Capítulo 4 - A Invenção que Mudou Tudo

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To Love-Ru Darkness 3: Onde as Estrelas se Dissolvem


Escrita por: Matheus Leandro (Magnatah)

Notas do Autor:
Fala galerinha do bem!
Fazer essas capas dá um trabalhão, viu?
Mas esses dias tô inspirado — é como se os personagens quisessem ganhar vida! Rsrs!

Sem mais enrolação, aproveitem o capítulo!

Capítulo 4 - A Invenção que Mudou Tudo

Capítulo 4 - A Invenção que Mudou Tudo
No Capítulo Anterior...
O dispositivo emitiu um uivo final, um lamento mecânico. O núcleo, sobrecarregado além de qualquer limite concebível, não podia mais conter as energias conflitantes – a tecnologia instável de Deviluke e o poder primordial e caótico de Yami.

Ele explodiu.

Não foi uma explosão de fogo e metal. Foi uma detonação de escuridão e luz.

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Um pulso silencioso e avassalador de energia negra, com raios dourados, expandiu-se a partir do dispositivo como uma onda de choque esférica. Moveu-se devagar, quase graciosamente, mas com uma pressão implacável que arrancou o ar dos pulmões. As carteiras mais próximas foram reduzidas a estilhaços carbonizados instantaneamente. As janelas estilhaçaram-se para fora em uma chuva de cacos. A lousa rachou ao meio com um estalo seco.

Lala foi arremessada para trás como um boneco de pano, atingindo a parede do fundo com um baque surdo, seu corpo envolto em faíscas estáticas. Yami, ainda conectada pela corrente de energia negra, levou o impacto total. Ela foi jogada de volta contra a parede oposta, seu corpo brilhando com a mesma escuridão dourada que vazava do dispositivo, um grito abafado escapando de seus lábios antes que ela deslizasse para o chão, inconsciente.

Mas Rito... Rito estava no epicentro.

Ele não foi arremessado. Ele absorveu.

O pulso de energia escura e dourada passou através dele. Por um instante queimado na retina de todos os presentes, ele ficou suspenso no ar, iluminado por dentro. Seus olhos castanho-dourados brilharam com uma luz sobrenatural, dourada e fria, enquanto rachaduras negras, como teias de aranha de pura escuridão, espalharam-se pela sua pele. Sua boca se abriu num grito silencioso, não de dor, mas de uma agonia existencial profunda, como se sua própria essência estivesse sendo dilacerada e remontada com fios de sombra.
Capítulo 4 - A Invenção que Mudou Tudo

Então, a luz dentro dele apagou-se. As rachaduras negras desapareceram. E ele caiu.

Não com um baque dramático. Caiu como um saco de batatas, inerte, no chão coberto de destroços.

O silêncio que se seguiu foi mais aterrorizante que a explosão. A poeira de gesso ainda pairava no ar. O cheiro de madeira queimada e algo metálico, como sangue, era sufocante. Alunos tossiam, choravam baixinho, olhando para a devastação com incredulidade.

Nana e Momo trocaram um olhar rápido - uma comunicação silenciosa entre irmãs que dispensava palavras. Momo agiu primeiro, já se virando enquanto anunciava:
"Eu cuido do Rito! Nana, cuide da Onee-sama!"

Sem esperar resposta, Momo partiu em disparada, enquanto Nana correu para ajudar Lala.

Momo foi a primeira a se mover. "RITO-SAN!" Seu grito rompeu o silêncio, cheio de um terror genuíno que ela nunca havia mostrado antes. Ela correu através dos destroços, tropeçando, ignorando os cortes de vidro em seus joelhos. Caiu de joelhos ao lado do corpo imóvel de Rito. Suas mãos tremiam violentamente enquanto ela tentava sentir seu pulso. "N-não... por favor, não..."

Nana com estava com o coração acelerado, mas, ao ver que Lala não estava ferida — apenas inconsciente —, suspirou aliviada. "Devilukeanos são resistentes... Uma explosão dessa não seria suficiente para machucá-la."

Mea observou rapidamente os três feridos. Os outros dois já tinham ajuda — Mesmo assim, sem hesitar, dirigiu-se a Yami.
"Yami Onee-chan!" Mea ao examinar o corpo da garota, notou que suas feridas já começavam a fechar, a pele se regenerando em um ritmo visível. O peso da preocupação amenizou em seu peito.

Nana e Mea percebendo o desespero na voz de Momo fixaram seu olhar em Rito - um instante foi suficiente para compreenderem a gravidade da situação. Os olhos de Nana se encheram de lágrimas primeiro, seu rosto infantil se contorcendo num misto de raiva e tristeza. Mea, sempre tão provocadora, tentou manter a pose, mas não conseguiu evitar que um único traço prateado escorresse por sua face.

Haruna seguiu, seu rosto branco como papel, os olhos roxos enormes com horror. "R-Rito-kun?" Ela ajoelhou-se ao outro lado, sua mão hesitante tocando seu rosto frio. "Acorde... por favor, acorde..."

Yui ficou atordoada, incapaz de processar o que acontecera

Saruyama emergiu debaixo da mesa, olhando para a cena com a boca aberta. "Yuuki... irmão..."

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Em um lugar longe da confusão...
O professor da primeira aula de Mikan faltou, deixando-a com trinta minutos livres — tempo suficiente para resolver algo que a preocupava. Rito havia esquecido seu almoço em casa, e ela decidira levar o dele até sua escola.

Ao chegar ao portão da Escola Sainan, Mikan dirigiu-se ao corredor do ensino médio. Parou na porta da sala do irmão... e congelou. Seu olhar percorreu a sala destruída, passou por Lala e Yami inconscientes, e fixou-se em Rito caído no chão, cercado por Momo e Haruna. A raiva da manhã evaporou, substituída por um frio gelado de pavor.
"N-nii...chan?"
Ela correu, empurrando alunos parados.
"SAIAM DO CAMINHO! RITO!"

O professor Sawano, tremendo, conseguiu alcançar o telefone de parede, ainda intacto por algum milagre. "En-fer-ma-ria! Emergência! Sala 2-A! Explosão! Feridos! Por favor, rápido!"

Momo ignorava tudo. Ela inclinou-se sobre Rito, seus dedos pressionando com desespero. "Nada. Nada!" O pânico subiu como uma maré em sua garganta. Ela baixou a cabeça, colocando a orelha em seu peito. "Por favor... por favor, coração, bata..."

Um som. Fraco. Distante. Mas inconfundível. Lub... dub... Lub... dub...

"Ele está vivo!" Momo gritou, alívio e terror se misturando em sua voz. "Mas o pulso está fraco! Muito fraco!" Suas mãos corriam sobre seu corpo, procurando ferimentos visíveis. Não havia sangue, nenhum osso aparentemente quebrado. Mas sua pele estava fria, quase gelada, e sua respiração era superficial, quase imperceptível. E nos cantos de seus lábios, um fiozinho quase invisível de névoa negra escapava com cada exalação rala.

Mikan chegou, empurrando Haruna gentilmente, mas com força. "Deixe-me ver!" Seus dedos hábeis, treinados por cuidar dele e de Celine, verificaram rapidamente os sinais vitais. O alívio ao encontrar o batimento foi ofuscado pela gravidade de sua condição. "Ele não está respondendo. Choque profundo... ou algo pior." Ela olhou para Momo, seus olhos implorando por uma explicação. "O que aconteceu com ele?"

Antes que Momo pudesse responder, o Dr. Mikado Ryouko, a médica da escola, irrompeu na sala, seguida por uma aluna, Murasame Shizu, mas conhecida como Oshizu. Seus olhos verdes, geralmente cheios de humor travesso, estavam sérios e profissionais enquanto avaliavam a cena.

"Deus do céu..." Ela murmurou, vendo os destroços. "O que aconteceu aqui?" Mas ela não perdeu tempo. Ajoelhou-se rapidamente ao lado de Rito, seu estetoscópio já em ação. Ouvindo seu peito, examinando suas pupilas com uma pequena lanterna. Ela franziu a testa. "Batimento cardíaco lento, respiração superficial, inconsciência profunda. Sem ferimentos externos graves... mas..." Ela sentiu uma aura no ar perto de sua boca, e seu rosto se contraiu. "Essa energia residual é familiar?" Seu olhar cortante encontrou o de Momo.

Oshizu parou na entrada da sala, seus olhos arregalados percorrendo o cenário de devastação que se estendia diante dela. O ar gelou em seus pulmões quando seu olhar identificou três formas inertes no chão - corpos que seu coração reconheceu antes mesmo de sua mente processar. Uma onda de horror substituiu sua expressão inicial de choque quando os traços familiares de Yami, Lala e Rito emergiram da poeira, imóveis.

"Foi uma invenção da Lala-sama" Momo explicou rapidamente, sua voz trêmula. "O Copiador de Habilidades. Ele... ele tentou copiar o poder da Yami de alteração de corpo. Entrou em sobrecarga. Rito-san tocou na Onee, ele tentou tirar a invenção das mãos dela, quando explodiu... ele absorveu... algo."

Dr. Mikado fechou os olhos por um segundo, parecendo envelhecer diante deles, notou Yami desacordada e entendeu que tipo de energia Rito tinha absorvido. "Absorveu o Darkness? Mas ele é humano..." Ela abriu os olhos, decisiva. "Não temos tempo. Precisamos levá-lo para a enfermaria, estabilizá-lo e depois para meu consutório equipado para... situações exóticas."
Ela fez um gesto para os alunos que estavam no canto da sala. "Quem não estiver machucado, por favor, ajude-me a levar os inconscientes para a enfermaria! Trouxe quatro macas — peguem uma para ele, para a Lala e para a Yami. E, por favor, tenham cuidado!"

O professor e alguns alunos ajudaram a socorrer os feridos.

Um nó de angústia apertou a garganta de Oshizu, suas mãos tremendo levemente enquanto lutava contra as lágrimas que insistiam em brotar. Com um suspiro profundo que queimou em seu peito, ela engoliu o choro e se moveu com determinação súbita para ajudar os feridos. Olhando para Rito, seu coração acelerado tentava ignorar o medo que insistia em crescer.

Enquanto as enfermeiras colocavam Rito com extrema cautela na maca, Mikan agarrou sua mão flácida. "Nii-chan... por favor... segure firme..." Sua voz quebrou. A raiva da manhã parecia uma piada cruel agora.

Risa e Mio estavam enlaçadas, os ombros tremendo. Lágrimas escorriam sem controle pelos rostos das colegas.

Nana, ajoelhada ao lado de Lala (ainda inconsciente), olhava para a irmã, depois para Rito sendo levado. Seu queixo tremia, os punhos cerrados no colo. "Ane-ue... acorda. Por favor." Sua voz saiu em um sussurro rouco, antes que um novo tremor a fizesse curvar-se sobre o próprio corpo, soluçando alto.

Yui Kotegawa estava parada em choque, mas seu rosto—sempre tão sério—agora era uma máscara rachada. Lágrimas teimosas escorriam por suas bochechas.

Haruna assistiu, lágrimas silenciosas escorrendo por seu rosto, suas mãos pressionadas contra o coração.

Mea fitou Rito inconsciente na maca, e algo estranho aconteceu - seu peito apertou como se mãos invisíveis esmagassem seu coração, uma dor que queimava por dentro. Era uma sensação que conhecia bem, remanescente de incontáveis cenas de morte que testemunhara em seu passado sombrio. Seu instinto gritava que ele estava pendurado por um fio. Quando o sentimento transbordou, tornando-se grande demais para seu corpo conter, transformou-se em lágrimas silenciosas que desciam por seu rosto, cada uma mais salgada que a última.

Momo ficou de pé, observando Rito ser levado embora, seu rosto uma máscara de culpa e terror. Seu plano de harém, suas manipulações, seus 'acidentes' cuidadosamente orquestrados... tudo parecia insignificante, grotesco, diante da palidez mortal do rosto de Rito e da névoa negra que ainda bailava fraco sobre seus lábios.

Ela olhou para os destroços fumegantes do Copiador Mk-II Kun. 'Progresso?' O pensamento ecoou em sua mente, amargo e vazio. "Eu fiz isso. Eu o coloquei no caminho disso. Eu..." Ela apertou os punhos até as unhas cavarem na palma, sentindo o primeiro gosto verdadeiro do fracasso. E do medo. Medo de que o coração que batia tão fraco na maca pudesse parar. Medo de que a luz nos olhos castanho-dourados que ela tanto amava nunca mais se acendesse.

Enquanto a maca de Rito desaparecia pela porta, seguida por Lala e Yami, o silêncio na sala 2-A era pesado como um túmulo. A invenção mudara tudo. E o preço estava sendo pago em coma e sombras. A única pergunta que permanecia, pairando como a poeira no ar, era: Rito Yuuki voltaria? E se voltasse, o que traria consigo das profundezas da escuridão que ele involuntariamente abraçara?


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