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To Love-Ru Darkness 3: Onde as Estrelas se Dissolvem
Escrita por: Matheus Leandro (Magnatah)
Capítulo 25 - Luzes, Lençóis e Laços Revelados
No Capítulo Anterior...
Na escuridão do quarto confinado, sob o olhar imaginário de um plano de harém que se expandia, o herói do amor e sua princesa explosiva selaram seu destino. O caminho do harém ganhava seu terceiro pilar, e ele era tão forte, tão único e tão cheio de faíscas quanto os outros. O confinamento havia sido uma armadilha, mas o que floresceu dentro dele foi a mais pura e explosiva verdade.
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A escuridão do quarto de Nana era densa, quebrada apenas pelo leve brilho das estrelas artificiais coladas no teto e pela respiração ofegante de dois corpos que acabavam de se separar. O silêncio pós-beijo era carregado de eletricidade, tão palpável quanto o fio prateado de saliva que ainda os conectava por um instante fugaz antes de romper-se.
Rito respirou fundo, o peito musculoso subindo e descendo sob a camiseta. Apesar da penumbra, seus olhos, já adaptados ao escuro, fixavam-se no rosto de Nana, tão próximo. Um sorriso genuíno, amplo e despreocupado, estampou-se em seus lábios. Era um sorriso que vinha do fundo do coração, iluminando seu rosto mais do que qualquer luz pudesse.
Nana ainda recuperava o fôlego, o rosto ardendo em um rubor intenso que, felizmente, a escuridão escondia em parte. O coração batia forte contra as costelas, ecoando o ritmo acelerado do beijo prolongado. Aquela expressão feliz e desarmada de Rito a desconcertou completamente.
"P-Por que está sorrindo assim, seu bobo?" A voz dela saiu mais alta e mais aguda do que pretendia, carregada de uma vergonha doce que a fazia querer se esconder.
Rito não desviou o olhar. Seus dedos encontraram os dela timidamente. "Porque estou feliz, Nana" Respondeu, a voz suave, mas firme, transbordando sinceridade. "Muito, muito feliz."
As palavras simples atingiram Nana como um choque quente. A vergonha intensificou-se, transformando-se em algo mais profundo, mais quente, mais confuso. Ela desviou os olhos rapidamente, incapaz de sustentar aquele olhar intenso e alegre. "I-Idiota! Não fala coisas assim do nada!" A mão livre esvoaçou no ar, tentando dissipar o constrangimento.
"A-Ah! Vamos arrumar a cama! Esse cobertor é muito pequeno para dois! Vou pegar um maior no armário!" Nana mudou de assunto envergonhada.
Nana foi apressada em direção do armário, tentando focar na tarefa mundana para afastar o turbilhão de emoções. O coração ainda martelava. Felicidade... Ele realmente parece feliz... Comigo...
Rito observou-a se mover na escuridão, ouvindo o farfalhar de suas roupas e seus passos cautelosos. A confusão tomou conta dele quando a lógica da situação bateu. "Espera, Nana... Onde... onde eu vou dormir?" Ele olhou em volta, lembrando-se que o quarto dela tinha apenas uma cama individual.
Nana parou de repente, de costas para ele, diante do armário. O rubor voltou com força total, queimando suas orelhas. A voz saiu quase como um sussurro rouco, engasgado. "N-Na cama... J-Junto comigo." A admissão parecia exigir um esforço físico. "É... é grande o suficiente... se a gente... se a gente não se mexer muito." Ela não ousou se virar.
Rito sentiu um calor subir pelo pescoço até o rosto. Dormir na mesma cama que Nana? Depois daquele beijo? Apesar da aceitação do plano de Momo e do relacionamento com Lala, a intimidade repentina com Nana – a eterna tsundere, a garota que sempre o chutava – era vertiginosa. "Ah... sim. Certo." A resposta foi tímida, mas havia uma centelha de antecipação, de algo novo e precioso, pulsando sob a timidez.
"Vou te ajudar" Ofereceu Rito. Os músculos definidos de suas costas e braços tensionaram levemente a camiseta enquanto ele tentava se orientar no escuro. "É difícil arrumar a cama nessa escuridão total." Ele avançou na direção onde imaginava que Nana estivesse.
"Segura essa ponta aqui" A voz de Nana veio de perto, à sua direita. Ele seguiu o som, esticando a mão no escuro. "Pronto, segura firme enquanto eu puxo o lençol..."
Rito concentrou-se em encontrar a ponta do tecido. Um passo em falso. Seu joelho direito colidiu com força contra o sólido pé de ferro da cama.
"AI!"
A dor aguda o fez perder completamente o equilíbrio. Ele cambaleou para frente, os braços girando no ar inutilmente. O alvo de sua queda era a silhueta escura de Nana, que estava curvada, tentando desenrolar o lençol maior.
"Rito?! O que—" O aviso de Nana foi cortado pelo impacto.
PLOFT!
Os corpos se chocaram com um baque surdo. O movimento brusco e a queda desgovernada fizeram com que o lençol que Nana segurava se transformasse em uma armadilha de algodão. Eles rolaram juntos sobre o colchão, envolvidos num emaranhado de tecido, terminando numa posição que deixaria qualquer um sem fôlego – e não apenas pelo susto.
Rito grunhiu, tentando entender o que havia acontecido. Sua cabeça estava presa, envolvida pelo lençol, e repousava sobre algo macio e quente. A visão, já adaptada ao escuro, começou a focar. E o que ele viu, a centímetros de seu nariz, fez o sangue correr mais rápido e o coração parar por um instante.
Era a parte íntima de Nana. O lençol apertado em volta de sua cabeça como um turbante malfeito impedia qualquer movimento, mantendo seu rosto encostado na coxa esquerda dela e sua visão fixa naquela fenda delicada, uma linha suave de um rosa convidativo que parecia pulsar levemente na penumbra. Um aroma doce, único e feminino – o cheiro de Nana – invadiu suas narinas, intenso e intoxicante.
Pior ainda era a situação de suas mãos. A mão esquerda, por algum acaso cósmico (ou perversidade do destino), havia escorregado por baixo da perna esquerda de Nana durante a queda. E seus dedos não estavam vazios. Eles estavam firmemente entrelaçados no elástico de uma peça minúscula de tecido amarelo... uma calcinha de ursinho, que ele, em um ato de destreza absurda e involuntária, havia conseguido puxar quase completamente para baixo durante o tumulto.
A mão direita, entretanto, estava numa situação ainda mais comprometedora. Presa, espremida com firmeza entre as duas bandas firmes e quentes das nádegas de Nana. O calor emanando dali era quase sufocante.
Nana saiu do choque inicial da queda. Primeiro, veio a sensação do corpo pesado de Rito sobre ela, parcialmente. Depois, a consciência nítida e avassaladora de cada ponto de contato. O calor da cabeça dele pressionada contra sua coxa interna. A mão esquerda... a mão esquerda dele está segurando minha... minha calcinha? O pensamento explodiu em sua mente como uma supernova de vergonha. E então... a mão direita. Presa, firmemente, entre suas nádegas. Cada dedo, cada unha, cada linha da palma daquela mão parecia estar gravada a fogo em sua pele mais íntima.
Um rubor violento, capaz de iluminar o quarto se houvesse luz, tomou conta de todo o seu corpo, do couro cabeludo até os dedos dos pés. "R-RITO! S-SAI! SAI AGORA!" Ela tentou se contorcer, tentou empurrá-lo, mas seus braços estavam presos pelas voltas do lençol que os envolvia como uma múmia. O pânico se misturava a uma confusão indescritível.
No esforço para se libertar, Nana contraiu instintivamente os músculos das nádegas, apertando com mais força ainda a mão direita de Rito que estava ali presa. O calor e a pressão aumentaram exponencialmente. Simultaneamente, na tentativa de ganhar alavanca, suas pernas se moveram, se abrindo um pouco mais... oferecendo a Rito uma visão ainda mais clara, mais próxima, mais íntima e incrivelmente tentadora daquela fenda rosa que parecia chamar por ele.
Rito engoliu em seco. A combinação era letal. O cheiro doce e feminino inundando seus sentidos. A visão proibida a centímetros de seus olhos. A sensação da pele macia e quente da coxa sob sua face. O tecido minúsculo da calcinha puxado, inútil, em sua mão esquerda. E, acima de tudo, a pressão quente, úmida e incrivelmente firme da mão direita espremida entre as nádegas dela. Cada aperto involuntário de Nana era uma tortura deliciosa. O sangue pulsava em suas têmporas, uma onda de calor percorreu seu corpo, concentrando-se em seu centro. Ele estava perdendo a batalha contra seus instintos mais básicos.
E então, como se respondendo a um chamado interno, a mecha de cabelo próxima ao seu olho pulsou. Um brilho dourado súbito e intenso, como ouro líquido, iluminou brevemente a penumbra ao redor de seu rosto, revelando por um instante a expressão de puro êxtase e desejo que o dominara.
Impulsionado por um impulso irrefreável, sua mão direita – aquela que estava presa, acariciada, espremida – reagiu. Os dedos se fecharam com vontade, com possessividade, apertando as nádegas firmes e macias de Nana com força, com desejo.
"Mmh!~♥"
O gemido escapou dos lábios de Nana antes que ela pudesse conter. Foi um som curto, agudo, carregado de surpresa, vergonha e... algo mais. Algo quente e estranho que percorreu seu corpo como um choque elétrico, partindo exatamente do ponto onde a mão dele a apertava e se espalhando em ondas de calor até o seu próprio centro, que latejava em resposta. O aperto era invasivo, rude... e inexplicavelmente bom. Um tremor percorreu suas pernas.
Rito ouviu o gemido como um trovão. O som, misturado à sensação do corpo de Nana tremendo sob ele, ao cheiro, à visão... foi o ápice. Mas também foi o gatilho. O gemido de Nana, especialmente aquele pequeno coração que o acompanhava involuntariamente, ecoou em sua mente como um alarme.
"Acabei de pedi-la em namoro! Acabei de fazer ela chorar de felicidade! E agora isso?"
A imagem dela, vulnerável, envergonhada e confusa sob ele, cortou como uma faca o véu dourado do desejo descontrolado. O brilho na mecha apagou-se instantaneamente, como se nunca tivesse existido. O Rito normal voltou com força total, trazendo consigo uma avalanche de horror e constrangimento. "O que eu fiz!?"
"Desculpa! Desculpa, Nana! Eu não...! Foi um acidente!" As palavras saíram em um jorro, sua voz trêmula de pânico genuíno. Ele parou de lutar contra o lençol, congelado, esperando a tempestade. Esperando o grito, o chute, a explosão de raiva tsundere que certamente viria. Ele merecia. Ele tinha invadido seu espaço de uma forma horrível, violenta.
O silêncio que se seguiu foi mais assustador do que qualquer grito. Nana estava imóvel, respirando rápido e superficialmente. Rito podia sentir a tensão em cada músculo do corpo dela. O rubor era palpável no ar.
"R-Rito..." A voz dela saiu estranhamente contida, rouca. "P-Para de se desculpar... e... e me ajuda a sair dessa... desse lençol idiota!"
Não houve gritos. Não houve chutes. Apenas uma vergonha profunda e uma confusão que a deixava sem reação. Ela estava processando. Processando o beijo, a queda, as sensações... o aperto. Tudo era demais.
Aliviado mas ainda mortificado, Rito focou toda sua energia em se desvencilhar com cuidado. Foi uma luta contra o lençol e contra o próprio constrangimento. Movimentos lentos, desajeitados, evitando qualquer novo contato indevido. Finalmente, após minutos que pareceram horas, eles conseguiram se libertar do emaranhado de tecido. Rito se afastou imediatamente, sentando-se no chão ao lado da cama, encostando as costas na estrutura de ferro. Nana se encolheu sobre a cama, puxando rapidamente sua calcinha amarela para o lugar, o rosto enterrado nos joelhos.
"Eu... Eu realmente sinto muito, Nana" Rito repetiu, a voz baixa, olhando para as próprias mãos. "Eu perdi o controle..., a queda, o susto... eu..."
"Foi um acidente" Nana interrompeu, a voz abafada pelos joelhos. "Um acidente idiota. Esquece." Mas sua voz tremia, e ela não levantou o rosto. A verdade era que ela não conseguia esquecer. A sensação daquela mão... o aperto... o gemido que escapou... tudo estava gravado em fogo.
"N-Não vou mentir... Apertei porque não resisti." Rito fechou os olhos, desviando o olhar enquanto o rosto lhe ardia em brasa. O corpo tenso, esperava o impacto do chute de Nana a qualquer instante.
Nana arregalou os olhos, um rubor intenso subindo-lhe do pescoço até as orelhas. "Será que... ele realmente acha meu corpo atraente?" O pensamento ecoou, acelerando seu coração.
"E-Eu... n-não achei ruim." Murmurou ela, a voz reduzida a um fio de ar, quase engolida pela própria vergonha.
"VAMOS ARRUMAR A CAMA!" A voz de Nana irrompeu, estridente, num desespero claro para mudar de assunto. Cada sílaba transbordava constrangimento, e seus olhos fugiam de Rito como se queimassem.
Rito ficou petrificado. "Ela não achou ruim!? Essa é a mesma Nana que me chamava de animal?" O coração martelava-lhe o peito, agora num ritmo mais frenético de confusão do que de medo da reação violenta esperada.
"V-Vamos..." Conseguiu articular ele, o rosto igualmente flamejante. Mas, contra toda a lógica, um frêmito de esperança agitou-se dentro dele, minúsculo e persistente.
Eles arrumaram a cama em um silêncio pesado e constrangedor. O lençol foi esticado sem troca de olhares, sem palavras desnecessárias. Quando tudo estava pronto, Nana se deitou rapidamente, virando de costas para Rito e se encolhendo no canto mais distante possível da cama individual, puxando o lençol até o queixo.
Rito ficou de pé, hesitante, olhando para a pequena faixa de colchão que restava. A atmosfera estava gelada, o oposto do calor que reinava minutos antes. Ele suspirou, esfregando o rosto. "Estraguei tudo".
Com cuidado, deitou-se na beirada extrema da cama, de costas para Nana, tentando ocupar o mínimo de espaço possível. O colchão afundou levemente sob seu peso. Ele ficou imóvel, olhando para as estrelinhas falsas no teto, ouvindo a própria respiração e a de Nana, muito mais rápida e irregular. A culpa era um peso no peito. O momento mágico do beijo e da confissão parecia ter acontecido em outra vida.
Os minutos se arrastaram. Rito tentava racionalizar, tentava se perdoar pelo impulso, mas a imagem da vulnerabilidade de Nana, do gemido, da visão... assombrava-o. Ele estava prestes a desistir e se oferecer para dormir no chão quando sentiu um movimento minúsculo atrás dele.
Nana se mexia. Lentamente, quase imperceptivelmente. Rito prendeu a respiração, não ousando se virar. Ele sentiu o calor do corpo dela se aproximando, centímetro por centímetro, até que as costas dela estivessem quase tocando as suas. A respiração dela estava mais calma agora, mas ainda audível.
Então, uma voz pequena, hesitante, quebrou o silêncio:
"E-Eu... vou dormir com você... Já que..." Uma pausa longa. Rito podia quase ouvir o coração dela acelerando novamente. "J-Já que... N-Nós... somos um c-casal agora."
As palavras caíram como um balde de água quente sobre Rito. Ele virou a cabeça lentamente, tentando enxergar seu perfil na escuridão. Ela estava de costas para ele, rígida como uma estátua, mas ali estava, mais perto. Ela havia dito. Somos um casal.
Um novo sorriso, mais terno e grato do que o anterior, iluminou o rosto de Rito. O peso da culpa diminuiu um pouco. Ele não pensou duas vezes. Movendo-se com uma suavidade que contrastava com sua força física, ele se virou completamente para ela. Deslizou um braço por baixo da cintura estreita de Nana e a puxou delicadamente, mas com firmeza, para perto dele. Seu corpo maior envolveu o dela em uma concha protetora – a posição "conchinha". Ele a trouxe tão perto que seus cabelos roçavam seu nariz e boca.
"Sim..." Ele sussurrou, seu hálito quente acariciando a nuca dela. "Nós somos um casal." A afirmação era um bálsamo. Ele enterrou o rosto nos cabelos macios e cheirosos de Nana, inalando profundamente o aroma doce e inconfundível de morango fresco que parecia emanar dela. Era um perfume que ele queria guardar para sempre em sua memória, associado a esse momento frágil e precioso de reconciliação silenciosa.
Nana estremeceu levemente ao ser puxada, mas não resistiu. Ao ouvir as palavras de Rito, sentindo o calor do corpo dele envolvendo o seu, o abraço forte e protetor, uma onda de calor diferente – um calor de felicidade pura e alívio – lavou toda a vergonha e confusão anteriores. Era real. Ele a queria ali. Ele a aceitava, mesmo depois do desastre.
Ela se virou dentro do abraço, rápido como um raio, enterrando o rosto no peito musculoso de Rito. Um braço dela passou por cima do torso dele, abraçando-o com uma força surpreendente. O outro braço ficou espremido entre eles. Ela não disse nada. Mas Rito sentiu o rosto dela pressionado contra seu peito, e sentiu o movimento inconfundível de um sorriso largo, feliz, contra sua camiseta. Era como se todo o seu corpo dissesse, Finalmente. É aqui que eu pertenço.
Rito ficou imóvel por um instante, surpreso pela súbita mudança e pela intensidade do abraço dela. Então, um sorriso ainda maior iluminou seu rosto. Ele levantou suavemente a mão esquerda livre e a levou à cabeça de Nana. Seus dedos afundaram nos cabelos macios e começaram a fazer carinho, um cafuné lento, rítmico e profundamente reconfortante. Movimentos circulares na base do crânio, dedos deslizando suavemente pelo couro cabeludo.
Nana suspirou profundamente, o corpo relaxando completamente contra ele. A tensão residual desapareceu. O abraço permaneceu forte, mas agora era de pura entrega, de conforto. Os dedos de Rito continuaram seu trabalho paciente, hipnótico. Ele sentia a respiração dela se aprofundar, se tornar mais lenta e regular contra seu peito. Os músculos dela ficaram pesados, soltos.
Percebendo que ela havia finalmente adormecido, aninhada contra ele, um sentimento de profunda paz e proteção tomou conta de Rito. Ele inclinou a cabeça e colocou um beijo suave no topo da cabeça dela, onde seus dedos ainda acariciavam.
"Boa noite, Nana" Sussurrou, sua voz um sopro no silêncio do quarto. "Durma bem." Ele continuou o cafuné por mais alguns minutos, até que seu próprio corpo, exausto pela montanha-russa emocional da noite, começou a ceder ao cansaço. A última coisa que registrou antes de o sono levá-lo foi o peso reconfortante de Nana em seus braços e o cheiro doce de morango em seu nariz.
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As luzes se acenderam subitamente – a energia havia voltado. A claridade invadiu o quarto de Nana, banhando cada detalhe e revelando a cena. Nana foi a primeira a despertar. A consciência voltou devagar, acompanhada por uma sensação estranhamente maravilhosa de calor, segurança e... peso. Um peso agradável sobre seu braço e torso.
Ela abriu os olhos, pestanejando contra a luz. Seu rosto estava colado a algo firme e quente... o peito de Rito. Seu braço estava jogado sobre a cintura dele, puxando-o inconscientemente para perto durante a noite. A perna dela estava entrelaçada com a dele sob o lençol.
A memória da noite anterior inundou-a como uma onda: o beijo apaixonado na escuridão, a confusão e a felicidade, o acidente terrível com o lençol... e depois, a coragem de se aproximar, o abraço reconfortante, o cafuné... O calor voltou ao seu rosto, mas desta vez era um calor diferente. Não era apenas vergonha; era felicidade. Um calor que se espalhou por todo o seu corpo, aconchegante e vibrante. Não foi um sonho, pensou, um sorriso tímido e incrivelmente feliz curvando seus lábios. Ele está aqui. Nós estamos juntos.
Cuidadosamente, para não acordá-lo, ela se soltou do abraço e sentou-se na cama, puxando os joelhos contra o peito. Rito estava profundamente adormecido, a respiração lenta e profunda. O rosto dele parecia relaxado, juvenil, sem as preocupações que às vezes o marcavam.
Nana ficou observando-o, o coração transbordando. Os lábios dele... os mesmos lábios que a beijaram com tanta paixão na noite anterior... pareciam convidativos até dormindo. A lembrança do sabor, da pressão, da intimidade daqueles beijos fez seus dedos subirem instintivamente até tocar seus próprios lábios, como se buscassem um eco da sensação.
"Nós somos um casal agora..." O pensamento ecoou em sua mente, mais forte e mais claro do que nunca. "Então... então não tem problema... certo?" O tom interno do pensamento foi gradualmente abafado pelo som acelerado do próprio coração, martelando contra as costelas como um tambor de excitação e nervosismo.
Sem pensar, movida por um impulso irresistível, ela começou a se inclinar. Lentamente, centímetro por centímetro, seu rosto se aproximou do dele. Os olhos fixos nos lábios entreabertos de Rito. A distância diminuiu. O cheiro dele, misturado ao seu próprio cheiro de morango na cama, encheu suas narinas. Seus lábios tocaram os dele com uma suavidade de asa de borboleta.
Foi um beijo leve, exploratório, quase reverente. O contato doce e quente.
E então, os lábios de Rito se moveram sob os dela.
Nana recuou como se tivesse levado um choque, os olhos arregalados de surpresa. Rito estava acordado! Seus olhos estavam abertos, meio turvos de sono, mas focados nela, e neles havia um reconhecimento instantâneo e uma faísca quente que rapidamente se transformou em chama.
"Por que parou?" Ele perguntou, a voz rouca de sono, mas carregada de um calor que fez Nana estremecer.
"E-Eu... Eu não sabia que você estava acordado!" Ela gaguejou, o rosto em chamas. Ele me viu! Ele viu eu tentando beijá-lo dormindo!
Rito sorriu, um sorriso lento e adorável que fez seus olhos se estreitarem. Aquele sorriso que derretia sua resistência. Ele achou a reação dela incrivelmente fofa. "M-Me dá outro beijo de bom dia?" Ele pediu, sentando-se também. Um leve rubor subiu às suas maçãs do rosto, mas seu olhar era direto, desafiador. "Agora, comigo acordado?"
Nana olhou para baixo, brincando nervosamente com a barra do pijama. O coração parecia querer saltar pela garganta. "E-Eu... b-bem..." As palavras não vinham. A timidez tsundere lutava contra o desejo ardente.
Rito não esperou. Ele se moveu com a agilidade. Em um instante, estava perto dela. Seus lábios tocaram a bochecha macia e corada de Nana, um beijo quente e breve que deixou uma marca de fogo em sua pele. "Bom dia, minha princesa" Ele sussurrou, o hálito quente no ouvido dela.
Antes que ela pudesse reagir, sua mão encontrou sua nuca, guiando-a suavemente. Seus lábios encontraram os dela novamente. Desta vez, não foi um beijo exploratório ou tímido. Foi um beijo profundo, apaixonado, afirmativo. Um beijo que dizia 'Bom dia, minha namorada'. Um beijo que consumiu todas as dúvidas e hesitações da noite anterior.
Nana sucumbiu instantaneamente. Seus braços se enroscaram ao redor do pescoço de Rito, puxando-o para mais perto. Uma das mãos dela se perdeu em seus cabelos, os dedos se enredando nos fios com carinho possessivo. Rito respondeu intensificando o beijo, uma mão firme na cintura dela, ancorando-a, a outra na nuca, mantendo-a próxima. A cama era o seu mundo, e naquele momento, só existiam os dois, o sabor um do outro e o calor crescente entre eles.
SLAM!
O som estridente da porta sendo aberta cortou o ar como um grito. Dois pares de olhos arregalados e estupefatos encaravam a cena do limiar.
Lala levou ambas as mãos à boca, os olhos enormes surpresos, o rosto inundado por um rubor intenso. "R-Rito...? N-Nana...?" A voz dela era um sussurro incrédulo.
Momo estava ao seu lado, a boca perfeitamente formando um "O" de choque absoluto. Seus olhos, geralmente tão cheios de malícia e planejamento, estavam simplesmente arregalados, tentando processar a imagem diante delas: a irmã mais nova, a eterna resistente, abraçada e beijando Rito com uma paixão que nunca haviam visto nela.
Rito e Nana se separaram como se tivessem levado um choque elétrico, virando-se para a porta com expressões idênticas de puro pânico e culpa, como crianças pegas roubando doces. O sangue drenou do rosto de Nana, deixando-o pálido por um segundo antes de ser inundado por um rubor tão violento que parecia que sua cabeça ia explodir. Até as pontas das orelhas estavam vermelhas. Rito, mais contido, mas ainda visivelmente constrangido, conseguiu um leve rubor e um aceno desajeitado.
"B-Bom dia..." Ele cumprimentou, a voz falhando ligeiramente.
Momo recuperou a voz primeiro. Ela baixou as mãos que instintivamente haviam ido à boca e cruzou os braços sob o busto, um sorriso lento, deliberadamente provocador, surgindo em seus lábios. "Hã-hã", ela tossiu falsamente, chamando a atenção. "Desculpem a interrupção... Estamos atrapalhando algo importante? Quer privacidade, Nana?"
Nana enterrou o rosto nas mãos, um gemido abafado escapando. "M-Momo! P-Para!" Ela virou a cabeça para o lado, incapaz de encarar as irmãs.
Momo ignorou o protesto, seu sorriso se tornando um pouco mais malicioso. Os olhos brilhavam com curiosidade e uma ponta de triunfo. "Entããooo..." Ela arrastou a palavra, adorando o constrangimento da irmã. "Estão juntos? Finalmente?" A pergunta foi direcionada a Rito, mas os olhos piscaram para Nana.
Rito respirou fundo. O momento de verdade havia chegado. Ele olhou para Nana, que ainda estava escondida, mas ele podia ver a tensão em seus ombros. Ele olhou para Momo, para Lala, e sentiu uma onda de determinação. Ele havia aceitado o plano. Ele amava as três. Era hora de afirmar novamente.
"Sim" Ele disse, a voz clara e firme, sem hesitação. Um sorriso tímido, mas genuíno, tocou seus lábios enquanto olhava para Momo. "Nana e eu... estamos juntos." Ele então olhou para Lala, seu sorriso se aprofundando. "E eu ainda te amo, Lala. E eu tambem te amo, Momo." A inclusão foi natural, afirmando o vínculo com todas.
Lala, que parecia prestes a explodir de emoção reprimida, não aguentou mais. "EEEEEEEEEEEEEEEEH?! RITO! NANA!" Ela pulou para frente, saltando na cama e envolvendo os dois num abraço desengonçado e esmagador. "Isso é MARAVILHOSO! INCRÍVEL! FANTÁSTICO! Agora somos TODAS felizes com o Rito!" Ela esfregou o rosto no ombro de Rito e depois no de Nana, que tentava, em vão, se esconder.
Momo riu, o som leve e alegre ecoando no quarto. Ela caminhou até a beira da cama, ainda com os braços cruzados, mas seu olhar agora era mais cálido, mais satisfeito. Ela olhou diretamente para Rito, um brilho desafiador nos olhos. "E quanto a mim? Eu também quero meu beijo de bom dia!" Ela franziu os lábios num biquinho exagerado, fingindo impaciência.
Lala imediatamente soltou Rito e Nana (que quase caiu para trás) e virou-se para Rito, fazendo o mesmo biquinho de bebê, ainda mais exagerado. "Sim! Sim! Beijo de bom dia para mim também! Bom dia com beijinho!"
Rito riu, o som descontraído e feliz. O constrangimento inicial se dissipara, substituído por uma profunda sensação de acerto, de pertencimento. Ele se levantou da cama. Primeiro, caminhou até Momo. Colocou as mãos em seus ombros, olhou fundo em seus olhos roxos cheios de expectativas, e então inclinou-se, selando seus lábios com os dela em um beijo suave, mas carinhoso e significativo.
Na escuridão do quarto confinado, sob o olhar imaginário de um plano de harém que se expandia, o herói do amor e sua princesa explosiva selaram seu destino. O caminho do harém ganhava seu terceiro pilar, e ele era tão forte, tão único e tão cheio de faíscas quanto os outros. O confinamento havia sido uma armadilha, mas o que floresceu dentro dele foi a mais pura e explosiva verdade.
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A escuridão do quarto de Nana era densa, quebrada apenas pelo leve brilho das estrelas artificiais coladas no teto e pela respiração ofegante de dois corpos que acabavam de se separar. O silêncio pós-beijo era carregado de eletricidade, tão palpável quanto o fio prateado de saliva que ainda os conectava por um instante fugaz antes de romper-se.
Rito respirou fundo, o peito musculoso subindo e descendo sob a camiseta. Apesar da penumbra, seus olhos, já adaptados ao escuro, fixavam-se no rosto de Nana, tão próximo. Um sorriso genuíno, amplo e despreocupado, estampou-se em seus lábios. Era um sorriso que vinha do fundo do coração, iluminando seu rosto mais do que qualquer luz pudesse.
Nana ainda recuperava o fôlego, o rosto ardendo em um rubor intenso que, felizmente, a escuridão escondia em parte. O coração batia forte contra as costelas, ecoando o ritmo acelerado do beijo prolongado. Aquela expressão feliz e desarmada de Rito a desconcertou completamente.
"P-Por que está sorrindo assim, seu bobo?" A voz dela saiu mais alta e mais aguda do que pretendia, carregada de uma vergonha doce que a fazia querer se esconder.
Rito não desviou o olhar. Seus dedos encontraram os dela timidamente. "Porque estou feliz, Nana" Respondeu, a voz suave, mas firme, transbordando sinceridade. "Muito, muito feliz."
As palavras simples atingiram Nana como um choque quente. A vergonha intensificou-se, transformando-se em algo mais profundo, mais quente, mais confuso. Ela desviou os olhos rapidamente, incapaz de sustentar aquele olhar intenso e alegre. "I-Idiota! Não fala coisas assim do nada!" A mão livre esvoaçou no ar, tentando dissipar o constrangimento.
"A-Ah! Vamos arrumar a cama! Esse cobertor é muito pequeno para dois! Vou pegar um maior no armário!" Nana mudou de assunto envergonhada.
Nana foi apressada em direção do armário, tentando focar na tarefa mundana para afastar o turbilhão de emoções. O coração ainda martelava. Felicidade... Ele realmente parece feliz... Comigo...
Rito observou-a se mover na escuridão, ouvindo o farfalhar de suas roupas e seus passos cautelosos. A confusão tomou conta dele quando a lógica da situação bateu. "Espera, Nana... Onde... onde eu vou dormir?" Ele olhou em volta, lembrando-se que o quarto dela tinha apenas uma cama individual.
Nana parou de repente, de costas para ele, diante do armário. O rubor voltou com força total, queimando suas orelhas. A voz saiu quase como um sussurro rouco, engasgado. "N-Na cama... J-Junto comigo." A admissão parecia exigir um esforço físico. "É... é grande o suficiente... se a gente... se a gente não se mexer muito." Ela não ousou se virar.
Rito sentiu um calor subir pelo pescoço até o rosto. Dormir na mesma cama que Nana? Depois daquele beijo? Apesar da aceitação do plano de Momo e do relacionamento com Lala, a intimidade repentina com Nana – a eterna tsundere, a garota que sempre o chutava – era vertiginosa. "Ah... sim. Certo." A resposta foi tímida, mas havia uma centelha de antecipação, de algo novo e precioso, pulsando sob a timidez.
"Vou te ajudar" Ofereceu Rito. Os músculos definidos de suas costas e braços tensionaram levemente a camiseta enquanto ele tentava se orientar no escuro. "É difícil arrumar a cama nessa escuridão total." Ele avançou na direção onde imaginava que Nana estivesse.
"Segura essa ponta aqui" A voz de Nana veio de perto, à sua direita. Ele seguiu o som, esticando a mão no escuro. "Pronto, segura firme enquanto eu puxo o lençol..."
Rito concentrou-se em encontrar a ponta do tecido. Um passo em falso. Seu joelho direito colidiu com força contra o sólido pé de ferro da cama.
"AI!"
A dor aguda o fez perder completamente o equilíbrio. Ele cambaleou para frente, os braços girando no ar inutilmente. O alvo de sua queda era a silhueta escura de Nana, que estava curvada, tentando desenrolar o lençol maior.
"Rito?! O que—" O aviso de Nana foi cortado pelo impacto.
PLOFT!
Os corpos se chocaram com um baque surdo. O movimento brusco e a queda desgovernada fizeram com que o lençol que Nana segurava se transformasse em uma armadilha de algodão. Eles rolaram juntos sobre o colchão, envolvidos num emaranhado de tecido, terminando numa posição que deixaria qualquer um sem fôlego – e não apenas pelo susto.
Rito grunhiu, tentando entender o que havia acontecido. Sua cabeça estava presa, envolvida pelo lençol, e repousava sobre algo macio e quente. A visão, já adaptada ao escuro, começou a focar. E o que ele viu, a centímetros de seu nariz, fez o sangue correr mais rápido e o coração parar por um instante.
Era a parte íntima de Nana. O lençol apertado em volta de sua cabeça como um turbante malfeito impedia qualquer movimento, mantendo seu rosto encostado na coxa esquerda dela e sua visão fixa naquela fenda delicada, uma linha suave de um rosa convidativo que parecia pulsar levemente na penumbra. Um aroma doce, único e feminino – o cheiro de Nana – invadiu suas narinas, intenso e intoxicante.
Pior ainda era a situação de suas mãos. A mão esquerda, por algum acaso cósmico (ou perversidade do destino), havia escorregado por baixo da perna esquerda de Nana durante a queda. E seus dedos não estavam vazios. Eles estavam firmemente entrelaçados no elástico de uma peça minúscula de tecido amarelo... uma calcinha de ursinho, que ele, em um ato de destreza absurda e involuntária, havia conseguido puxar quase completamente para baixo durante o tumulto.
A mão direita, entretanto, estava numa situação ainda mais comprometedora. Presa, espremida com firmeza entre as duas bandas firmes e quentes das nádegas de Nana. O calor emanando dali era quase sufocante.
Nana saiu do choque inicial da queda. Primeiro, veio a sensação do corpo pesado de Rito sobre ela, parcialmente. Depois, a consciência nítida e avassaladora de cada ponto de contato. O calor da cabeça dele pressionada contra sua coxa interna. A mão esquerda... a mão esquerda dele está segurando minha... minha calcinha? O pensamento explodiu em sua mente como uma supernova de vergonha. E então... a mão direita. Presa, firmemente, entre suas nádegas. Cada dedo, cada unha, cada linha da palma daquela mão parecia estar gravada a fogo em sua pele mais íntima.
Um rubor violento, capaz de iluminar o quarto se houvesse luz, tomou conta de todo o seu corpo, do couro cabeludo até os dedos dos pés. "R-RITO! S-SAI! SAI AGORA!" Ela tentou se contorcer, tentou empurrá-lo, mas seus braços estavam presos pelas voltas do lençol que os envolvia como uma múmia. O pânico se misturava a uma confusão indescritível.
No esforço para se libertar, Nana contraiu instintivamente os músculos das nádegas, apertando com mais força ainda a mão direita de Rito que estava ali presa. O calor e a pressão aumentaram exponencialmente. Simultaneamente, na tentativa de ganhar alavanca, suas pernas se moveram, se abrindo um pouco mais... oferecendo a Rito uma visão ainda mais clara, mais próxima, mais íntima e incrivelmente tentadora daquela fenda rosa que parecia chamar por ele.
Rito engoliu em seco. A combinação era letal. O cheiro doce e feminino inundando seus sentidos. A visão proibida a centímetros de seus olhos. A sensação da pele macia e quente da coxa sob sua face. O tecido minúsculo da calcinha puxado, inútil, em sua mão esquerda. E, acima de tudo, a pressão quente, úmida e incrivelmente firme da mão direita espremida entre as nádegas dela. Cada aperto involuntário de Nana era uma tortura deliciosa. O sangue pulsava em suas têmporas, uma onda de calor percorreu seu corpo, concentrando-se em seu centro. Ele estava perdendo a batalha contra seus instintos mais básicos.
E então, como se respondendo a um chamado interno, a mecha de cabelo próxima ao seu olho pulsou. Um brilho dourado súbito e intenso, como ouro líquido, iluminou brevemente a penumbra ao redor de seu rosto, revelando por um instante a expressão de puro êxtase e desejo que o dominara.
Impulsionado por um impulso irrefreável, sua mão direita – aquela que estava presa, acariciada, espremida – reagiu. Os dedos se fecharam com vontade, com possessividade, apertando as nádegas firmes e macias de Nana com força, com desejo.
"Mmh!~♥"
O gemido escapou dos lábios de Nana antes que ela pudesse conter. Foi um som curto, agudo, carregado de surpresa, vergonha e... algo mais. Algo quente e estranho que percorreu seu corpo como um choque elétrico, partindo exatamente do ponto onde a mão dele a apertava e se espalhando em ondas de calor até o seu próprio centro, que latejava em resposta. O aperto era invasivo, rude... e inexplicavelmente bom. Um tremor percorreu suas pernas.
Rito ouviu o gemido como um trovão. O som, misturado à sensação do corpo de Nana tremendo sob ele, ao cheiro, à visão... foi o ápice. Mas também foi o gatilho. O gemido de Nana, especialmente aquele pequeno coração que o acompanhava involuntariamente, ecoou em sua mente como um alarme.
"Acabei de pedi-la em namoro! Acabei de fazer ela chorar de felicidade! E agora isso?"
A imagem dela, vulnerável, envergonhada e confusa sob ele, cortou como uma faca o véu dourado do desejo descontrolado. O brilho na mecha apagou-se instantaneamente, como se nunca tivesse existido. O Rito normal voltou com força total, trazendo consigo uma avalanche de horror e constrangimento. "O que eu fiz!?"
"Desculpa! Desculpa, Nana! Eu não...! Foi um acidente!" As palavras saíram em um jorro, sua voz trêmula de pânico genuíno. Ele parou de lutar contra o lençol, congelado, esperando a tempestade. Esperando o grito, o chute, a explosão de raiva tsundere que certamente viria. Ele merecia. Ele tinha invadido seu espaço de uma forma horrível, violenta.
O silêncio que se seguiu foi mais assustador do que qualquer grito. Nana estava imóvel, respirando rápido e superficialmente. Rito podia sentir a tensão em cada músculo do corpo dela. O rubor era palpável no ar.
"R-Rito..." A voz dela saiu estranhamente contida, rouca. "P-Para de se desculpar... e... e me ajuda a sair dessa... desse lençol idiota!"
Não houve gritos. Não houve chutes. Apenas uma vergonha profunda e uma confusão que a deixava sem reação. Ela estava processando. Processando o beijo, a queda, as sensações... o aperto. Tudo era demais.
Aliviado mas ainda mortificado, Rito focou toda sua energia em se desvencilhar com cuidado. Foi uma luta contra o lençol e contra o próprio constrangimento. Movimentos lentos, desajeitados, evitando qualquer novo contato indevido. Finalmente, após minutos que pareceram horas, eles conseguiram se libertar do emaranhado de tecido. Rito se afastou imediatamente, sentando-se no chão ao lado da cama, encostando as costas na estrutura de ferro. Nana se encolheu sobre a cama, puxando rapidamente sua calcinha amarela para o lugar, o rosto enterrado nos joelhos.
"Eu... Eu realmente sinto muito, Nana" Rito repetiu, a voz baixa, olhando para as próprias mãos. "Eu perdi o controle..., a queda, o susto... eu..."
"Foi um acidente" Nana interrompeu, a voz abafada pelos joelhos. "Um acidente idiota. Esquece." Mas sua voz tremia, e ela não levantou o rosto. A verdade era que ela não conseguia esquecer. A sensação daquela mão... o aperto... o gemido que escapou... tudo estava gravado em fogo.
"N-Não vou mentir... Apertei porque não resisti." Rito fechou os olhos, desviando o olhar enquanto o rosto lhe ardia em brasa. O corpo tenso, esperava o impacto do chute de Nana a qualquer instante.
Nana arregalou os olhos, um rubor intenso subindo-lhe do pescoço até as orelhas. "Será que... ele realmente acha meu corpo atraente?" O pensamento ecoou, acelerando seu coração.
"E-Eu... n-não achei ruim." Murmurou ela, a voz reduzida a um fio de ar, quase engolida pela própria vergonha.
"VAMOS ARRUMAR A CAMA!" A voz de Nana irrompeu, estridente, num desespero claro para mudar de assunto. Cada sílaba transbordava constrangimento, e seus olhos fugiam de Rito como se queimassem.
Rito ficou petrificado. "Ela não achou ruim!? Essa é a mesma Nana que me chamava de animal?" O coração martelava-lhe o peito, agora num ritmo mais frenético de confusão do que de medo da reação violenta esperada.
"V-Vamos..." Conseguiu articular ele, o rosto igualmente flamejante. Mas, contra toda a lógica, um frêmito de esperança agitou-se dentro dele, minúsculo e persistente.
Eles arrumaram a cama em um silêncio pesado e constrangedor. O lençol foi esticado sem troca de olhares, sem palavras desnecessárias. Quando tudo estava pronto, Nana se deitou rapidamente, virando de costas para Rito e se encolhendo no canto mais distante possível da cama individual, puxando o lençol até o queixo.
Rito ficou de pé, hesitante, olhando para a pequena faixa de colchão que restava. A atmosfera estava gelada, o oposto do calor que reinava minutos antes. Ele suspirou, esfregando o rosto. "Estraguei tudo".
Com cuidado, deitou-se na beirada extrema da cama, de costas para Nana, tentando ocupar o mínimo de espaço possível. O colchão afundou levemente sob seu peso. Ele ficou imóvel, olhando para as estrelinhas falsas no teto, ouvindo a própria respiração e a de Nana, muito mais rápida e irregular. A culpa era um peso no peito. O momento mágico do beijo e da confissão parecia ter acontecido em outra vida.
Os minutos se arrastaram. Rito tentava racionalizar, tentava se perdoar pelo impulso, mas a imagem da vulnerabilidade de Nana, do gemido, da visão... assombrava-o. Ele estava prestes a desistir e se oferecer para dormir no chão quando sentiu um movimento minúsculo atrás dele.
Nana se mexia. Lentamente, quase imperceptivelmente. Rito prendeu a respiração, não ousando se virar. Ele sentiu o calor do corpo dela se aproximando, centímetro por centímetro, até que as costas dela estivessem quase tocando as suas. A respiração dela estava mais calma agora, mas ainda audível.
Então, uma voz pequena, hesitante, quebrou o silêncio:
"E-Eu... vou dormir com você... Já que..." Uma pausa longa. Rito podia quase ouvir o coração dela acelerando novamente. "J-Já que... N-Nós... somos um c-casal agora."
As palavras caíram como um balde de água quente sobre Rito. Ele virou a cabeça lentamente, tentando enxergar seu perfil na escuridão. Ela estava de costas para ele, rígida como uma estátua, mas ali estava, mais perto. Ela havia dito. Somos um casal.
Um novo sorriso, mais terno e grato do que o anterior, iluminou o rosto de Rito. O peso da culpa diminuiu um pouco. Ele não pensou duas vezes. Movendo-se com uma suavidade que contrastava com sua força física, ele se virou completamente para ela. Deslizou um braço por baixo da cintura estreita de Nana e a puxou delicadamente, mas com firmeza, para perto dele. Seu corpo maior envolveu o dela em uma concha protetora – a posição "conchinha". Ele a trouxe tão perto que seus cabelos roçavam seu nariz e boca.
"Sim..." Ele sussurrou, seu hálito quente acariciando a nuca dela. "Nós somos um casal." A afirmação era um bálsamo. Ele enterrou o rosto nos cabelos macios e cheirosos de Nana, inalando profundamente o aroma doce e inconfundível de morango fresco que parecia emanar dela. Era um perfume que ele queria guardar para sempre em sua memória, associado a esse momento frágil e precioso de reconciliação silenciosa.
Nana estremeceu levemente ao ser puxada, mas não resistiu. Ao ouvir as palavras de Rito, sentindo o calor do corpo dele envolvendo o seu, o abraço forte e protetor, uma onda de calor diferente – um calor de felicidade pura e alívio – lavou toda a vergonha e confusão anteriores. Era real. Ele a queria ali. Ele a aceitava, mesmo depois do desastre.
Ela se virou dentro do abraço, rápido como um raio, enterrando o rosto no peito musculoso de Rito. Um braço dela passou por cima do torso dele, abraçando-o com uma força surpreendente. O outro braço ficou espremido entre eles. Ela não disse nada. Mas Rito sentiu o rosto dela pressionado contra seu peito, e sentiu o movimento inconfundível de um sorriso largo, feliz, contra sua camiseta. Era como se todo o seu corpo dissesse, Finalmente. É aqui que eu pertenço.
Rito ficou imóvel por um instante, surpreso pela súbita mudança e pela intensidade do abraço dela. Então, um sorriso ainda maior iluminou seu rosto. Ele levantou suavemente a mão esquerda livre e a levou à cabeça de Nana. Seus dedos afundaram nos cabelos macios e começaram a fazer carinho, um cafuné lento, rítmico e profundamente reconfortante. Movimentos circulares na base do crânio, dedos deslizando suavemente pelo couro cabeludo.
Nana suspirou profundamente, o corpo relaxando completamente contra ele. A tensão residual desapareceu. O abraço permaneceu forte, mas agora era de pura entrega, de conforto. Os dedos de Rito continuaram seu trabalho paciente, hipnótico. Ele sentia a respiração dela se aprofundar, se tornar mais lenta e regular contra seu peito. Os músculos dela ficaram pesados, soltos.
Percebendo que ela havia finalmente adormecido, aninhada contra ele, um sentimento de profunda paz e proteção tomou conta de Rito. Ele inclinou a cabeça e colocou um beijo suave no topo da cabeça dela, onde seus dedos ainda acariciavam.
"Boa noite, Nana" Sussurrou, sua voz um sopro no silêncio do quarto. "Durma bem." Ele continuou o cafuné por mais alguns minutos, até que seu próprio corpo, exausto pela montanha-russa emocional da noite, começou a ceder ao cansaço. A última coisa que registrou antes de o sono levá-lo foi o peso reconfortante de Nana em seus braços e o cheiro doce de morango em seu nariz.
//////////
As luzes se acenderam subitamente – a energia havia voltado. A claridade invadiu o quarto de Nana, banhando cada detalhe e revelando a cena. Nana foi a primeira a despertar. A consciência voltou devagar, acompanhada por uma sensação estranhamente maravilhosa de calor, segurança e... peso. Um peso agradável sobre seu braço e torso.
Ela abriu os olhos, pestanejando contra a luz. Seu rosto estava colado a algo firme e quente... o peito de Rito. Seu braço estava jogado sobre a cintura dele, puxando-o inconscientemente para perto durante a noite. A perna dela estava entrelaçada com a dele sob o lençol.
A memória da noite anterior inundou-a como uma onda: o beijo apaixonado na escuridão, a confusão e a felicidade, o acidente terrível com o lençol... e depois, a coragem de se aproximar, o abraço reconfortante, o cafuné... O calor voltou ao seu rosto, mas desta vez era um calor diferente. Não era apenas vergonha; era felicidade. Um calor que se espalhou por todo o seu corpo, aconchegante e vibrante. Não foi um sonho, pensou, um sorriso tímido e incrivelmente feliz curvando seus lábios. Ele está aqui. Nós estamos juntos.
Cuidadosamente, para não acordá-lo, ela se soltou do abraço e sentou-se na cama, puxando os joelhos contra o peito. Rito estava profundamente adormecido, a respiração lenta e profunda. O rosto dele parecia relaxado, juvenil, sem as preocupações que às vezes o marcavam.
Nana ficou observando-o, o coração transbordando. Os lábios dele... os mesmos lábios que a beijaram com tanta paixão na noite anterior... pareciam convidativos até dormindo. A lembrança do sabor, da pressão, da intimidade daqueles beijos fez seus dedos subirem instintivamente até tocar seus próprios lábios, como se buscassem um eco da sensação.
"Nós somos um casal agora..." O pensamento ecoou em sua mente, mais forte e mais claro do que nunca. "Então... então não tem problema... certo?" O tom interno do pensamento foi gradualmente abafado pelo som acelerado do próprio coração, martelando contra as costelas como um tambor de excitação e nervosismo.
Sem pensar, movida por um impulso irresistível, ela começou a se inclinar. Lentamente, centímetro por centímetro, seu rosto se aproximou do dele. Os olhos fixos nos lábios entreabertos de Rito. A distância diminuiu. O cheiro dele, misturado ao seu próprio cheiro de morango na cama, encheu suas narinas. Seus lábios tocaram os dele com uma suavidade de asa de borboleta.
Foi um beijo leve, exploratório, quase reverente. O contato doce e quente.
E então, os lábios de Rito se moveram sob os dela.
Nana recuou como se tivesse levado um choque, os olhos arregalados de surpresa. Rito estava acordado! Seus olhos estavam abertos, meio turvos de sono, mas focados nela, e neles havia um reconhecimento instantâneo e uma faísca quente que rapidamente se transformou em chama.
"Por que parou?" Ele perguntou, a voz rouca de sono, mas carregada de um calor que fez Nana estremecer.
"E-Eu... Eu não sabia que você estava acordado!" Ela gaguejou, o rosto em chamas. Ele me viu! Ele viu eu tentando beijá-lo dormindo!
Rito sorriu, um sorriso lento e adorável que fez seus olhos se estreitarem. Aquele sorriso que derretia sua resistência. Ele achou a reação dela incrivelmente fofa. "M-Me dá outro beijo de bom dia?" Ele pediu, sentando-se também. Um leve rubor subiu às suas maçãs do rosto, mas seu olhar era direto, desafiador. "Agora, comigo acordado?"
Nana olhou para baixo, brincando nervosamente com a barra do pijama. O coração parecia querer saltar pela garganta. "E-Eu... b-bem..." As palavras não vinham. A timidez tsundere lutava contra o desejo ardente.
Rito não esperou. Ele se moveu com a agilidade. Em um instante, estava perto dela. Seus lábios tocaram a bochecha macia e corada de Nana, um beijo quente e breve que deixou uma marca de fogo em sua pele. "Bom dia, minha princesa" Ele sussurrou, o hálito quente no ouvido dela.
Antes que ela pudesse reagir, sua mão encontrou sua nuca, guiando-a suavemente. Seus lábios encontraram os dela novamente. Desta vez, não foi um beijo exploratório ou tímido. Foi um beijo profundo, apaixonado, afirmativo. Um beijo que dizia 'Bom dia, minha namorada'. Um beijo que consumiu todas as dúvidas e hesitações da noite anterior.
Nana sucumbiu instantaneamente. Seus braços se enroscaram ao redor do pescoço de Rito, puxando-o para mais perto. Uma das mãos dela se perdeu em seus cabelos, os dedos se enredando nos fios com carinho possessivo. Rito respondeu intensificando o beijo, uma mão firme na cintura dela, ancorando-a, a outra na nuca, mantendo-a próxima. A cama era o seu mundo, e naquele momento, só existiam os dois, o sabor um do outro e o calor crescente entre eles.
SLAM!
O som estridente da porta sendo aberta cortou o ar como um grito. Dois pares de olhos arregalados e estupefatos encaravam a cena do limiar.
Lala levou ambas as mãos à boca, os olhos enormes surpresos, o rosto inundado por um rubor intenso. "R-Rito...? N-Nana...?" A voz dela era um sussurro incrédulo.
Momo estava ao seu lado, a boca perfeitamente formando um "O" de choque absoluto. Seus olhos, geralmente tão cheios de malícia e planejamento, estavam simplesmente arregalados, tentando processar a imagem diante delas: a irmã mais nova, a eterna resistente, abraçada e beijando Rito com uma paixão que nunca haviam visto nela.
Rito e Nana se separaram como se tivessem levado um choque elétrico, virando-se para a porta com expressões idênticas de puro pânico e culpa, como crianças pegas roubando doces. O sangue drenou do rosto de Nana, deixando-o pálido por um segundo antes de ser inundado por um rubor tão violento que parecia que sua cabeça ia explodir. Até as pontas das orelhas estavam vermelhas. Rito, mais contido, mas ainda visivelmente constrangido, conseguiu um leve rubor e um aceno desajeitado.
"B-Bom dia..." Ele cumprimentou, a voz falhando ligeiramente.
Momo recuperou a voz primeiro. Ela baixou as mãos que instintivamente haviam ido à boca e cruzou os braços sob o busto, um sorriso lento, deliberadamente provocador, surgindo em seus lábios. "Hã-hã", ela tossiu falsamente, chamando a atenção. "Desculpem a interrupção... Estamos atrapalhando algo importante? Quer privacidade, Nana?"
Nana enterrou o rosto nas mãos, um gemido abafado escapando. "M-Momo! P-Para!" Ela virou a cabeça para o lado, incapaz de encarar as irmãs.
Momo ignorou o protesto, seu sorriso se tornando um pouco mais malicioso. Os olhos brilhavam com curiosidade e uma ponta de triunfo. "Entããooo..." Ela arrastou a palavra, adorando o constrangimento da irmã. "Estão juntos? Finalmente?" A pergunta foi direcionada a Rito, mas os olhos piscaram para Nana.
Rito respirou fundo. O momento de verdade havia chegado. Ele olhou para Nana, que ainda estava escondida, mas ele podia ver a tensão em seus ombros. Ele olhou para Momo, para Lala, e sentiu uma onda de determinação. Ele havia aceitado o plano. Ele amava as três. Era hora de afirmar novamente.
"Sim" Ele disse, a voz clara e firme, sem hesitação. Um sorriso tímido, mas genuíno, tocou seus lábios enquanto olhava para Momo. "Nana e eu... estamos juntos." Ele então olhou para Lala, seu sorriso se aprofundando. "E eu ainda te amo, Lala. E eu tambem te amo, Momo." A inclusão foi natural, afirmando o vínculo com todas.
Lala, que parecia prestes a explodir de emoção reprimida, não aguentou mais. "EEEEEEEEEEEEEEEEH?! RITO! NANA!" Ela pulou para frente, saltando na cama e envolvendo os dois num abraço desengonçado e esmagador. "Isso é MARAVILHOSO! INCRÍVEL! FANTÁSTICO! Agora somos TODAS felizes com o Rito!" Ela esfregou o rosto no ombro de Rito e depois no de Nana, que tentava, em vão, se esconder.
Momo riu, o som leve e alegre ecoando no quarto. Ela caminhou até a beira da cama, ainda com os braços cruzados, mas seu olhar agora era mais cálido, mais satisfeito. Ela olhou diretamente para Rito, um brilho desafiador nos olhos. "E quanto a mim? Eu também quero meu beijo de bom dia!" Ela franziu os lábios num biquinho exagerado, fingindo impaciência.
Lala imediatamente soltou Rito e Nana (que quase caiu para trás) e virou-se para Rito, fazendo o mesmo biquinho de bebê, ainda mais exagerado. "Sim! Sim! Beijo de bom dia para mim também! Bom dia com beijinho!"
Rito riu, o som descontraído e feliz. O constrangimento inicial se dissipara, substituído por uma profunda sensação de acerto, de pertencimento. Ele se levantou da cama. Primeiro, caminhou até Momo. Colocou as mãos em seus ombros, olhou fundo em seus olhos roxos cheios de expectativas, e então inclinou-se, selando seus lábios com os dela em um beijo suave, mas carinhoso e significativo.
"Bom dia, Momo..." Ele disse ao se separar, seu sorriso iluminando o rosto.
Rito inclinou-se, seus lábios quase tocando a orelha de Momo, e deixou escapar em um sopro quente:
"Minha princesa pervertida..."
"Obrigado... por tudo." O agradecimento de Rito era pelo plano, pela paciência, por ser quem ela era.
Momo corou levemente, um sorriso genuíno e satisfeito substituindo a expressão provocadora. "Bom dia, Rito."
Ele então se virou para Lala, que já estava pulando de um pé para o outro, impaciente. Rito a abraçou, levantando-a facilmente do chão num gesto que fez ela gritar de alegria, e então a beijou. Era um beijo mais enérgico, mais parecido com Lala, cheio de vida e entusiasmo. "Bom dia, Lala. Minha princesa radiante."
Rito inclinou-se, seus lábios quase tocando a orelha de Momo, e deixou escapar em um sopro quente:
"Minha princesa pervertida..."
"Obrigado... por tudo." O agradecimento de Rito era pelo plano, pela paciência, por ser quem ela era.
Momo corou levemente, um sorriso genuíno e satisfeito substituindo a expressão provocadora. "Bom dia, Rito."
Ele então se virou para Lala, que já estava pulando de um pé para o outro, impaciente. Rito a abraçou, levantando-a facilmente do chão num gesto que fez ela gritar de alegria, e então a beijou. Era um beijo mais enérgico, mais parecido com Lala, cheio de vida e entusiasmo. "Bom dia, Lala. Minha princesa radiante."
"Bom dia, Rito! Eu te amo!" Lala gritou, abraçando-o com força novamente.
Finalmente, Rito voltou-se para Nana, que ainda estava sentada na cama, observando as interações com uma mistura de constrangimento residual e uma felicidade tímida. Ele se ajoelhou diante dela na cama, pegou sua mão e a beijou suavemente, olhando em seus olhos. "Bom dia, Nana. Minha princesa orgulhosa." Ele se levantou e a beijou nos lábios novamente, um beijo mais curto, mas não menos significativo, selando o início público de seu relacionamento.
Finalmente, Rito voltou-se para Nana, que ainda estava sentada na cama, observando as interações com uma mistura de constrangimento residual e uma felicidade tímida. Ele se ajoelhou diante dela na cama, pegou sua mão e a beijou suavemente, olhando em seus olhos. "Bom dia, Nana. Minha princesa orgulhosa." Ele se levantou e a beijou nos lábios novamente, um beijo mais curto, mas não menos significativo, selando o início público de seu relacionamento.
Nana corou intensamente, mas desta vez, um pequeno sorriso teimoso apareceu em seus lábios. "B-Bom dia... idiota."
Rito ficou de pé, olhando para as três princesas de Deviluke diante dele. Lala, radiante e saltitante, irradiando energia pura. Momo, com seu sorriso satisfeito e olhos cheios de cumplicidade e amor. Nana, ainda corada, mas com um brilho novo e vulnerável em seus olhos, segurando seu olhar por um instante antes de desviar. Cada uma única. Cada uma amada.
Uma onda de gratidão e realização tão profunda que quase o sufocou tomou conta dele. As palavras vieram naturalmente, de um lugar verdadeiro no coração:
"Sabe..." Ele começou, sua voz suave, mas carregada de emoção, fazendo as três se voltarem totalmente para ele. "Quando uma garota incrível, de cabelos rosa, apareceu na minha banheira, eu pensei que minha vida tinha virado de cabeça para baixo. E tinha." Ele olhou para Lala, que sorriu amplamente, os olhos brilhando. "Eu nunca poderia ter imaginado... nunca sonhado... o quanto mais ela iria mudar tudo." Seu olhar se voltou para Momo e Nana. "E então... conheci as gêmeas mais incríveis, mais lindas e mais cheias de vida que alguém poderia encontrar. Vocês duas..." Ele fez uma pausa, engolindo em seco. "Vocês foram conquistando pedaços do meu coração, cada uma do seu jeito único. Com sua coragem, sua lealdade, sua teimosia... seu amor."
Ele abriu os braços num gesto que abarcava as três. "Olhando para vocês agora... sabendo que vocês escolheram ficar comigo, escolheram compartilhar essa vida louca e maravilhosa..." A voz dele falhou por um instante, a emoção apertando sua garganta. "Eu só posso dizer uma coisa: Eu sou o homem mais sortudo do universo. Eu estou... verdadeiramente, profundamente feliz por vocês fazerem parte da minha vida."
O efeito foi instantâneo. Três pares de olhos encheram-se de lágrimas. Não lágrimas de tristeza, mas de uma alegria tão avassaladora, tão pura, que transbordava. Lágrimas de amor aceito, de futuro compartilhado. Sorrisos tremeluzentes, mas radiantes, iluminaram os três rostos.
Sem uma palavra combinada, como movidas por um único impulso, as três princesas de Deviluke se lançaram sobre Rito. Lala pela frente, Momo e Nana pelos lados. Braços se enroscaram ao redor dele, cabeças se apoiaram em seu peito, seus ombros. O abraço foi coletivo, apertado, cheio de amor e promessas. Três vozes, em perfeita sincronia, ecoaram contra o peito de Rito, carregadas de lágrimas e felicidade absoluta:
"Eu também te amo, Rito!"
Rito fechou os olhos, envolvendo as três com seus braços fortes, enterrando o rosto nos cabelos rosa. A luz do quarto, iluminando o quarto bagunçado, a cama desfeita e o lençol jogado no chão – testemunhas silenciosas da noite conturbada e do amanhecer perfeito. O plano de harém não era mais apenas um plano. Era a sua realidade. E, abraçado às suas três princesas, Yuuki Rito sabia, sem sombra de dúvida, que era a realidade mais feliz que poderia existir.
Rito ficou de pé, olhando para as três princesas de Deviluke diante dele. Lala, radiante e saltitante, irradiando energia pura. Momo, com seu sorriso satisfeito e olhos cheios de cumplicidade e amor. Nana, ainda corada, mas com um brilho novo e vulnerável em seus olhos, segurando seu olhar por um instante antes de desviar. Cada uma única. Cada uma amada.
Uma onda de gratidão e realização tão profunda que quase o sufocou tomou conta dele. As palavras vieram naturalmente, de um lugar verdadeiro no coração:
"Sabe..." Ele começou, sua voz suave, mas carregada de emoção, fazendo as três se voltarem totalmente para ele. "Quando uma garota incrível, de cabelos rosa, apareceu na minha banheira, eu pensei que minha vida tinha virado de cabeça para baixo. E tinha." Ele olhou para Lala, que sorriu amplamente, os olhos brilhando. "Eu nunca poderia ter imaginado... nunca sonhado... o quanto mais ela iria mudar tudo." Seu olhar se voltou para Momo e Nana. "E então... conheci as gêmeas mais incríveis, mais lindas e mais cheias de vida que alguém poderia encontrar. Vocês duas..." Ele fez uma pausa, engolindo em seco. "Vocês foram conquistando pedaços do meu coração, cada uma do seu jeito único. Com sua coragem, sua lealdade, sua teimosia... seu amor."
Ele abriu os braços num gesto que abarcava as três. "Olhando para vocês agora... sabendo que vocês escolheram ficar comigo, escolheram compartilhar essa vida louca e maravilhosa..." A voz dele falhou por um instante, a emoção apertando sua garganta. "Eu só posso dizer uma coisa: Eu sou o homem mais sortudo do universo. Eu estou... verdadeiramente, profundamente feliz por vocês fazerem parte da minha vida."
O efeito foi instantâneo. Três pares de olhos encheram-se de lágrimas. Não lágrimas de tristeza, mas de uma alegria tão avassaladora, tão pura, que transbordava. Lágrimas de amor aceito, de futuro compartilhado. Sorrisos tremeluzentes, mas radiantes, iluminaram os três rostos.
Sem uma palavra combinada, como movidas por um único impulso, as três princesas de Deviluke se lançaram sobre Rito. Lala pela frente, Momo e Nana pelos lados. Braços se enroscaram ao redor dele, cabeças se apoiaram em seu peito, seus ombros. O abraço foi coletivo, apertado, cheio de amor e promessas. Três vozes, em perfeita sincronia, ecoaram contra o peito de Rito, carregadas de lágrimas e felicidade absoluta:
"Eu também te amo, Rito!"
Rito fechou os olhos, envolvendo as três com seus braços fortes, enterrando o rosto nos cabelos rosa. A luz do quarto, iluminando o quarto bagunçado, a cama desfeita e o lençol jogado no chão – testemunhas silenciosas da noite conturbada e do amanhecer perfeito. O plano de harém não era mais apenas um plano. Era a sua realidade. E, abraçado às suas três princesas, Yuuki Rito sabia, sem sombra de dúvida, que era a realidade mais feliz que poderia existir.
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