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To Love-Ru Darkness 3: Onde as Estrelas se Dissolvem
Escrita por: Matheus Leandro (Magnatah)
Capítulo 15 - O Portal do Desejo
No Capítulo Anterior...
Risa riu, um pouco nervosa novamente, mas com uma nova centelha de esperança. "Está bem! Vou tentar encontrá-lo!". Ela começou a andar, olhando para trás uma última vez. Lala acenava animadamente, sua invenção de bolhas coloridas relançada, iluminando-a como uma fada sob a cerejeira.
Risa revistou corredores, pátios e cantos escondidos, mas Rito havia evaporado. O sino do fim do intervalo ecoou, sepultando no ar parado da tarde sua confissão não-feita e a pergunta que ardia: Onde ele estava?
\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\
No mesmo instante em que Risa procurava por Rito pela escola, ele caminhava para a sala de aula após o almoço, alheio à busca desesperada da Risa. O relógio marcava o início da tarde, e o destino aguardava seu próximo passo.
Uma voz cortou os pensamentos de Rito, uma voz suave, melodiosa, ecoando de trás da porta à sua direita, o vestiário feminino.
"Sairenji...? Ela está se trocando...?"
O pensamento surgiu antes que ele pudesse bloquear: "Sairenji está se trocando... eu queria ver—"
"NÃO!" Rito cerrou os punhos, as unhas cravando na palma. Preciso limpar minha mente!
Mas era tarde demais. A imagem já se formara: Haruna de costas, o arco suave de sua coluna, a curva discreta de seus quadris enquanto ela trocava de roupa...
Risa riu, um pouco nervosa novamente, mas com uma nova centelha de esperança. "Está bem! Vou tentar encontrá-lo!". Ela começou a andar, olhando para trás uma última vez. Lala acenava animadamente, sua invenção de bolhas coloridas relançada, iluminando-a como uma fada sob a cerejeira.
Risa revistou corredores, pátios e cantos escondidos, mas Rito havia evaporado. O sino do fim do intervalo ecoou, sepultando no ar parado da tarde sua confissão não-feita e a pergunta que ardia: Onde ele estava?
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No mesmo instante em que Risa procurava por Rito pela escola, ele caminhava para a sala de aula após o almoço, alheio à busca desesperada da Risa. O relógio marcava o início da tarde, e o destino aguardava seu próximo passo.
Uma voz cortou os pensamentos de Rito, uma voz suave, melodiosa, ecoando de trás da porta à sua direita, o vestiário feminino.
"Sairenji...? Ela está se trocando...?"
O pensamento surgiu antes que ele pudesse bloquear: "Sairenji está se trocando... eu queria ver—"
"NÃO!" Rito cerrou os punhos, as unhas cravando na palma. Preciso limpar minha mente!
Mas era tarde demais. A imagem já se formara: Haruna de costas, o arco suave de sua coluna, a curva discreta de seus quadris enquanto ela trocava de roupa...
Mas quanto mais lutava, mais vívida a fantasia se tornava.
CLACK!
Um som de vidro quebrando ecoou na mente de Rito. Antes que pudesse reagir, o chão sob seus pés desapareceu. Um vórtice dourado salpicado de azul-celeste engoliu-o instantaneamente.
Ploft!
Rito caiu de quatro em um piso frio de azulejos, envolto no cheiro doce de sabonete e shampoo. Seus olhos se ajustaram à luz... e travaram.
Haruna Sairenji estava diante dele, completamente nua, uma blusa escolar pendurada esquecida em sua mão trêmula. A luz suave do vestiário acariciava sua pele pálida, destacando a curva delicada de seus seios e a sombra convidativa entre suas pernas.
Silêncio.
O mundo parou. Rito sentiu o sangue correr para lugares inapropriados, mas sua reação foi... diferente. Em vez de pânico, uma admiração profunda e calma tomou conta dele.
"Haruna..." Sua voz saiu rouca, mas estável. "Você é incrivelmente bela."
Haruna ficou paralisada, sua pele alabastrina ganhando um rubor carmim que ia do pescoço até as orelhas. "Y-Yuuki-kun?! COMO VOCÊ—"
O choque foi tão intenso que seu corpo reagiu antes da mente. Instintivamente, ela arremessou a blusa que segurava na direção do banco do vestiário, num gesto cego de puro susto.
Rito, ainda atordoado mas movido por um reflexo surpreendentemente ágil e pelo desejo inconsciente de ajudar, ou talvez apenas de se aproximar, esticou o braço num movimento rápido para tentar pegá-la antes que caísse ao chão.
ZUMBIDO!
Exatamente no espaço entre os dois, onde o tecido da blusa voava e o braço de Rito se estendia, uma esfera dimensional do tamanho de uma bola de basquete materializou-se no ar, engolindo uma bancada de madeira inteira com um 'VWOMP' silencioso. Tudo o que restou foi um contorno perfeito no ar, como uma janela para o vazio. A blusa escapou por um triz, flutuando por um instante na esteira da distorção antes de cair inocentemente no chão, longe do abismo recém-criado.
Rito ergueu a mão, surpreso. Seus olhos brilhavam com um dourado intenso, envoltos em névoa azul-celeste. Uma mecha de cabelo próxima à sua têmpora direita reluzia como fio de ouro.
Ele recuou bruscamente, quase tropeçando, os olhos arregalados fixos no vazio pulsante onde estivera a bancada.
"O... o que foi isso!?" sua voz saiu como um sopro rouco, mais para si mesmo do que para Haruna. A mão que tentara pegar a blusa tremia no ar. Ele não pedia desculpas porque não fazia ideia de que aquilo pudesse ter relação com ele – era apenas mais uma loucura inexplicável num momento já absurdo.
Haruna, no entanto, não via mistério, apenas violação e perigo. O rubor de vergonha transformou-se em fúria pura, seus olhos faiscando com lágrimas de humilhação e raiva:
"YUUKI RITO ! SAIA AGORA MESMO!!" O grito ecoou como um tiro no silêncio pós-vórtice, muito mais aterrorizante do que qualquer anomalia dimensional.
Rito não precisou ser mandado duas vezes. O grito de Haruna, carregado de fúria, humilhação e medo, foi como um choque elétrico que o arrancou do estado de paralisia. Ele se virou, e atirou-se contra a porta do vestiário, quase arrancando-a da dobradiça em sua fuga desesperada.
O coração martelava em seu peito como um tambor desgovernado. O vazio pulsante deixado pela esfera, o terror nos olhos de Haruna, a destruição súbita – tudo girava em sua mente num turbilhão de pânico. E então, como um relâmpago cortando a escuridão, uma imagem irrompeu na sua confusão: A Darkness sendo absorvida por ele. A mesma sensação, que emanara da esfera…
"Foi… foi eu?" A pergunta ecoou dentro do seu crânio, um sussurro aterrorizado. A possibilidade era monstruosa. Ele adquiriu tal poder? E aquela esfera… tinha saído dele? O medo de si mesmo foi tão violento que quase o fez desabar ali mesmo no corredor vazio. Ele olhou para suas mãos, esperando vê-las tremer com uma energia dourada, mas elas estavam apenas sujas do chão do vestiário e trêmulas de adrenalina.
O instinto gritava mais alto que qualquer pensamento coerente: "FUGIR. ESCONDER-SE." Sem rumo, sem plano, apenas movido pelo pânico, Rito enfiou os punhos nos bolsos, baixou a cabeça e disparou pelo corredor, seus passos ecoando como batidas de um coração em fuga. O caminho que seus pés escolheram, quase por inércia, levava em direção à parte mais silenciosa da escola – onde ficava a enfermaria.
//////////
Enquanto isso, em outro corredor, Risa batia o pé com impaciência. Seus cabelos balançavam com o movimento.
"Onde ele está?" Resmungou, olhando o relógio. "Hoje seria o dia... Eu ia me confessar, depois da aula, no terraço da escola..."
Ela passara horas ensaiando as palavras, arrumando o cabelo, até praticando sorrisos. Mas Rito desapareceu depois da aula. Risa revistou a biblioteca, o terraço, até os arredores dos clubes. Nada.
Uma dor aguda apertou seu peito. "Será que alguem contou para ele? Ou... pior, será que ele está me evitando?" Os olhos de Risa encheram-se de lágrimas não derramadas. A coragem, tão cuidadosamente armazenada, esvaiu-se como areia entre os dedos. Ela encostou a testa na parede fria, um suspiro triste escapando-lhe.
"Por quê... agora que eu me decidi..." Sussurrou, a voz quebrada.
//////////
Rito corria como um condenado em direção a enfermaria da escola, seu coração martelando contra as costelas. O incidente com Haruna, o portal... Nada fazia sentido. Ele empurrou a porta metálica com força.
Mikado estava lá, vestindo seu jaleco branco impecável, ajustando um dispositivo complexo cheio de luzes piscantes.
"Doutora Mikado! Preciso falar com você!" Rito dobrou-se, ofegante.
"Yuuki-kun? Que susto. O que aconteceu?" Mikado virou-se, um arco de curiosidade nos lábios
Rito contou tudo. O tropeço, o pensamento sobre Haruna, o portal, o vestiário, a bancada evaporada. Sua voz tremia, mas faltava o tom histérico de sempre. Mikado ouviu em silêncio, os dedos entrelaçados sob o queixo. Quando Rito terminou, ela se levantou, aproximando-se com passos medidos.
"Mostre-me seus olhos, Yuuki-kun."
Ele concentrou-se no decote dela. A névoa azul-celeste envolveu sua visão, o dourado intenso irrompeu, e a mecha dourada surgiu perto da têmpora direita. Mikado soltou um leve suspiro de espanto.
"Eu não te contei antes porque não queria te preocupar. Você tinha acabado de acordar, e eu não quis colocar mais um fardo em você." Mikado falou com um tom de desculpa.
"Seu DNA e RNA foram radicalmente alterados, Yuuki-kun. Estruturado com sequências... não humanas." Ela apontou para o holograma. "Veja aqui, seu número de cromossomos aumentou em cinco. Até sua estrutura celular básica mudou."
"O que... o que quer dizer?" Rito engoliu seco.
"Quer dizer que você agora não pode nem ser considerado irmão da Mikan. Na verdade, Yuuki, você não pode mais ser considerado humano." Mikado fixou-o com um olhar sério, incomum nela.
"Não humano? Mas... como?" O chão pareceu desaparecer sob os pés de Rito.
"Vou explicar de forma simples." Disse Mikado, tocando o holograma. "Se você e Mikan fizessem um teste de DNA hoje, daria negativo. Sua genética foi completamente reescrita. Você é... algo novo. Algo mais."
Um silêncio pesado pairou. Então, um sorriso lento, quase travesso, surgiu no rosto de Mikado.
"Por outro lado..." ela cantarolou, girando em seu assento. "Isso resolve certas questões éticas, não? Agora você poderia até casar com a sua irmãzinha, se quisesse. Legal, né?"
Rito sentiu o sangue subir às orelhas. "Casar com Mikan?" Sua mente disparou involuntariamente para uma memória antiga: o banheiro em casa, Mikan sob o efeito do pólen de Celine. Ele caíra no chão, e ela se debruçara sobre ele, seus olhos vidrados de paixão, seus lábios se aproximando... naquele momento com Mikan... ele cedeu. Quase deixara acontecer. Só a luta interior dela a salvara, culminando com sua cabeça sendo atirada contra a parede.
"D-Doutora! Isso não tem graça!" Rito virou o rosto, mas o rubor era leve, quase superficial. Um calor estranho, não totalmente desagradável, pulsava em seu peito.
"Relaxe, Yuuki-kun! Brincadeirinha. Mas falando sério: recomendo que você vá para casa. Aprenda a controlar esses poderes antes de voltar à escola. Eles são... voláteis." Mikado riu, um som claro e afiado.
"Vou preparar os documentos justificando sua ausência." Mikado informou, erguendo levemente os documentos.
"Obrigado, Doutora Mikado." Rito agradeceu enquanto travava uma batalha perdida contra seus próprios olhos, que teimavam em descer para o decote provocante de Mikado.
Mikado inclinou-se para frente, os olhos perfurantes."Uma última pergunta: esse poder se ativou sozinho? Ou houve um... catalisador?"
Rito hesitou. Seu rosto aqueceu novamente. Ele olhou para os pés.
"E-eu... escutei a voz da Sairenji no vestiário..." Sussurrou. "E pensei... que queria vê-la se trocando."
Mikado explodiu em risadas, dobrando-se sobre a mesa.
"Então é isso!" Mikado limpou uma lágrima de riso. "Seus poderes se manifestam quando você fica muito excitado? É hilário! E genial!"
Rito corou levemente, mas seu pensamento voou para outro momento: o banho caótico com Momo, sua nudez despreocupada... Nada acontecera então.
"Nem sempre..." murmurou.
Mikado levantou-se. Seu sorriso transformou-se em algo predatório, perigoso. Ela se aproximou de Rito, seus passos felinos silenciosos no piso metálico.
"Bem... só há uma forma de testar essa teoria, não é?" Sua voz deslizou, baixa e sedutora.
Antes que Rito reagisse, ela estava contra ele. Seus seios generosos pressionaram seu peito através do jaleco e do uniforme. O aroma doce e picante de seu perfume envolveu-o. Rito tentou desviar o olhar, tentou esvaziar a mente, mas era como lutar contra uma maré. Seus olhos dourados acenderam-se novamente, fixando-se irremediavelmente no decote de Mikado. A mecha dourada em sua testa surgiu, desta vez mais brilhante, mais definida.
"Doutora... por favor..." Sua voz saiu rouca, não de protesto, mas de confusão.
"Incrível... é um tipo diferente de manifestação física da excitação..." Mikado não recuou. Seus olhos estavam presos à mecha dourada, fascinada.
Então, as mãos de Rito moveram-se. Lentas, mas com precisão, desceram pelas costas de Mikado e agarraram suas nádegas com força, os dedos afundando na carne macia.
CLACK!
Um som de vidro quebrando ecoou na mente de Rito. Antes que pudesse reagir, o chão sob seus pés desapareceu. Um vórtice dourado salpicado de azul-celeste engoliu-o instantaneamente.
Ploft!
Rito caiu de quatro em um piso frio de azulejos, envolto no cheiro doce de sabonete e shampoo. Seus olhos se ajustaram à luz... e travaram.
Haruna Sairenji estava diante dele, completamente nua, uma blusa escolar pendurada esquecida em sua mão trêmula. A luz suave do vestiário acariciava sua pele pálida, destacando a curva delicada de seus seios e a sombra convidativa entre suas pernas.
Silêncio.
O mundo parou. Rito sentiu o sangue correr para lugares inapropriados, mas sua reação foi... diferente. Em vez de pânico, uma admiração profunda e calma tomou conta dele.
"Haruna..." Sua voz saiu rouca, mas estável. "Você é incrivelmente bela."
Haruna ficou paralisada, sua pele alabastrina ganhando um rubor carmim que ia do pescoço até as orelhas. "Y-Yuuki-kun?! COMO VOCÊ—"
O choque foi tão intenso que seu corpo reagiu antes da mente. Instintivamente, ela arremessou a blusa que segurava na direção do banco do vestiário, num gesto cego de puro susto.
Rito, ainda atordoado mas movido por um reflexo surpreendentemente ágil e pelo desejo inconsciente de ajudar, ou talvez apenas de se aproximar, esticou o braço num movimento rápido para tentar pegá-la antes que caísse ao chão.
ZUMBIDO!
Exatamente no espaço entre os dois, onde o tecido da blusa voava e o braço de Rito se estendia, uma esfera dimensional do tamanho de uma bola de basquete materializou-se no ar, engolindo uma bancada de madeira inteira com um 'VWOMP' silencioso. Tudo o que restou foi um contorno perfeito no ar, como uma janela para o vazio. A blusa escapou por um triz, flutuando por um instante na esteira da distorção antes de cair inocentemente no chão, longe do abismo recém-criado.
Rito ergueu a mão, surpreso. Seus olhos brilhavam com um dourado intenso, envoltos em névoa azul-celeste. Uma mecha de cabelo próxima à sua têmpora direita reluzia como fio de ouro.
Ele recuou bruscamente, quase tropeçando, os olhos arregalados fixos no vazio pulsante onde estivera a bancada.
"O... o que foi isso!?" sua voz saiu como um sopro rouco, mais para si mesmo do que para Haruna. A mão que tentara pegar a blusa tremia no ar. Ele não pedia desculpas porque não fazia ideia de que aquilo pudesse ter relação com ele – era apenas mais uma loucura inexplicável num momento já absurdo.
Haruna, no entanto, não via mistério, apenas violação e perigo. O rubor de vergonha transformou-se em fúria pura, seus olhos faiscando com lágrimas de humilhação e raiva:
"YUUKI RITO ! SAIA AGORA MESMO!!" O grito ecoou como um tiro no silêncio pós-vórtice, muito mais aterrorizante do que qualquer anomalia dimensional.
Rito não precisou ser mandado duas vezes. O grito de Haruna, carregado de fúria, humilhação e medo, foi como um choque elétrico que o arrancou do estado de paralisia. Ele se virou, e atirou-se contra a porta do vestiário, quase arrancando-a da dobradiça em sua fuga desesperada.
O coração martelava em seu peito como um tambor desgovernado. O vazio pulsante deixado pela esfera, o terror nos olhos de Haruna, a destruição súbita – tudo girava em sua mente num turbilhão de pânico. E então, como um relâmpago cortando a escuridão, uma imagem irrompeu na sua confusão: A Darkness sendo absorvida por ele. A mesma sensação, que emanara da esfera…
"Foi… foi eu?" A pergunta ecoou dentro do seu crânio, um sussurro aterrorizado. A possibilidade era monstruosa. Ele adquiriu tal poder? E aquela esfera… tinha saído dele? O medo de si mesmo foi tão violento que quase o fez desabar ali mesmo no corredor vazio. Ele olhou para suas mãos, esperando vê-las tremer com uma energia dourada, mas elas estavam apenas sujas do chão do vestiário e trêmulas de adrenalina.
O instinto gritava mais alto que qualquer pensamento coerente: "FUGIR. ESCONDER-SE." Sem rumo, sem plano, apenas movido pelo pânico, Rito enfiou os punhos nos bolsos, baixou a cabeça e disparou pelo corredor, seus passos ecoando como batidas de um coração em fuga. O caminho que seus pés escolheram, quase por inércia, levava em direção à parte mais silenciosa da escola – onde ficava a enfermaria.
//////////
Enquanto isso, em outro corredor, Risa batia o pé com impaciência. Seus cabelos balançavam com o movimento.
"Onde ele está?" Resmungou, olhando o relógio. "Hoje seria o dia... Eu ia me confessar, depois da aula, no terraço da escola..."
Ela passara horas ensaiando as palavras, arrumando o cabelo, até praticando sorrisos. Mas Rito desapareceu depois da aula. Risa revistou a biblioteca, o terraço, até os arredores dos clubes. Nada.
Uma dor aguda apertou seu peito. "Será que alguem contou para ele? Ou... pior, será que ele está me evitando?" Os olhos de Risa encheram-se de lágrimas não derramadas. A coragem, tão cuidadosamente armazenada, esvaiu-se como areia entre os dedos. Ela encostou a testa na parede fria, um suspiro triste escapando-lhe.
"Por quê... agora que eu me decidi..." Sussurrou, a voz quebrada.
//////////
Rito corria como um condenado em direção a enfermaria da escola, seu coração martelando contra as costelas. O incidente com Haruna, o portal... Nada fazia sentido. Ele empurrou a porta metálica com força.
Mikado estava lá, vestindo seu jaleco branco impecável, ajustando um dispositivo complexo cheio de luzes piscantes.
"Doutora Mikado! Preciso falar com você!" Rito dobrou-se, ofegante.
"Yuuki-kun? Que susto. O que aconteceu?" Mikado virou-se, um arco de curiosidade nos lábios
Rito contou tudo. O tropeço, o pensamento sobre Haruna, o portal, o vestiário, a bancada evaporada. Sua voz tremia, mas faltava o tom histérico de sempre. Mikado ouviu em silêncio, os dedos entrelaçados sob o queixo. Quando Rito terminou, ela se levantou, aproximando-se com passos medidos.
"Mostre-me seus olhos, Yuuki-kun."
Ele concentrou-se no decote dela. A névoa azul-celeste envolveu sua visão, o dourado intenso irrompeu, e a mecha dourada surgiu perto da têmpora direita. Mikado soltou um leve suspiro de espanto.
"Eu não te contei antes porque não queria te preocupar. Você tinha acabado de acordar, e eu não quis colocar mais um fardo em você." Mikado falou com um tom de desculpa.
"Seu DNA e RNA foram radicalmente alterados, Yuuki-kun. Estruturado com sequências... não humanas." Ela apontou para o holograma. "Veja aqui, seu número de cromossomos aumentou em cinco. Até sua estrutura celular básica mudou."
"O que... o que quer dizer?" Rito engoliu seco.
"Quer dizer que você agora não pode nem ser considerado irmão da Mikan. Na verdade, Yuuki, você não pode mais ser considerado humano." Mikado fixou-o com um olhar sério, incomum nela.
"Não humano? Mas... como?" O chão pareceu desaparecer sob os pés de Rito.
"Vou explicar de forma simples." Disse Mikado, tocando o holograma. "Se você e Mikan fizessem um teste de DNA hoje, daria negativo. Sua genética foi completamente reescrita. Você é... algo novo. Algo mais."
Um silêncio pesado pairou. Então, um sorriso lento, quase travesso, surgiu no rosto de Mikado.
"Por outro lado..." ela cantarolou, girando em seu assento. "Isso resolve certas questões éticas, não? Agora você poderia até casar com a sua irmãzinha, se quisesse. Legal, né?"
Rito sentiu o sangue subir às orelhas. "Casar com Mikan?" Sua mente disparou involuntariamente para uma memória antiga: o banheiro em casa, Mikan sob o efeito do pólen de Celine. Ele caíra no chão, e ela se debruçara sobre ele, seus olhos vidrados de paixão, seus lábios se aproximando... naquele momento com Mikan... ele cedeu. Quase deixara acontecer. Só a luta interior dela a salvara, culminando com sua cabeça sendo atirada contra a parede.
"D-Doutora! Isso não tem graça!" Rito virou o rosto, mas o rubor era leve, quase superficial. Um calor estranho, não totalmente desagradável, pulsava em seu peito.
"Relaxe, Yuuki-kun! Brincadeirinha. Mas falando sério: recomendo que você vá para casa. Aprenda a controlar esses poderes antes de voltar à escola. Eles são... voláteis." Mikado riu, um som claro e afiado.
"Vou preparar os documentos justificando sua ausência." Mikado informou, erguendo levemente os documentos.
"Obrigado, Doutora Mikado." Rito agradeceu enquanto travava uma batalha perdida contra seus próprios olhos, que teimavam em descer para o decote provocante de Mikado.
Mikado inclinou-se para frente, os olhos perfurantes."Uma última pergunta: esse poder se ativou sozinho? Ou houve um... catalisador?"
Rito hesitou. Seu rosto aqueceu novamente. Ele olhou para os pés.
"E-eu... escutei a voz da Sairenji no vestiário..." Sussurrou. "E pensei... que queria vê-la se trocando."
Mikado explodiu em risadas, dobrando-se sobre a mesa.
"Então é isso!" Mikado limpou uma lágrima de riso. "Seus poderes se manifestam quando você fica muito excitado? É hilário! E genial!"
Rito corou levemente, mas seu pensamento voou para outro momento: o banho caótico com Momo, sua nudez despreocupada... Nada acontecera então.
"Nem sempre..." murmurou.
Mikado levantou-se. Seu sorriso transformou-se em algo predatório, perigoso. Ela se aproximou de Rito, seus passos felinos silenciosos no piso metálico.
"Bem... só há uma forma de testar essa teoria, não é?" Sua voz deslizou, baixa e sedutora.
Antes que Rito reagisse, ela estava contra ele. Seus seios generosos pressionaram seu peito através do jaleco e do uniforme. O aroma doce e picante de seu perfume envolveu-o. Rito tentou desviar o olhar, tentou esvaziar a mente, mas era como lutar contra uma maré. Seus olhos dourados acenderam-se novamente, fixando-se irremediavelmente no decote de Mikado. A mecha dourada em sua testa surgiu, desta vez mais brilhante, mais definida.
"Doutora... por favor..." Sua voz saiu rouca, não de protesto, mas de confusão.
"Incrível... é um tipo diferente de manifestação física da excitação..." Mikado não recuou. Seus olhos estavam presos à mecha dourada, fascinada.
Então, as mãos de Rito moveram-se. Lentas, mas com precisão, desceram pelas costas de Mikado e agarraram suas nádegas com força, os dedos afundando na carne macia.
"Ahhh!~" Mikado arqueou-se contra ele, um suspiro inesperadamente sensual escapando-lhe. "Devagar, Yuuki-kun! Que agressivo..."
A porta do laboratório deslizou aberta.
"Mikad- Ohh!"
Tearju parou na soleira, os olhos arregalados como pratos, seu rosto pálido tornando-se escarlate em um segundo.
"D-Desculpe incomodar!" Ela gaguejou, recuando como se tivesse visto um demônio.
"Tearju, espere!" Mikado chamou, afastando-se de Rito com um movimento fluido, sem perder a compostura.
Tearju congelou, ainda tremendo. Rito estremecia, olhando para suas próprias mãos como se fossem estranhas. A lembrança da sensação — a firmeza, a maciez, o calor—queimava em seus nervos, despertando um desejo profundo e confuso. Ele sacudiu a cabeça com força, como se pudesse expulsar os pensamentos pecaminosos.
"Desculpe, Doutora Mikado..." Ele murmurou, o rubor em seu rosto mais uma vez contido, superficial. "Eu perdi o controle."
Mikado ajustou o jaleco, um sorriso genuíno, e afetuoso, brincando em seus lábios. "Não se preocupe, Yuuki-kun. Eu gosto desse seu novo eu. É tão... espontâneo."
Seus olhos, porém, permaneciam fixos na mecha dourada que agora desaparecia no cabelo de Rito. Um plano formava-se em sua mente científica e travessa.
"Aliás... vamos fazer um segundo teste." Ela apontou para Tearju, que ainda parecia prestes a desmaiar. "Rito-kun, cheire o perfume da Tearju."
"M-Mikado?!" Tearju recuou, a mão no pescoço.
"Tea, minha querida! Confie em mim." Mikado empurrou Rito gentilmente em direção à assistente. "Apenas sinta o aroma."
Rito hesitou. Tearju era bela, de uma serenidade quase etérea. Seu coração acelerou novamente. Ele se aproximou, a névoa azul-celeste começando a dançar na periferia de sua visão. O cheiro que a envolvia era suave — flores brancas e algo fresco, como chuva de primavera. Mas conforme ele se inclinava, seu nariz quase tocando o pescoço delicado de Tearju, algo mais intenso o atingiu: o cheiro quente, inerentemente feminino de sua pele, o aroma de seu shampoo misturado ao suor leve de um dia de trabalho.
Sua mente esvaziou-se. O mundo reduziu-se àquele pescoço pálido, às veias sob a pele, ao pulso acelerado que ele quase podia ouvir. Os olhos dourados irromperam como sóis, a mecha dourada explodiu em seu cabelo, luminosa e inconfundível.
"Agora!" Mikado bateu palmas, cortando a tensão como uma faca.
Tearju soltou o ar num longo suspiro, desmoronando levemente contra a parede. Ela estivera segurando a respiração.
"É como pensei!" Mikado triunfou, apontando para a mecha que lentamente desaparecia. "Ela surge quando você fica muito excitado, e sua parte reprimida... toma controle. Fascinante!"
"Tem como... curar isso?" Rito recuou
"Curar?" Mikado riu. — "Isso não é uma doença, Yuuki-kun. É parte de você e sempre foi, só que você a suprimia. Essa é a sua nova biologia. Sobre a mecha e os poderes... não tenho como removê-los. Seria perigosíssimo tentar. Você precisa aprender a dominá-los."
"Mikado?" Tearju olhava para ela, perplexa e ainda corada.
"Depois eu te explico, Tea" Mikado acenou com a mão, já voltando aos seus hologramas.
Rito fez uma vénia rápida, a mente um caos. "Obrigado, Doutora. Vou para casa."
Ele saiu do laboratório, o coração pesado mas estranhamente leve. Os elogios a Haruna, o toque em Mikado... antes, ele estaria morrendo de vergonha. Agora, um pequeno eco de satisfação vibrava nele. "Afinal... que garota não gosta de receber elogios?" pensou, surpreso com sua própria lógica.
No caminho para casa, sob o sol quente, a imagem de Mikan surgiu em sua mente. Sua irmã, sua família... mas não mais seu sangue. A mecha dourada pulsou fracamente em sua testa, um aviso dourado. Uma nova vida começara. E Yuuki Rito, o humano comum, por acidente, agora teria que aprender a conviver com o deus do caos que se fundira ao seu próprio ser.
A porta do laboratório deslizou aberta.
"Mikad- Ohh!"
Tearju parou na soleira, os olhos arregalados como pratos, seu rosto pálido tornando-se escarlate em um segundo.
"D-Desculpe incomodar!" Ela gaguejou, recuando como se tivesse visto um demônio.
"Tearju, espere!" Mikado chamou, afastando-se de Rito com um movimento fluido, sem perder a compostura.
Tearju congelou, ainda tremendo. Rito estremecia, olhando para suas próprias mãos como se fossem estranhas. A lembrança da sensação — a firmeza, a maciez, o calor—queimava em seus nervos, despertando um desejo profundo e confuso. Ele sacudiu a cabeça com força, como se pudesse expulsar os pensamentos pecaminosos.
"Desculpe, Doutora Mikado..." Ele murmurou, o rubor em seu rosto mais uma vez contido, superficial. "Eu perdi o controle."
Mikado ajustou o jaleco, um sorriso genuíno, e afetuoso, brincando em seus lábios. "Não se preocupe, Yuuki-kun. Eu gosto desse seu novo eu. É tão... espontâneo."
Seus olhos, porém, permaneciam fixos na mecha dourada que agora desaparecia no cabelo de Rito. Um plano formava-se em sua mente científica e travessa.
"Aliás... vamos fazer um segundo teste." Ela apontou para Tearju, que ainda parecia prestes a desmaiar. "Rito-kun, cheire o perfume da Tearju."
"M-Mikado?!" Tearju recuou, a mão no pescoço.
"Tea, minha querida! Confie em mim." Mikado empurrou Rito gentilmente em direção à assistente. "Apenas sinta o aroma."
Rito hesitou. Tearju era bela, de uma serenidade quase etérea. Seu coração acelerou novamente. Ele se aproximou, a névoa azul-celeste começando a dançar na periferia de sua visão. O cheiro que a envolvia era suave — flores brancas e algo fresco, como chuva de primavera. Mas conforme ele se inclinava, seu nariz quase tocando o pescoço delicado de Tearju, algo mais intenso o atingiu: o cheiro quente, inerentemente feminino de sua pele, o aroma de seu shampoo misturado ao suor leve de um dia de trabalho.
Sua mente esvaziou-se. O mundo reduziu-se àquele pescoço pálido, às veias sob a pele, ao pulso acelerado que ele quase podia ouvir. Os olhos dourados irromperam como sóis, a mecha dourada explodiu em seu cabelo, luminosa e inconfundível.
"Agora!" Mikado bateu palmas, cortando a tensão como uma faca.
Tearju soltou o ar num longo suspiro, desmoronando levemente contra a parede. Ela estivera segurando a respiração.
"É como pensei!" Mikado triunfou, apontando para a mecha que lentamente desaparecia. "Ela surge quando você fica muito excitado, e sua parte reprimida... toma controle. Fascinante!"
"Tem como... curar isso?" Rito recuou
"Curar?" Mikado riu. — "Isso não é uma doença, Yuuki-kun. É parte de você e sempre foi, só que você a suprimia. Essa é a sua nova biologia. Sobre a mecha e os poderes... não tenho como removê-los. Seria perigosíssimo tentar. Você precisa aprender a dominá-los."
"Mikado?" Tearju olhava para ela, perplexa e ainda corada.
"Depois eu te explico, Tea" Mikado acenou com a mão, já voltando aos seus hologramas.
Rito fez uma vénia rápida, a mente um caos. "Obrigado, Doutora. Vou para casa."
Ele saiu do laboratório, o coração pesado mas estranhamente leve. Os elogios a Haruna, o toque em Mikado... antes, ele estaria morrendo de vergonha. Agora, um pequeno eco de satisfação vibrava nele. "Afinal... que garota não gosta de receber elogios?" pensou, surpreso com sua própria lógica.
No caminho para casa, sob o sol quente, a imagem de Mikan surgiu em sua mente. Sua irmã, sua família... mas não mais seu sangue. A mecha dourada pulsou fracamente em sua testa, um aviso dourado. Uma nova vida começara. E Yuuki Rito, o humano comum, por acidente, agora teria que aprender a conviver com o deus do caos que se fundira ao seu próprio ser.
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