Capítulo 6 - O Despertar Dourado

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To Love-Ru Darkness 3: Onde as Estrelas se Dissolvem


Escrita por: Matheus Leandro (Magnatah)

Capítulo 6 - O Despertar Dourado

To Love-Ru Darkness 3: Onde as Estrelas se Dissolvem



No Capítulo Anterior...
Ele não sabia as consequências disso... mas descobriria ao acordar.

A batalha acabara. O preço? Um instinto reprimido, libertado dentro de si. A recompensa? O caminho de volta para elas.

E o medo?
O que ele seria capaz de fazer quando aquela parte reprimida encontrasse o mundo real... e as garotas que tanto amava?

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Enfermaria da Mansão Mikado – Dias Depois...
O cheiro de antisséptico e flores de lótus enchia o ar da ampla enfermaria privativa da mansão da Dra. Mikado. A luz do entardecer filtrada pelas cortinas de seda projetava sombras dançantes sobre as paredes, enquanto o ventilador de teto girava lentamente, soprando uma brisa fresca sobre o único paciente do local.

Rito Yuuki estava deitado em uma cama macia, coberto por lençóis de seda, seu rosto sereno. Não havia ferimentos visíveis — Mas sua mente... essa era outra história.

Ao seu lado, sentada em uma cadeira, Mea Kurosaki segurava sua mão com uma expressão incomum para ela — olhos vermelhos de tanto chorar, lábios tremendo.

"Rito-san... acorda, por favor." ela sussurrou, sua voz rouca.

Normalmente brincalhona e provocante, Mea estava irreconhecível. Seu cabelo ruivo estava desgrenhado, e suas roupas, que costumavam ser ajustadas e chamativas, pareciam largas, como se ela não tivesse se importado em trocá-las direito.

A porta se abriu suavemente, e Momo entrou, carregando uma bandeja com chá. Seu rosto, antes sempre sorridente e calculista, estava marcado por culpa e preocupação genuína.

"Mea-chan... você deveria descansar." Momo murmurou, colocando a bandeja na mesa ao lado da cama.

Mea olhou para ela, os olhos marejados. "Eu não consigo. Toda vez que fecho os olhos, vejo ele... naquela sala, sendo engolido por aquela escuridão." Ela apertou a mão de Rito com mais força. "Por que dói tanto, Momo? Eu não entendo... eu só quero que ele acorde. Quero ouvir ele me chamando de 'Mea' de novo, mesmo quando eu estou provocando ele..."

Momo sentou-se ao lado dela, colocando uma mão sobre seu ombro. "Isso... é amor, Mea-chan"

"Amor?" Mea repetiu, como se a palavra fosse estranha em sua boca.

"Sim. Você não vê ele apenas como alguém que pode te dar prazer ou diversão. Você se importa realmente com ele. E ver alguém que você ama sofrendo... dói mais do que qualquer ferida."

Mea ficou em silêncio, seus dedos apertando os de Rito. Ela nunca havia pensado nisso antes. Sempre via Rito como um brinquedo interessante, alguém que podia ser provocado, abraçado, beijado... mas agora, a ideia de perdê-lo a aterrorizava.
"Eu... não quero que ele desapareça." ela confessou, uma lágrima escorrendo.

Momo sorriu fraco. "Ele não vai. O Rito-san é forte. E quando ele acordar... talvez você possa dizer a ele como se sente."

Mea olhou para Rito, imaginando como seria vê-lo acordado de novo. Ela queria mais do que apenas brincar com ele agora.

De repente, os dedos de Rito contraíram-se.

Mea deu um pulo. "M-Momo! Ele se mexeu!"

Momo se inclinou para frente, os olhos arregalados. "Rito-san? Você está acordando?"

O ar no quarto ficou pesado, carregado de uma energia pulsante que fazia os cabelos de quem estivesse perto se arrepiarem. Rito, ainda inconsciente, começou a se contorcer na cama, seus músculos tremendo violentamente sob a pele, como se algo dentro dele lutasse para sair.

Sons de ossos quebrando e se rearranjando ecoavam pelo silêncio do quarto, cada estalo seco acompanhado por um espasmo agonizante de seu corpo. 

"ARGHHH!" O grito de Rito estava carregado de sofrimento e agonia.

Seus tendões se esticavam como cordas de aço sob tensão, visíveis mesmo através da pele, que ora avermelhava, ora adquiria um tom pálido e dourado.

A aura dourada ao seu redor começou a se mover por conta própria, envolvendo-o como um manto vivo entrelaçado por fios luminosos de azul-celeste. Veias negras surgiam em seus braços, pulsando em sincronia com o ritmo das centelhas azuis que irradiavam de seu peito.

Mea e Momo assistiam horrorizadas, paralisadas entre o instinto de ajudá-lo e o medo do que estava acontecendo.

"O-que está acontecendo com ele!?" Mea gritou, seus olhos brilhando de preocupação.

"MIKADO!... RÁPIDO O RITO PRECISA DE AJUDA!" Momo gritou, sua voz tremendo horrorizada.

De repente, um pulso de energia dourada e azul-celeste entrelaçadas explodiu do corpo de Rito. O núcleo da explosão era um vortex de ouro incandescente, enquanto as bordas cintilavam com estrelas azuis - como uma réplica do manto estelar de Darkness. A onda de choque arremessou todos para trás, deixando rastros luminosos das duas cores no ar.

Momo ergueu um braço para proteger o rosto dos destroços, mas não pôde evitar maravilhar-se com as estrelas azuis que pairavam no ar. Mea agiu: num piscar de olhos, sua mão direita se transformou em um escudo translúcido, amplo o suficiente para cobrir ambas.

Quando a poeira baixou, lá estava ele:
Seu torso agora era definido, com músculos perfeitamente esculpidos, como se tivesse sido lapidados por michelangelo.

Sua pele ganhara um brilho saudável, e seus cabelos estavam levemente mais longos e desalinhados, como se tivessem crescido durante a transformação.

Momo e Mea se levantaram e fixaram seus olhares em Rito.

Mikado que veio correndo ficou perplexa pela destruição do local, ela vestia seu jaleco habitual, seus seios generosos quase escapando do decote.

olhando para o Rito fez seu habitual sorriso enigmático, enquanto os dados fluíam em hologramas ao redor. "Fascinante!", exclamou, girando uma projeção 3D do corpo de Rito. "Seu organismo não só se recuperou completamente como atingiu níveis celulares além do padrão humano comum."

Ele apontou para os gráficos que brilhavam em azul:
Regeneração acelerada: Taxas comparáveis a Devilukianos de primeira geração.
Densidade muscular: 300% acima de sua média anterior.
Resistência óssea: Níveis nunca registrados em humanos terrestres.


Tearju-Sensei veio logo atrás, após escutar que o Rito acordou.

Um gemido baixo escapou dos lábios de Rito, e lentamente... seus olhos se abriram.

Mas algo estava errado.

Em vez do castanho-dourado habitual, seus olhos brilhavam com um dourado intenso, quase sobrenatural, envoltos em uma névoa dourada salpicada de cintilações azul-celeste. Uma mecha de cabelo próxima à testa brilhava com reflexos dourados, enquanto faíscas azuis dançavam em suas pontas. Ele piscou devagar, como se estivesse vendo o mundo pela primeira vez.

"R-Rito-san?" Mea chamou, hesitante.

Mikado e Tearju se aproximaram do Rito.
"Ah, finalmente acordou, paciente especial?" perguntou Mikado em um tom de brincadeira.

Rito piscou lentamente, os olhos dourados percorrendo o ambiente com uma expressão desorientada. Seu olhar fixou-se em Momo, e então... seus olhos percorreram seu corpo de cima a baixo, parando em seus seios.
"Momo... você está ainda mais tentadora do que eu lembrava." ele disse, com uma voz mais rouca, mais ousada.

Momo ficou paralisada. Isso não era o Rito que ela conhecia.

Rito olhou para Mikado... e então sua boca se abriu num sorriso lascivo.
"Doutora Mikado... que seios magníficos."

O silêncio que se seguiu foi cortante.
Mikado parou, surpresa. Mea ficou boquiaberta. Momo criou uma teoria do que estava acontecendo.

Rito agora encarando os seios fartos da Tearju, desce seu olhar lentamente e se fixou em sua saia preta colada no corpo.
"Qual a cor da sua calcinha Sensei?"
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Tearju ficou desesperada e totalmente vermelha, ela quase falou, mas foi cortada pela Momo. 

"Será que os poderes da Yami... está afetando a mente dele!?" Momo murmurou.

Rito, completamente alheio ao constrangimento, continuou:
"Queria apertá-los... E lambê-los".

Mikado corou, mas não parecia irritada — na verdade, ela riu. "Bem, pelo menos está sendo honesto."

Mea olhou para Momo, assustada. "Isso... não é normal, né?"

Momo balançou a cabeça negativamente. "O poder da Yami está amplificando os desejos reprimidos dele. Ele está falando o que pensa... sem filtro, é a minha teoria..."

Momo não conseguia desviar os olhos, suas pupilas dilatadas percorrendo cada curva definida do abdômen de Rito. Um fio de saliva escapou involuntariamente de seus lábios enquanto ela murmurava, voz embargada:
"Rito-san... isso é justo? Um corpo desses deveria ser crime~" Suas mãos se agarraram às próprias bochechas, como se tentasse conter o calor que queimava seu rosto.

Ao seu lado, Mea respirava fundo, sentindo um tremor percorrer sua espinha. Seus dedos traçaram levemente o próprio colo, como se imaginasse tocar aqueles músculos.
"Ah ah~ Parece que o Senpai ficou... perigosamente atraente." ela sussurrou, sua voz mais rouca que o normal. Seu batimento acelerado ecoava em seus ouvidos.

Rito, ignorando a conversa, olhou para Mea.
"Mea... você chorou por mim?" Ele perguntou, sua voz mais suave agora.

Mea engoliu seco. "S-sim..."

Ele sorriu — um sorriso genuíno, mas ainda carregado de intensidade e sonolência.
"Isso me deixa feliz."

Rito adormeceu.

Mea sentiu seu coração acelerar. Isso não era o Rito tímido que ela conhecia. Mas... não era ruim.

//////////

Enquanto isso, em um cafeteria onde Mio Sawada trabalha de meio período, Nana, Kotegawa, Haruna, Risa e Mio conversavam.

Nana, normalmente agressiva e cheia de energia, estava quieta, seus olhos fixos no chão, sua mente estava em uma cena onde Rito a Abraçava.
"Eu nunca imaginei que ele pudesse... quase morrer." ela murmurou.

Kotegawa, sempre rígida e disciplinada, apertou os punhos, lembrando da cena em que ela e Rito quase se beijaram.
"Ele sempre foi um pervertido... mas ninguém merece isso." ela admitiu, sua voz trêmula.

Haruna, a mais tímida, segurava um pequeno amuleto que ela trouxera de um templo.
"Eu... eu não quero que ele sofra mais." ela sussurrou, enquanto lembranças do Rito percorriam sua mente.

Risa, normalmente a mais brincalhona, estava séria e decidida.
"Se ele acordar... eu vou me confessar."

"QUEEE???" As outras 4 gritaram surpresas.

"Você... gosta daquele animal?" Nana perguntou inquieta.

Embora a tristeza ainda pairasse sobre Mio, as palavras de Risa atingiram seu coração como raios de sol através das nuvens. Seus lábios, antes pressionados em uma linha tensa, curvaram-se suavemente, enquanto seus olhos  ganhavam um brilho novo. Ver sua melhor amiga finalmente revelando seus sentimentos mais sinceros foi como sentir o peito aquecer, como se uma chama suave tivesse sido acesa dentro dela, derretendo pouco a pouco o gelo que a entristecia.

Risa sorriu, mas seus olhos estavam sérios.  
"Eu sempre gostei. Só nunca tive coragem de admitir. Mesmo sabendo que ele vai me recusar, ainda sim vou tentar!"

O silêncio que se seguiu foi cortante.

"Risa... gosta do Rito?!"  
A revelação ecoou na mente de Haruna como um trovão inesperado. Seus dedos se apertaram involuntariamente em torno do amuleto - um pequeno pingente em forma de estrela que parecia queimar em sua mão. Enquanto as outras garotas ainda boquejavam, imersas no choque coletivo, Haruna desviou o olhar para a xícara de chá frio.
"Mas ela sempre zoou ele... Nas provas... Nos trabalhos... Até quando ele tropeçava..."

Uma lágrima solitária traiu-a, caindo direto na superfície escura da bebida. O círculo perfeito que formou na superfície refletiu seu rosto distorcido - a única testemunha de seu desespero. Um rosto confuso que mal reconhecia como seu. No fundo, uma voz minúscula que ela se recusava a ouvir sussurrava a verdade mais dolorosa: o medo não era de Risa se confessar, mas de Rito dizer sim.

Nana estremeceu como se levassem um choque, derrubando o saleiro com um ruído seco que quebrou o silêncio.  
"O quê foi isso?" Risa riu, aliviada pela distração.  
"Nada..." Nana encarou as migalhas de sal espalhadas, que brilhavam como minúsculos fragmentos estelares. "Só minha imaginação..."

Foi nesse instante de distração que Haruna escondeu o rosto atrás da manga do uniforme, enxugando as últimas evidências de sua crise silenciosa.  

"Parece que o plano da Momo tá avançando..." Nana pensou, tentando disfarçar o tremor nas mãos com tom casual. "Será que eu deveria me confe- NÃO!" Sacudiu a cabeça com força. "Eu só estou triste por ele ter quase morrido! Só isso!"

As outras trocaram olhares, mas ninguém comentou. 

O incidente na escola mudara algo em todas elas. Ver Rito quase morrendo fez com que percebessem o quanto ele significava.

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No jardim dos Yuuki, sob um manto estrelado que parecia ter dobrado sua intensidade naquela noite, Lala permanecia imóvel. Seu corpo estava deitado sobre a grama fria, os longos cabelos rosados espalhados à sua volta. Seus olhos - normalmente brilhantes com curiosidade infantil - agora refletiam apenas o vazio infinito do cosmos acima dela.
Peke, em sua forma de grampo de cabelo, piscava suavemente.

"Lala-sama... você está bem?"

Lala balançou a cabeça.

"Eu quase matei o Rito. Minha invenção... foi perigosa demais."

Peke ficou em silêncio.

Lala olhou para o céu, seus olhos verdes cheios de culpa.
"Eu nunca mais vou deixar isso acontecer. Eu prometo."

Lala estremeceu subitamente, como se uma centelha de energia familiar tivesse cruzado o céu. Seus olhos verdes buscaram as estrelas, mas só encontraram o vazio de sua culpa.
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//////////

Naquela noite, enquanto Rito dormia novamente, Oshizu, a assistente da Dra. Mikado, estava ao lado da cama, observando-o.

"Ele vai ficar bem, não vai?" Ela perguntou, sua voz num tom triste.

Mikado, sentada em uma poltrona próxima, sorriu.
"Com certeza. Mas quando ele acordar de novo... acho que ele não será mais o mesmo."

Oshizu inclinou a cabeça.
"O Darkness... vai mudar ele?"

Mikado suspirou.
"Já mudou."

//////////

Rito dormia profundamente, sua mente lutando entre sua natureza gentil e os desejos reprimidos.
Quando ele acordasse de novo... o mundo ao seu redor não estaria preparado.
E nem ele.


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