." Ele, Lala, Momo e Nana começaram a subir as escadas em direção aos quartos, com Mea seguindo animadamente atrás de Nana.

Yami ficou parada na sala, observando-os subirem, seus olhos fixos em Rito. Ela tentou, e falhou, em não pensar no que tinha visto. Beijos apaixonados, mãos ousadas, e a transformação daquele garoto desastrado em… algo completamente diferente. Sua mente estava uma bagunça.

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Rito e as princesas seguiram pelo corredor no andar de cima. Ele naturalmente começou a se dirigir ao seu próprio quarto, mas parou quando percebeu que as três irmãs Deviluke e Mea estavam seguindo diretamente para ele.

"Por que vocês estão indo para o meu quarto?" Perguntou Rito, genuinamente confuso.

"Rito-san~ Já esqueceu?" Disse Momo, seu sorriso se tornando mais malicioso. "A Onee-sama aumentou o tamanho da cama e do quarto, que agora é nosso quarto também, foi você que sugeriu."

Rito piscou, a memória voltando à tona. "Aé, eu tinha esquecido. Aconteceram coisas de mais hoje." Ele admitiu, esfregando a nuca com um tom cansado.

"EHH? Rito e vocês três vão dormir no mesmo quarto?" Perguntou Mea, surpresa e com os olhos brilhando de entusiasmo puro. "O senpai sugeriu? Ele está ficando a cada dia mais incrível!"

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O grupo - Rito, Lala, Momo, Nana e Mea - parou de frente para a porta do quarto de Rito. O ar estava carregado de expectativa.

"Até onde vocês foram?" Perguntou Mea, seus olhos saltitando curiosamente entre as três princesas de Deviluke.

Rito desviou o olhar, ficando corado. Nana parecia um vulcão prestes a entrar em erupção, tão vermelha e constrangida. Lala estava com a mente vagando em algum lugar, mas foi Momo que quebrou o silêncio, sua voz um suspiro dramático e sonhador.

"Você nem imagina... o talento do Rito-san~ é maravilhoso!" Exclamou Momo, colocando uma mão no rosto, fingindo um desmaio de puro êxtase.

A afirmação fez Rito engasgar com seu próprio ar e Nana emitir um guincho agudo. Lala simplesmente sorriu e concordou com a cabeça, sem realmente processar a profundidade do comentário.

"Eu quero saber mais, conta!" Falou Mea, pulando de animação, completamente fisgada.
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"Eu conto, mas vamos entrar primeiro!" Falou Momo, abrindo a porta com um floreio.

Rito entrou primeiro e parou, sua mente completamente "bugada". O quarto não era mais o seu quarto modesto e um pouco desorganizado. Era… colossal.

No meio do quarto, colada à parede principal, havia uma cama enorme, um monstro mobiliário que poderia acomodar facilmente meia dúzia de pessoas. Ela era feita de um mogno escuro e polido, com lençóis de algodão branco imaculado e uma pilha de travesseiros fofos em azul-claro.

Mas a cama era apenas o começo. Na parede em frente, onde antes havia uma prateleira de livros e alguns pôsteres, agora havia quatro portais. Eles se pareciam com espelhos ornamentados, mas em vez de refletir a sala, suas superfícies brilhavam com uma energia suave e translúcida, mostrando vislumbres de outros mundos virtuais. O primeiro portal levava a uma oficina caótica e brilhante, repleta de ferramentas estranhas e invenções meio terminadas - o espaço pessoal de Lala. O segundo mostrava um jardim botânico de tirar o fôlego, com plantas de todos os formatos e cores imagináveis, algumas pulsando com luz própria - o santuário de Momo. O terceiro portal revelava uma savana vasta, onde criaturas alienígenas fantásticas pastavam ou dormiam sob um sol amarelo - o safari particular de Nana. O quarto e último portal mostrava uma bela paisagem de um jardim com um grande rio e montanhas ao fundo, e um céu roxo - o Jardim do Amor de Rito, seu espaço virtual para treinar seus poderes dimensionais.
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As paredes do quarto agora eram pintadas de um rosa suave, e o chão de madeira clara estava parcialmente coberto por um tapete fofo. Imagens holográficas de plantas e animais alienígenas dançavam suavemente pelas paredes, e ursos de pelúcia gigantescos - provavelmente presentes de Lala - estavam espalhados por todos os cantos.

"Lala, isso está incrível! Você é demais!" Ele se virou e a abraçou fortemente, levantando-a do chão em um gesto de pura alegria e gratidão.

Lala, pega de surpresa, finalmente saiu de seu devaneio. O abraço forte de Rito, seu cheiro característico, tudo isso a trouxe de volta à realidade. Ela o abraçou de volta com igual força.

"Lala, obrigado! O quarto está ótimo!" Agradeceu Rito, colocando-a de volta no chão e dando um beijo carinhoso em sua testa, deixando-a com um rubor leve e adorável em suas bochechas.

"Lala, não pense muito no que aconteceu na escola. Eu irei resolver isso!" Declarou Rito, olhando firmemente em seus olhos verdes.

"Rito!" Lala o abraçou de novo, enterrando o rosto em seu peito, toda a tensão anterior parecendo escorrer para longe dela. Ele sempre sabia o que dizer.

Rito sorriu, feliz por tê-la animado. Mea fechou a porta atrás deles e a trancou com um clique audível.

"Ok, vocês só vão sair quando me disserem até onde vocês foram! O que vocês fizeram além dos beijos?" Perguntou Mea, encostando-se na porta com os braços cruzados, assumindo o papel de interrogadora.

"Ahm... Além do beijo... Nana e Momo-" Lala começou, mas foi interrompida por seu próprio protocolo interno. Ela olhou para Momo. "Só posso falar para quem está dentro do harém, foi o que Momo me disse."

"Momo-chan, se preparou bem." Disse Mea, rolando os olhos dramaticamente. "Mas eu já sei do plano do harém há um bom tempo, então não tem problemas me contar!"

Momo caminhou em direção a Mea com uma gingada confiante. "Está bem, eu falo. Pelo menos o que aconteceu entre eu e Rito..." Ela fez uma pausa dramática, olhando para Rito com adoração antes de completar. "Nós... fizemos." A palavra ecoou no quarto, pesada e carregada de significado.

"F-Fizeram?... Aquilo?" Perguntou Mea, seus olhos arregalando como pratos, quase perdendo o ar de tão empolgada. Ela olhou de Momo para Rito, buscando confirmação.

"S-Sim." Respondeu Rito, sua coragem anterior se dissipando e deixando para trás um rubor profundo que subiu de seu pescoço até as orelhas. A lembrança nítida de sua noite com Momo invadiu sua mente, fazendo-o suar.

Mea ficou pensativa por um nanossegundo, juntando as peças do quebra-cabeça. Seus olhos se iluminaram ainda mais quando ela se virou para Nana, que tentava se esconder atrás de um urso de pelúcia gigante. "Ahhh, Nana! Você estava tão estranha na escola! Era porque você e Rito também fizeram?" Perguntou Mea, pegando as mãos de Nana e puxando-a para o centro do quarto, seus olhos brilhando com expectativa.

Nana engoliu seco, olhando para todos os lados, exceto para Mea. "S-sim..." Ela sussurrou, sua voz quase inaudível, seu rosto uma máscara vermelha de vergonha.

"Ehhh, Rito e Nana realmente fizeram!? Eu nunca iria acreditar se me contassem." Falou Mea, perplexa, seu olhar saltitando entre o Rito envergonhado e a Nana, que parecia prestes a desmaiar. "Como foi, Nana? O Senpai te lambeu?" Perguntou Mea descaradamente, sua curiosidade transbordando.

"Não dá para falar, dá muita vergonha!" Exclamou Nana, enterrando o rosto nas mãos. Suas orelhas estavam vermelhas fumegantes.

Mea, não satisfeita, virou-se para a princesa principal. "E você, Lala-chan?" Perguntou, sua voz cantada.

"E-Eu?" Lala parecia um pouco surpresa por ser incluída. Seu rosto ficou levemente corado. "Ainda não..." Ela respondeu, seu tom ficando um pouco deprimido no final. Um lampejo de decepção cruzou seus olhos.

"Hum... interessante." Murmurou Mea, mudando de assunto abruptamente, seu cérebro trabalhando a mil por hora. "O Senpai realmente mudou." Ela olhou para Rito como se o visse pela primeira vez.

"Então irá ser mais fácil do que eu pensava se depender do Rito-Senpai... agora se depender da Yami Onee-chan... vai ser difícil."
 Pensou Mea, seu rosto sério por um breve momento.


Então, como um interruptor sendo acionado, ela soltou um sorrisinho malicioso e foi direto para cima de Rito, agarrando seu braço muscular e pressionando seu corpo contra o dele. "Rito-senpai~ Você já fez muitas coisas pervertidas, agora não tem problemas você me lamber!" Exclamou Mea, olhando para ele com olhos súplices e esperançosos.

"Mea, você qu-" Momo não terminou a pergunta. Alguém bateu na porta.

TOC TOC TOC!

O som foi repentino e autoritário, fazendo todos, exceto Lala, pularem no lugar. Mea soltou o braço de Rito e foi até a porta, destrancando-a e abrindo-a apenas o suficiente para espiar.

Yami estava parada do outro lado, seus olhos vermelhos analisando a cena rapidamente: Rito parecendo um cervo pego no farol, Momo com seu sorriso de donzela, Nana ainda escondida atrás do urso, e Lala apenas sorrindo. "A Mikan pediu para avisar que a janta está quase pronta." Ela disse, sua voz plana, mas seus olhos fixos em Rito transmitiam uma mensagem clara: 'Estou de olho em você.' Sem esperar por uma resposta, ela se virou e saiu, seus passos ecoando no corredor.

Rito sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Aquele olhar… era assustador.

"Vamos nos arrumar e descer." Ele disse, sua voz um pouco trêmula, tentando parecer o mais normal possível.

A declaração foi seguida por um momento de caos imediato. Lala, em sua inocência habitual e falta total de pudor, Com simplicidade, Lala disse: "Peke, pode descansar."

"Obrigado, Lala-sama! Vou dormir um pouquinho!" Retribuiu Peke, dirigindo-se à cama enorme.

Com naturalidade absoluta, Lala ficou completamente nua diante de todos.

"L-LALA! Avisa antes!" Exclamou Rito, seu rosto ficando levemente corado. Apesar de seus esforços para ser mais controlado, a visão da princesa nua ainda era um teste monumental à sua força de vontade. Seus olhos traíram sua mente e percorreram suas curvas.

"O-Olha para lá, Rito!" Falou Nana, envergonhadíssima, segurando seu uniforme contra o corpo como um escudo. Ela queria se trocar, mas não na frente dele… não depois daquela pergunta da Mea.

"Está com vergonha de quê, Nana? Eu não tenho vergonha nenhuma de ficar nua na frente do meu amado." Momo provocou, começando a tirar sua própria roupa com uma lentidão deliberada e sedutora, seus olhos fixos em Rito, desafiando-o.

"M-Momo... o problema é que está bem difícil se controlar..." Falou Rito, sua voz um pouco rouca. Ele estava tentando desesperadamente olhar para o teto, para a parede, para qualquer lugar que não fossem as curvas sinuosas de Momo sendo reveladas.

"Adorei o seu novo eu, Senpai!" Anunciou Mea, decidida a não ficar de fora. Num piscar de olhos, ela também estava nua na frente de Rito, sua pele pálida contrastando com o cabelo vermelho.

"M-MEA, O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO!?" Perguntou Rito, seus olhos, contra sua vontade, percorrendo cada centímetro dela. A mecha dourada perto de seu olho brilhou intensamente, um sinal claro de sua luta interna.

"Pode olhar, senpai~" Mea agarrou o braço de Rito novamente, pressionando seus seios macios contra seu músculo firme.

"Isso não é justo!" Exclamou Momo, sentindo-se desafiada. Ela agarrou o outro braço de Rito e fez o mesmo, pressionando seus seios contra ele.

Rito estava agora sendo puxado para dois lados, seu rosto era um retrato da agonia e do êxtase. "G-garotas, por favor… o jantar… a Yami…" Ele tentou protestar, mas suas palavras foram perdidas. Ele tentou se desvencilhar, mas seus pés se enrolaram na saia escolar de Momo, que estava abandonada no chão. Com um grunhido de surpresa, ele perdeu o equilíbrio e caiu pesadamente em direção à porta, que ainda estava entreaberta.

E foi nesse exato momento que a porta se abriu completamente.

Yami estava do outro lado, provavelmente voltando para perguntar o motivo da demora. Seus olhos se arregalaram no microssegundo em que viu Rito tropeçando em sua direção como um projétil desgovernado.

O mundo desacelerou.

Rito caiu de frente. Por instinto, estendeu as mãos para amortecer o impacto, mas o destino - aquela entidade cruel e hilária - fez com que ele e Yami rolassem. Ele acabou por baixo dela. Para seu completo horror, suas mãos não encontraram o chão, mas sim as nádegas de Yami, e o movimento involuntário de sua queda as separou. Seus dedos se fecharam com força total em torno das curvas firmes e compactas de sua amiga assassina, afundando na carne macia.
Pior ainda: o impacto fez seu rosto ser projetado para a frente, enterrando-se quase por completo entre suas nádegas. Seu nariz e boca ficaram a meros centímetros da pequena calcinha amarela, uma imagem que ficou instantaneamente estampada em sua retina.
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Um silêncio mortal pairou no corredor por uma fração de segundo.

Com o rosto quase enterrado nas nádegas de Yami, Rito ficou vermelho como lava. De olhos arregalados em choque e horror, ele encarava a fenda perigosa que estava a centímetros de seu nariz.

Yami ficou paralisada. Seu corpo inteiro ficou tenso como aço. Ela sentiu as mãos quentes de Rito em sua bunda, seu rosto… lá. Uma onda de calor nuclear varreu seu corpo, seguida instantaneamente por uma onda de gelo de pura, incontestável e assassina fúria.

"Eu… odeio… PERVERTIDOS!" A voz de Yami saiu como um sibilo gelado, carregado de uma raiva que poderia vaporizar planetas.

Antes que Rito pudesse sequer tentar se desvencilhar ou gaguejar um pedido de desculpas, o cabelo de Yami ganhou vida. Uma mecha se transformou em uma mão gigantesca e poderosa, que agarrou Rito pela cabeça como uma garra de aço e o arrancou brutalmente de baixo dela, levantando-o no ar.

Ela se endireitou, seu corpo tremendo de raiva e vergonha. Seu rosto estava vermelho, mas seus olhos eram de um vermelho furioso e brilhante. "Precisamos exterminar esse mal!" Ela não estava mais falando; estava declarando um veredicto.

Com um movimento fluido de sua mente, várias outras mechas de seu cabelo se transformaram em lâminas afiadas e reluzentes, todas apontadas para Rito, que pendia impotente na garra de cabelo, seus olhos cheios de puro terror.

"YAMI ONEE-CHAN, ESPERA!" A voz de Mea cortou o ar. Ela se interpôs entre Yami e Rito, seus braços abertos. "Espera! Ele não fez por maldade! Ele tropeçou sem querer! Perdoa ele só dessa vez, por favor, Yami Onee-chan!" Mea suplicou, seu rosto mostrando genuína preocupação.

Yami hesitou. As lâminas pararam seu avanço, pairando no ar. Seus olhos furiosos piscaram para Mea, depois para as princesas atrás dela, algumas ainda em vários estados de nudez e choque. A raiva cedeu um centímetro para uma confusão ainda maior.

"Por que… você e as princesas… estão sem roupas… na frente desse pervertido?" Ela perguntou, sua voz ainda tensa, mas a pergunta era genuína.

"É uma longa história, Yami-san." Explicou Momo, recuperando a compostura mais rápido que todas, embora agora, segurando um lençol contra o corpo. "Mas resumindo, esse agora é nosso quarto também."

"Estão no mesmo quarto que ele?" Yami analisou o interior do quarto rapidamente, seus olhos pousando na cama colossal. "Só tem uma cama. Cadê as outras?"

"Nós vamos dormir todas juntas com o Rito!" Respondeu Lala, feliz, como se estivesse anunciando um piquenique.

"D-Dormir? JUNTOS?!" A voz de Yami falhou um pouco, o choque superando temporariamente a fúria.

"Mikan sabe disso?" Perguntou Yami, seu olhar voltando a ser sério e penetrante, buscando em Rito qualquer sinal de mentira.

"S-sim..." Falou Rito, sua voz abafada pela mão de cabelo que ainda o agarrava. Ele mal conseguia respirar, mas conseguiu balbuciar a resposta.

"Hum..." Yami o observou por um longo e agonizante momento. A raiva, a vergonha, a confusão e uma pontada estranha de algo que ela não conseguia identificar - ciúmes? - batalhavam dentro dela. Finalmente, com um grunhido de desdém, a mão de cabelo se abriu, deixando Rito cair de volta no chão do quarto com um baque surdo. As lâminas se retraíram, tornando-se cabelo normal novamente. Ela olhou para Rito no chão, depois para o grupo, uma última vez. "Se vistam. A comida vai esfriar." E então, ela se virou e saiu, seus passos rápidos e decisivos ecoando pelo corredor.

"Yami Onee-chan precisa de um empurrãozinho." Pensou Mea, olhando para a porta fechada, um plano começando a se formar em sua mente. "Sozinha vai ser difícil desenvolver algo entre eles."

Todos no quarto trocaram olhares, uma mistura de alívio, vergonha e exaustão. Eles se vestiram rapidamente em silêncio e desceram para jantar, o clima pesado pairando sobre eles.

//////////

A mesa de jantar estava posta, e o aroma de curry enchia a casa. Mikan e Yami já estavam sentadas. Mikan parecia um pouco envergonhada, brincando com sua colher. Yami estava sentada ereta, comendo com uma precisão mecânica, seu rosto uma máscara impenetrável, mas seus ombros ainda estavam um pouco rígidos.

Rito, Lala, Momo, Nana e Mea se sentaram em silêncio. O som de talheres contra a louça parecia anormalmente alto. Rito encheu seu prato, focando na comida como se sua vida dependesse disso.

Foi Mea, é claro, quem quebrou o silêncio tenso. Ela engoliu um pedaço de batata e olhou diretamente para Rito, sua curiosidade superando qualquer senso de tática.

"Então, Senpai." Ela começou, sua voz inocente como a de uma criança. "Quem é a quinta garota que você está namorando?"

A pergunta caiu como uma bomba na mesa.

Rito engasgou violentamente com um pedaço de cenoura. Lala parou de comer, seu garfo pairando no ar. Momo levantou uma sobrancelha, um sorriso intrigado em seus lábios. Nana quase derrubou seu copo de água.

Yami congelou, sua colher a meio caminho de sua boca. Seus olhos se arregalaram, indo de Mea para Rito. "Quinta? Yuuki Rito, você está namorando 5 garotas?" A pergunta saiu como um choque, sua voz plana mas carregada de incredulidade.

Rito engoliu com dificuldade, sua garganta seca. Ele pegou seu copo de água e bebeu um gole enorme. Mikan, do outro lado da mesa, ficou corada até as orelhas, seu rosto baixando em direção ao prato.

"S-sim..." Ele finalmente conseguiu responder, sua voz fraca.

"Ele e a Risa começaram a namorar hoje!" Anunciou Mea, colocando a mão na boca para segurar um risinho, seus olhos brilhando maliciosamente ao ver a expressão de puro pânico e suplica no rosto de Rito. 'Você não quis me lamber, essa é a minha pequena vingança.' Ela pensou, rindo internamente.

"Yuuki Rito." A voz de Yami era baixa e perigosa. "Você realmente é um pervertido sem limites." Seu olhar era intenso, avaliando-o com confusão, raiva e ciúmes.

"Quem é a quinta, Senpai?" Perguntou Mea novamente, ignorando completamente a tensão que ela mesma criara. Sua curiosidade era uma força da natureza.

Rito respirou fundo. Ele sabia que não podia mais evitar. Para explicar sobre Mikan, ele precisava explicar o resto. Ele olhou para Yami, que era a única que não sabia de nada.

"Para eu falar quem é a quinta, preciso contar sobre algumas coisas que a Mikado-san me contou..." Ele começou, sua voz ficando mais séria. "Primeiro, eu não sou mais considerado humano, de acordo com a Mikado."

A declaração fez Yami baixar a colher. Seu rosto impassível quebrou por um momento, mostrando preocupação genuína. "Não é mais humano!? É culpa do Darkness?" Ela perguntou, se sentindo culpada.

"Não se preocupe, Yami." Rito respondeu rapidamente, oferecendo um sorriso tranquilo e grato. Ele olhou para Mikan e depois para as princesas. "Posso não ser mais 100% humano, mas agora tenho poderes para defender as pessoas importantes para mim."

Yami observou-o em silêncio, sua expressão ainda carrancuda, mas um pouco menos fechada.

"Continuando." Rito prosseguiu, sua voz ficando um pouco sombria. "Eu não possuo mais o mesmo sangue que a Mikan. Então, biologicamente, não somos mais irmãos." Havia uma pontada de tristeza genuína em sua voz ao dizer aquilo.

Mikan olhou para ele, sua própria vergonha momentaneamente substituída por solidariedade.

"Eu ainda não falei com nenhuma de vocês." Rito acrescentou, seu tom ficando mais sério. "Mas a Mikado hoje me disse que tem mais uma coisa que precisa me dizer."

"Mais uma coisa? Tomara que não seja nada de mais." Falou Mikan, sua voz um sussurro preocupado.

"Então você não é humano e você e Mikan não são mais irmãos de sangue. Entendi." Yami resumiu, processando a informação rapidamente. Mas então, seus olhos se estreitaram novamente, e ela espetou um pedaço de carne com sua colher com força excessiva. "Mas não tente mudar de assunto, Yuuki Rito. Quem é a quinta garota?" A pergunta era uma ordem. Seu rosto, embora não mostrasse fúria total, parecia… preocupado, principalmente quando seus olhos pousaram brevemente em Mikan.

Rito respirou fundo. Ele preparou suas mãos sob a mesa, seus poderes prontos para criar um portal de fuga se necessário. "No caso, a quinta é a Risa. A quarta é a…" Ele fez uma pausa dramática, engolindo seco. "... é a Mikan." Ele terminou a frase rapidamente, seus olhos fixos em Yami, seu corpo tenso como uma mola, pronto para se esquivar de uma lança de cabelo.

Yami se levantou tão rápido que sua cadeira raspou no chão e caiu para trás com um baque alto. Suas mãos bateram na mesa, fazendo a louça tremer.
"A MIKAN!?" O grito não foi de raiva pura, mas de choque absoluto e incredulidade. Seus olhos vermelhos, arregalados, saltaram de Rito para Mikan, que agora estava com o rosto completamente enterrado em suas mãos, seus ombros tremendo de vergonha. "Mikan, isso é verdade?" A pergunta de Yami foi mais suave, quase um sussurro desesperado, dirigida à sua melhor amiga.

Mikan, sem levantar o rosto, acenou com a cabeça afirmativamente, sua voz saindo abafada por entre seus dedos. "S-Sim… eu e Rito… estamos juntos."

A confirmação foi o golpe final. Yami olhou para Mikan - sua amiga, sua âncora no mundo normal, a pessoa que ela mais queria proteger - e então para Rito, o pervertido desastrado que de repente se tornara extremamente forte e um dono de harém. A imagem não computava. A raiva que ela sentira antes por causa do incidente do tombo se misturou com uma profunda sensação de traição e… medo. Medo do que isso significava. Medo dos sentimentos confusos que agitavam seu próprio peito.

Ao contrário do que Rito esperava - um ataque furioso, lâminas, gritos - Yami simplesmente… recuou. Seu rosto, que havia mostrado uma centelha de emoção, fechou-se completamente, tornando-se uma máscara vazia. Sem dizer uma palavra, ela se virou e correu para a porta da frente, abrindo-a com força e desaparecendo na noite.

"Yami-san, espera!" Chamou Mikan, levantando-se rapidamente, sua vergonha substituída por preocupação.

Mas Yami já havia ido. Eles podiam ouvir o som distante de seus passos se afastando rapidamente, então um silêncio.

Rito ficou paralisado em sua cadeira, olhando para a porta aberta, sentindo um frio na espinha que não tinha nada a ver com seus poderes. O olhar de Yami não era de ódio. Era de desilusão. De mágoa.

"Mais uma magoada." Ele sussurrou para seu prato de curry, que agora parecia completamente sem graça. "E dessa vez, eu nem sei o motivo."

O jantar havia terminado. O silêncio que se seguiu foi o mais pesado de todos.



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