Capítulo 19 - O Safari dos Sentimentos

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To Love-Ru Darkness 3: Onde as Estrelas se Dissolvem


Escrita por: Matheus Leandro (Magnatah)

Capítulo 19 - O Safari dos Sentimentos

To Love-Ru Darkness 3: Onde as Estrelas se Dissolvem
No Capítulo Anterior...
Kyoko e Run se despediram rapidamente e saíram. Rito ficou na porta, observando-as ir embora, o peso do treino e do perigo de seus poderes assentando-se novamente sobre seus ombros. O Jardim do Amor era seguro, mas a batalha dentro dele estava apenas começando. E o preço do fracasso, como a rocha inexistente, era terrível demais para contemplar. Ele fechou a porta, a imagem da névoa azul-celeste e do dourado perigoso dançando em sua mente, junto com o eco dos gemidos e o silêncio aterrorizante do desaparecimento. Amanhã seria outro dia de luta contra o vazio dentro de si mesmo.

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O sol poente tingia a sala de estar de tons dourados quando Rito esticou os braços, seus músculos bem definidos destacando-se sob a camiseta justa. Run e Kyoko haviam acabado de partir, e um silêncio aconchegante pairava no ar. Lala, deitada de bruços no sofá assistindo TV, balançava os pés descalços no ar.

"Lala" Rito chamou, sentando-se ao seu lado. "Onde está a Nana? Ela sumiu desde que chegou da escola."

Lala ergueu os olhos, seu longo rosa balançando. "Ah, Nana-chan? Ela tá no safari dela! Disse que precisava cuidar do novo bebê Tatu-de-Ferro!" Seu sorriso era radiante, mas Rito notou uma sombra de preocupação. Nana fugira do quarto no dia anterior, chorando após vê-lo beijando a Momo.

"O safari..." Rito murmurou. "Vou dar uma olhada."

Subiu as escadas rápido, seus passos firmes ecoando. Ao entrar no quarto das princesas, Rito deparou-se com um teletransportador que lembrava um espelho antigo, sua superfície distorcida por um vórtice rosado que pulsava na parede do cômodo. Rito respirou fundo e saltou dentro dele.

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No Safari de Nana ...
O ar mudou instantaneamente. Um cheiro de terra molhada e folhas exóticas invadiu suas narinas. Rito pisou em um campo de grama roxa, sob árvores com troncos prateados. À sua frente, uma cama improvisada de musgo e cobertores "ninho" de Nana — repousava sob uma árvore gigante. Mas não era Nana quem ele viu primeiro.

Um pequeno ser redondo, do tamanho de uma bola, rolou até seus pés. Era um tatu filhote, mas em vez de espinhos comuns, suas costas eram cobertas por grandes e afiados espinhos metálicos que brilhavam sob a luz filtrada. Seus olhinhos negros fitaram Rito, desconfiados.
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"Opa, pequenino..." Rito ajoelhou-se, estendendo a mão devagar. O filhote encolheu-se, espinhos eriçados. Rito permaneceu imóvel, sua respiração calma. "Tudo bem, eu não vou te machucar."

Minutos se arrastaram. O tatu farejou o ar, depois a mão de Rito. Lentamente, os espinhos baixaram. Um sorriso bobo apareceu no rostinho do animal, e ele começou a girar em círculos alegres ao redor de Rito, emitindo sons de clique suaves.

"Incível..." Uma voz sussurrou atrás das samambaias luminescentes. Nana espreitava, seus olhos arregalados. "Essa espécie só confia em mim... Como ele...?" Seu coração acelerou ao ver Rito rir, acariciando o tatu que agora roçava seu rosto metálico na perna dele. "Ele realmente é diferente" Pensou Nana, uma onda de calor subindo por seu pescoço.

Rito ergueu os olhos. "Nana! Finalmente te encontrei."

Ela saiu do esconderijo, tentando parecer indiferente. "O-que você tá fazendo aqui, Animal!? Isso é meu santuário privado!"

Rito levantou-se, o filhote agarrando-se à sua perna. "Vim saber por que você fugiu ontem. E por que chorou."

O rosto de Nana endureceu. Ela virou-se, escondendo a expressão. "Não é da sua conta."

Mas Rito viu — os ombros tremendo levemente, os punhos cerrados. Sem pensar duas vezes, ele fechou a distância entre eles e envolveu-a em um abraço forte.

"O-que!? Solta, seu pervertido—!" Nana tentou empurrá-lo, mas seus braços fraquejaram. O calor do corpo dele era como um cobertor em um dia frio; seu cheiro, uma mistura de suor leve e algo inconfundivelmente Rito, inundou seus sentidos. O peitoral musculoso contra suas costas, os braços firmes protegendo-a... De repente, a raiva evaporou. Uma sensação de segurança, mais profunda que qualquer emoção que ela conhecia, envolveu-a. Nada mais importa, pensou, enterrando o rosto no braço dele.

Quando ele a soltou, seus olhos estavam úmidos. "Por que... por que você fez isso?"

"Porque eu não suporto ver você triste" Ele respondeu, voz rouca.

Nana respirou fundo. A coragem borbulhou em seu peito. "Rito... você... você... você gosta de mim?"

Ele parou. Então, um sorriso cativante iluminou seu rosto, e ele inclinou-se, seus lábios tocando suavemente sua bochecha — tão perto da boca que ela sentiu o calor do quase-beijo. "Claro que sim. Eu me importo muito com você."

O mundo de Nana parou. Seu rosto tornou-se escarlate, as palavras morrendo na garganta. O muro de orgulho e negação em seu coração desmoronou em cacos. Antes que ela reagisse, Rito recuou, corado. "D-descupa! Vou indo!" Ele disparou em direção ao vórtice, deixando-a sozinha com o tatu filhote e o coração batendo como um tambor de guerra.

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Enquanto isso na Casa da Kyoko...
Kyoko enrolava-se em sua cama, abraçando um travesseiro com força. O rosto de Rito invadia seus pensamentos — o abraço protetor dele ao comprimenta-la, suas mãos firmes segurando-a quando ela quase caía, o cheiro masculino que grudara em sua roupa...

"Run-chan ama ele há muito tempo..." Sussurrou para o vazio, apertando o travesseiro contra o peito. "Eu não posso fazer isso com ela." Mas o coração teimoso acelerava, lembrando do sorriso descontraído dele, da forma como seus músculos se flexionavam sob a camiseta... "O amor devia ser mais fácil."

Um arrepio percorreu sua espinha quando lembrou do "acidente" no treino — a mão de Rito apertando seu seio. Sem pensar, sua própria mão deslizou sob o pijama, apertando o seio macio. "Não é a mesma coisa..." Um pensamento intrusivo sibilou.
"O toque dele era quente... mais forte..."

"AAAAH! Que pensamento é esse?!" Ela enterrou o rosto no travesseiro, envergonhada. Sua mente saltou para imagens proibidas: "Será que ele gostaria se eu usasse... aquela lingerie preta da vitrine?" O rosto pegou fogo. "KYOKO, PARE! VOCÊ ESTÁ ENLOUQUECENDO!" Ela se virou na cama, as pernas inquietas, enquanto o conflito entre lealdade e desejo a dilacerava por dentro.

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Quarto do Rito...
Rito ajustou o cobertor extra-grande em sua cama. "Com certeza, Momo e Lala vão acabar dormindo aqui todas as noites" Pensou Rito destraido. Ele estava nervoso. O quase-beijo em Nana o deixara com frio na barriga. "E se ela me odeia agora?"

A porta rangiu suavemente. Na entrada, iluminada pela luz do corredor, estava Nana. Vestindo um pijama de camisola rosa, ela segurava um travesseiro contra o peito como um escudo.
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"R-Rito..." Ela engoliu seco, os olhos fixos no chão. "P-posso dormir com você hoje?"

Ele ficou paralisado. "C-Claro! Entre—"

"NAANAAA!" Lala surgiu como uma explosão rosa, colando-se em Nana num abraço estrangulador. "Você vai dormir com a gente! Que maravilha!"

Momo surgiu atrás, um sorriso de raposa nos lábios. "Oho? Nana quer dormir agarradinha no Rito-san, é?"

Nana ficou vermelha como um tomate. "Q-quem quer dormir com essa besta—"

"Mas você trouxe seu travesseiro favorito!" Lala cutucou, empurrando-a para a cama. "Se não ficar, eu choro! Vou chorar MUITO!" Fez cara de bebe chorão, os olhos enchendo-se de lágrimas falsas.

"Tá bom, tá bom!" Nana resmungou, derrotada. "Mas só por causa da Ane-ue!"

A cena era caótica: Rito deitado de costas, Lala deitada sobre seu peito. Momo à sua direita, agarrada ao seu braço como um koala, sorrindo mesmo "dormindo". E Nana, à esquerda, rígida como uma tábua, de costas para ele, o braço esquerdo de Rito colado ao lado de seu própio corpo.

"Nana?" Rito sussurrou. "Tá acordada?"

"...Tô."

"Chega mais pra cá, senão cai." Relutantemente, ela deslizou centímetros para o centro. O contato do braço dele com suas costas fez seus pés se contraírem. "Estou dormindo ao lado dele... Seu braço tá quente..." Memórias do abraço no safari invadiram-na — "Aquela segurança... Queria sentir de novo..."

"Nana" A voz dele quebrou o devaneio. "Eu realmente odeio te ver triste. Ainda está com raiva de mim?"

"Não."

"Queria te abraçar agora... Mas tô preso."

Um silêncio carregado. Então, num movimento rápido, Nana virou-se e agarrou seu braço esquerdo, enterrando o rosto nele como se fosse um travesseiro. "N-não precisa se desculpar" Sua voz abafada. "Vou dormir assim porque... tá frio."

Sob as pálpebras cerradas, Momo e Lala sorriam. O plano do harém avançava mais uma peça.

Enquanto Nana se aconchegava no braço de Rito, seu coração disparado ecoava no silêncio. "Ele se importa comigo... Ele me abraçou... Ele quase me beijou." E pela primeira vez, ela não lutou contra o pensamento: "Talvez... só talvez... eu queira que ele repita."

Rito olhou o teto, o calor de três corpos alienígenas envolvendo-o. "Até que isso não é ruim." Pensou, Um sorriso de felicidade brotou em seus lábios. O safari de Nana não era mais só sobre animais — era onde um novo sentimento, selvagem e frágil como um filhote de tatu-de-ferro, começava a criar raízes.

//////////

Quarto do Rito - Amanhecer...
Os primeiros raios de sol filtravam-se pela janela, pintando listras douradas no caos do quarto. Rito dormia profundamente, transformado em uma "cama humana" pelas três princesas alienígenas: Lala deitada sobre seu peitoral como um gato satisfeito, Momo enroscada em seu braço direito com um sorriso sonolento, e Nana agarrada ao seu braço esquerdo, seu rosto enterrado no músculo dele como se fosse o travesseiro mais confortável do universo. A cena era absurda — cobertores torcidos, pernas entrelaçadas, e o ronquinho suave de Lala ecoando no silêncio matinal.

Foi então que a porta se abriu com um estrondo.

"Rito! Hora de acord— EH?!"

Mikan congelou na entrada. Seus olhos arregalaram-se, percorrendo a cena: Os cabelos rosa de Lala espalhadas sobre o peito do irmão, as pernas nuas de Momo entrelaçadas com as dele, e — "NANA?!" — a que deveria odiar Rito, abraçando seu braço como uma criança com um urso de pelúcia. Mas o ápice foi Lala: completamente nua, sua pele brilhando sob a luz do amanhecer, sem um fio de roupa.

"O-O-QUE TÁ ACONTECENDO!?" Mikan gritou, Seu rosto ficou vermelho como um pimentão. "YUUKI RITO! EXPLICAÇÃO! AGORA!"

Rito acordou aos sobressaltos, os olhos pesados de sono. "M-Mikan? Calma, é só—"

"'Só'!?" Ela interrompeu, apontando um dedo trêmulo. "Tem TRÊS garotas na sua cama! Uma delas é a NANA, que te chamava de 'Animal' semana passada! E a LALA ESTÁ NUA! VOCÊ VIROU UM PLAYBOY, NII-SAN?!"

Rito esfregou os olhos, tentando se recompor sob o peso de Lala. "Tá tudo bem, Mikan. Elas só… dormiram aqui."

"TUDO BEM? NADA ESTÁ BEM!" Mikan avançou, puxando o cobertor com força. "SAIAM DAÍ! RITO, BANHO AGORA! ESCOLA EM 1 HORA!"

O movimento brusco despertou as garotas.

Primeiro, Momo: esticou-se como um gatinho, bocejando e esfregando os olhos. "Mmm… Bom dia, Mikan-chan". Seu sorriso era doce, mas seus olhos faiscavam de diversão ao ver o caos.

Depois, Nana: acordou com um sobressalto ao perceber onde estava. "O-OQUE?!" Soltou o braço de Rito como se fosse lava, seu rosto pegando fogo. "E-Eu não— A Ane-ue me obrigou!". Tentou se esconder atrás de um travesseiro, mas tropeçou nas pernas de Momo.

Por fim, Lala: ergueu a cabeça devagar, esfregando a face no peitoral de Rito. "Rito… que barulho é esse…?". Ela se sentou, completamente inconsciente de sua nudez — os seios firmes expostos, a luz do sol acariciando suas curvas.

Rito olhou para baixo por reflexo — e suspirou. "Eu ia perguntar por que você está sem roupa… mas desisto." Ele sorriu, resignado, enquanto Lala lhe devolvia um sorriso radiante: "Eu gosto de dormir sem roupas".

Mikan estava à beira de um ataque nervoso. "RITO! BANHO! AGORA!" Ela o puxou para fora da cama.

Enquanto Rito se levantava, Mikan observou as cenas que se seguiram: Lala abraçando-o pela cintura para dizer "Bom dia!", Momo ajustando sutilmente o pijama para mostrar mais o decote, e Nana — ainda escarlate — arrumando suas roupas.

Mikan cruzou os braços, os olhos estreitados. "Hmph! Vocês estão mais grudados que o normal…" Seu olhar perspicaz saltou entre Rito e as irmãs Deviluke. "Isso é suspeito… Muito suspeito."

Rito sorriu nervosamente, evitando seu olhar.

Enquanto Rito corria em direção ao banheiro, Mikan ficou na porta, observando as três garotas. Lala dançava sem rumo procurando suas roupas, Momo piscou para ela com ar de cumplicidade, e Nana — pegando a camiseta roubada de Rito — sussurrou algo para Momo, fazendo ambas rirem.

"Algo mudou…" Pensou Mikan, franzindo a testa. E eu vou descobrir o quê.

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Enquanto a água do banheiro começava a correr, Mikan ficou parada no corredor, os dedos apertando o avental com força. Seus olhos estreitaram ao ouvir as risadas vindas do quarto — Lala animada, Momo provocante, e até Nana, que antes odiava Rito, agora estava dormindo na cama dele.

Algo dentro dela se contorceu.

"Dormindo juntos… e agora até a Nana?" Seu peito apertou, um calor estranho subindo pelo pescoço. Ela olhou para a porta do banheiro, onde Rito estava, e imaginou as três lá dentro com ele — Lala se pendurando nele como sempre, Momo tocando-o com aqueles olhos cheios de segundas intenções, e Nana… Nana, que agora o encarava com aqueles olhos brilhantes que antes só reservava para seus animais raros.

"Por que isso me incomoda tanto?" Ela mordeu o lábio, ignorando o aperto no coração. "É só o meu irmão idiota…"

Mas então veio a memória — o abraço dele quando ela estava gripada, a mão dele enxugando suas lágrimas quando ela brigou com uma amiga, o jeito que ele sempre a protegia.

"Não… não pode ser."

Do quarto, a voz melosa de Momo ecoou: "Rito-saaan, você esqueceu sua toalha~ Quer que eu leve?"

Mikan sentiu um impulso irracional de entrar lá e gritar "NÃO, EU LEVO!" Mas parou, horrorizada consigo mesma.

"O que está acontecendo comigo?!"

Ela olhou novamente para a porta do banheiro, o coração acelerado.

"…Será que eu…?"

Antes que o pensamento se completasse, Lala apareceu de repente, nua como um bebê, abraçando-a por trás. "Mikan! Vem ajudar a escolher minha roupa! Você tem bom gosto!"

"L-LALA, PELADA NÃO— AAAAH!"

Enquanto era arrastada de volta para o quarto contra sua vontade, Mikan olhou mais uma vez para o banheiro, um turbilhão de sentimentos confusos explodindo em seu peito.

"Rito… seu idiota."

E, no fundo, ela sabia o problema não era só as garotas.

Era ela.



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