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To Love-Ru Darkness 3: Onde as Estrelas se Dissolvem
Escrita por: Matheus Leandro (Magnatah)
Capítulo 21 - Revelações Noturnas
No Capítulo Anterior...
O "Rito Dourado" poderia ser uma ameaça, mas o Rito humano estava aprendendo. E, pelo menos por esta noite, cercado por essa família improvável e barulhenta, ele se permitiu acreditar que tudo daria certo. O sorriso que lhe escapou então não foi bobo, mas sim de uma aceitação cansada e esperançosa. A loucura era sua nova realidade. E ele estava começando a gostar.
\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\
O crepúsculo tingia o céu de tons alaranjados quando Yami e Mea se preparavam para partir da residência dos Yuuki. O clima era de despedidas rápidas, mas Yami parecia ancorada perto da porta, seus olhos fixos em Rito com uma intensidade que transcendia sua habitual impassibilidade. Ele estava de pé na entrada, sua silhueta agora marcada por ombros largos e um torso definido sob a camiseta casual – um testemunho físico de sua evolução.
"Até amanhã, senpai" Despediu-se Mea. "Não faça nada muito divertido sem nós!"
Yami, porém, não se moveu. Seu olhar era um furacão de perguntas não verbalizadas. Percorreu a estatura imponente de Rito, parou em seus olhos, agora mais firmes e menos propensos a desviar, e depois baixou para as mãos, que já não tremiam. Parecia querer perguntar: Como? Por quê? O que mudou dentro de você? Era um olhar analítico, quase intrusivo, carregado de uma curiosidade rara.
"Yami?" Rito chamou, sua voz mais grave, mas ainda gentil. "Tudo bem?"
Ela pestanejou, como se despertando de um transe. "Sim... você está diferente Yuuki Rito." A resposta foi cortante, mas o olhar que lançou por cima do ombro ao seguir Mea pela rua ainda carregava o eco daquela investigação silenciosa. Rito sentiu um frio na espinha.
//////////
Dentro de casa, o cheiro de jantar ainda pairava no ar. Mikan, com seu avental branco, esfregava uma panela com vigor incomum na pia. Ao seu lado, Momo, de vestido simples, secava os pratos com uma eficiência sorridente. Rito, de manga arregaçada revelando antebraços definidos, guardava os utensílios secos nos armários altos sem precisar de banquinho – um detalhe pequeno que não passou despercebido pela irmã.
"Obrigada pela ajuda, Rito." Disse Mikan, tentando soar descontraída, mas seu olhar era indagador. "Você anda… muito disposto ultimamente."
"Ah, é? Acho que é o meu novo normal..." Ele respondeu, evitando o olhar direto.
Momo encostou-se levemente nele ao passar, seu rabo balançando de forma quase hipnótica. "Rito-san sempre foi forte por dentro, agora está forte por fora também~" Ela sussurrou, baixinho o suficiente para só ele ouvir: "E por outros motivos, ne?"
Rito corou levemente, um hábito que não havia desaparecido completamente, apenas se transformado em algo mais contido. Mikan observou a troca, seu rosto se fechando. Por que a Momo está mais próxima? E a Nana também? Os pensamentos giravam em sua mente enquanto terminava a última panela.
"Vou tomar banho." Anunciou Mikan, tirando o avental. Seu olhar pousou em Rito novamente, desta vez com uma desconfiança aberta ,alguns pensamentos passavam em sua mente: "Elas estão diferentes. Mais grudentas. E ele… ele parece estar escondendo algo. O que está acontecendo aqui?"
//////////
Após o banho, Enquanto subia as escadas, Mikan passou pela sala de estar. Rito estava agora sentado no sofá, mas ela parou no corredor, observando. Lala estava colada ao seu lado direito, Nana estava sentada à esquerda, mais próxima do que o habitual, embora mantendo alguns centímetros de distância, e Momo… Momo estava sentada no chão, entre as pernas abertas de Rito, de costas para ele, encostada em sua perna esquerda. Seu rabo balançava lentamente, quase hipnoticamente, bem na linha de visão dele.
Rito tentava focar na TV, mas seus pensamentos internos eram um turbilhão:
"Por que as três estão grudadas assim? O sofá é enorme! Tem espaço pra todo mundo se espalhar!"
"Até a Nana tá aqui, quietinha… isso é novo. E estranho. Bom, mas estranho."
"E ESSA CAUDA! Balançando… ali… Mantenha a calma, Rito! Respira! Se controla! Pensa em qualquer coisa, menos nesse balanço…"
Foi quando ele sentiu o olhar. Girou a cabeça e encontrou os olhos castanhos de Mikan fixos nele, estreitados, carregados de pura suspeita. Era um olhar que dizia: "Rito, você está tramando algo. E eu vou descobrir."
Rito engoliu seco. Mikan então soltou um suspiro, decidindo que aquilo não valia sua energia naquele momento. "Boa noite a todos." Disse ela, voz neutra. E então, direcionando-se especificamente a Rito, com um tom carregado de ironia fina: "Boa noite, playboy."
O sangue subiu instantaneamente ao rosto de Rito, deixando-o ruborizado. Um coro de risadinhas abafadas ecoou do sofá: Lala cobriu a boca com as mãos, Momo sacudiu os ombros silenciosamente, e até Nana soltou um leve "Humph!" que poderia ser interpretado como um riso contido. Mikan, satisfeita com o efeito, virou-se e continuou a subir as escadas.
"Playboy?! Sério?! Ela sabe alguma coisa? Suspeita?" Os pensamentos dispararam na mente de Rito, mas foram rapidamente suplantados por um mais prático: "Não, amanhã ela tem uma prova importante. Provavelmente só está estressada." Ele viu Mikan parar no topo das escadas, olhar para o corredor que levava ao seu quarto, depois para a porta do quarto dele, suspirar profundamente novamente e desaparecer em seu quarto. O peso dos estudos havia vencido a desconfiança momentânea.
//////////
O silêncio que se seguiu à partida de Mikan foi quebrado por Momo. Ela se virou ligeiramente, ainda sentada no chão entre as pernas de Rito, e olhou para cima, seu rosto angelical iluminado por um sorriso que Rito conhecia bem.
"Rito-san~" Ela começou, sua voz um mel suave e propositalmente ambígua. "Teve progresso?"
Rito, ainda um pouco corado pelo comentário da irmã, mas aliviado pela mudança de assunto, respondeu com genuíno entusiasmo. "Sim! Consegui bastante progresso com os Portais hoje! Consegui estabilizar a Esfera Dimensional por bastante tempo antes da oscilação." Ele sorriu, orgulhoso de seu avanço. "Mas ainda não dominei por completo."
Momo não perdeu o sorriso, mas seus olhos piscaram com uma luz divertida. Ela se inclinou para trás, apoiando as costas mais firmemente na perna dele, e sussurrou, baixinho o suficiente para só Rito, Lala e Nana (que se inclinou imperceptivelmente) ouvirem: "Rito-san~... estou falando do harem... e das garotas."
O sorriso triunfante de Rito congelou no rosto, substituído por um pânico súbito. Ele engasgou. "C-Como assim?! A Run eu até entendo, porque ela abertamente diz que gosta de mim, sempre foi clara! Mas a Kyoko também!? De onde saiu isso?"
Momo riu, um som leve e musical, levando uma mão à boca. "É você que está falando, não eu. Eu apenas falei 'garotas'. Run e Kyoko… interessantes escolhas~"
Rito sentiu o sangue subir novamente, desta vez até as orelhas.
Do seu lado esquerdo, Nana soltou um ruído baixo, quase um rosnado. Seus olhos faiscavam em sua direção, uma tempestade de raiva e ciúmes. Suas orelhas tremiam levemente. Ela cruzou os braços com força, desviando o olhar para a TV, mas sua postura rígida denunciava sua agitação.
Lala, que parecia estar completamente absorta em um programa de culinária, virou a cabeça com um estalo. "Hm? Run?" Seu rosto iluminou-se como um sol. "Ah, eu gosto muito da Run! Ela é tão sincera e ama o Rito de verdade! Hum…" Ela colocou um dedo no queixo, pensativa. "Ter a Kyoko junto com a gente…" Sua expressão explodiu em alegria pura. "Isso vai ser muito divertido! Ela é tão legal!" Lala levantou-se de um salto, começando a pular no lugar, ignorando completamente a crise existencial de Rito e a fúria silenciosa de Nana. "Podemos fazer festas do pijama maiores! E jogos! E inventar coisas juntas!"
Rito olhou para Lala, sua simplicidade e aceitação inabalável dissipando parte de seu constrangimento. Ele sorriu, um sorriso cansado mas afetuoso. Momo também sorriu, satisfeita com a reação positiva da irmã mais velha. Nana, porém, apenas perdeu um pouco da intensidade da raiva em seu olhar, mas manteve o ciúme e o desconforto estampados no rosto, seus olhos ainda evitando Rito.
Tentando retomar o controle da situação e cansado da tensão, Rito esfregou a nuca. "Bem… está ficando tarde. Vamos dormir?"
Momo girou completamente no chão, de joelhos agora, olhando para Rito com olhos arregalados de surpresa genuína (ou perfeitamente encenada). "E-Está nos chamando para dormir com você?"
Rito congelou. O que ele dissera? Olhou para Lala, que parou de pular com um sorriso radiante; para Nana, que estava agora olhando para ele com choque misturado ao ciúme; e para Momo, cujos olhos brilhavam com expectativa maliciosa. O velho Rito teria gaguejado ou negado freneticamente. O novo Rito respirou fundo. Ele tinha aceitado o plano. Ele estava namorando Momo e Lala. Com uma coragem que brotava de sua nova determinação, ele coçou a nuca e olhou para cima, evitando seus olhos. "Acho… acho que estou. Sim."
Momo não perdeu um segundo. Ela se lançou para frente, envolvendo seus braços ao redor de seu pescoço em um abraço rápido e apertado. "Eu adoro esse seu novo lado honesto, Rito-san!" ela sussurrou em seu ouvido, seu hálito quente causando um calafrio nele.
Lala, sempre a primeira a se mover, deu um pulo animado. "Vamos! Vamos! Hora de dormir!" Ela saiu correndo em direção às escadas. Momo soltou Rito e seguiu Lala com passos leves, seu rabo balançando convidativamente. Rito se levantou do sofá, esticando seu corpo com um suspiro. Foi então que percebeu: Nana ainda estava sentada no sofá, rígida como uma estátua, olhando fixamente para as mãos no colo, seu rosto uma máscara de conflito.
Rito parou. Ela não tinha dito nada. Não se moveu. Ele sentiu um aperto no peito. "Não posso deixá-la para trás". Virou-se completamente e caminhou de volta até o sofá. Parou em frente a ela e estendeu a mão direita, com uma calma que surpreendeu até a si mesmo. "Vamos, Nana?"
Nana estremeceu. Lentamente, ela levantou os olhos. Primeiro para a mão estendida – grande, forte, com veias discretas marcando o dorso – depois para o rosto de Rito. Seus olhos se encontraram com os dele, uma tempestade de emoções passando por eles: surpresa, raiva, constrangimento, e algo mais frágil, quase esperançoso. Ela desviou o olhar rapidamente, um rubor intenso subindo de seu pescoço para suas orelhas e bochechas. "T-Tá bom." Ela murmurou, quase inaudível. Com uma hesitação que contrastava com sua personalidade explosiva, ela colocou sua mão pequena e suave na dele.
O toque foi como um choque elétrico para ambos. A mão de Rito era quente e envolvente; a de Nana, fria e um pouco trêmula. Ele fechou os dedos gentilmente, mas com firmeza, ao redor da mão dela, e começou a caminhar em direção às escadas, puxando-a suavemente.
Para Nana, a caminhada pelo corredor térreo até o pé das escadas foi uma eternidade. Cada passo ecoava os pensamentos frenéticos em sua mente:
"Estamos de mãos dadas…!"
"A mão dele… é tão grande. E quente. Por que está tão quente!?"
"Idiota! Por que você está deixando?! Solta! Solta agora!"
"Mas… não é tão ruim…"
"Ele realmente gosta de mim? Não que me importe muito… talvez… só um pouco…"
O rubor em seu rosto era tão intenso que parecia emitir calor. Quando chegaram à porta do quarto de Rito, ela arrancou sua mão da dele com um movimento brusco, como se tivesse tocado em brasa. "A-Ano…" Ela balbuciou, olhando para o chão.
//////////
Dentro do quarto de Rito, as três princesas desapareceram, foram para o quarto delas, trocar de roupa. Rito aproveitou para arrumar rapidamente a cama.
Após alguns minutos, A porta se abriu. Lala entrou primeiro, e Rito quase engasgou com o próprio ar. Ela estava… nua. Completamente. Seus seios perfeitos e firmes, sua cintura sinuosa, suas pernas longas – tudo estava exposto sem qualquer pudor. Ela esticou os braços para cima com um bocejo adorável, realçando ainda mais suas curvas.
"Lala!" Rito falou, desviando os olhos instintivamente para a parede, seu rosto levemente corado. "Por que você foi trocar de roupa se ia dormir sem nada mesmo?!"
Lala piscou, olhando para si mesma como se só agora percebesse. "Ah! Esqueci!" Ela riu, uma risada cristalina e despreocupada. Ela se aproximou dele, totalmente à vontade. Rito lutou uma batalha interna hercúlea. "Não olhe. Não olhe. Você é forte. Você tem controle. Olhar é trapacear... mas ela está tão perto... só uma olhadinha." Seus olhos traíram-no, fugindo por frações de segundo para a visão proibida antes de se fixarem novamente no teto, suando frio.
Momo entrou em seguida, salvando-o momentaneamente (ou talvez piorando). Ela usava um camisolínho de seda rosa claro, curto o suficiente para mostrar a parte superior de suas coxas, e decotado para revelar generosamente seus seios. O tecido fino deixava pouco à imaginação. Ela sorriu ao ver a expressão de Rito. "Tudo bem, Rito-san? Parece quente aqui…"
O "Rito Dourado" poderia ser uma ameaça, mas o Rito humano estava aprendendo. E, pelo menos por esta noite, cercado por essa família improvável e barulhenta, ele se permitiu acreditar que tudo daria certo. O sorriso que lhe escapou então não foi bobo, mas sim de uma aceitação cansada e esperançosa. A loucura era sua nova realidade. E ele estava começando a gostar.
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O crepúsculo tingia o céu de tons alaranjados quando Yami e Mea se preparavam para partir da residência dos Yuuki. O clima era de despedidas rápidas, mas Yami parecia ancorada perto da porta, seus olhos fixos em Rito com uma intensidade que transcendia sua habitual impassibilidade. Ele estava de pé na entrada, sua silhueta agora marcada por ombros largos e um torso definido sob a camiseta casual – um testemunho físico de sua evolução.
"Até amanhã, senpai" Despediu-se Mea. "Não faça nada muito divertido sem nós!"
Yami, porém, não se moveu. Seu olhar era um furacão de perguntas não verbalizadas. Percorreu a estatura imponente de Rito, parou em seus olhos, agora mais firmes e menos propensos a desviar, e depois baixou para as mãos, que já não tremiam. Parecia querer perguntar: Como? Por quê? O que mudou dentro de você? Era um olhar analítico, quase intrusivo, carregado de uma curiosidade rara.
"Yami?" Rito chamou, sua voz mais grave, mas ainda gentil. "Tudo bem?"
Ela pestanejou, como se despertando de um transe. "Sim... você está diferente Yuuki Rito." A resposta foi cortante, mas o olhar que lançou por cima do ombro ao seguir Mea pela rua ainda carregava o eco daquela investigação silenciosa. Rito sentiu um frio na espinha.
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Dentro de casa, o cheiro de jantar ainda pairava no ar. Mikan, com seu avental branco, esfregava uma panela com vigor incomum na pia. Ao seu lado, Momo, de vestido simples, secava os pratos com uma eficiência sorridente. Rito, de manga arregaçada revelando antebraços definidos, guardava os utensílios secos nos armários altos sem precisar de banquinho – um detalhe pequeno que não passou despercebido pela irmã.
"Obrigada pela ajuda, Rito." Disse Mikan, tentando soar descontraída, mas seu olhar era indagador. "Você anda… muito disposto ultimamente."
"Ah, é? Acho que é o meu novo normal..." Ele respondeu, evitando o olhar direto.
Momo encostou-se levemente nele ao passar, seu rabo balançando de forma quase hipnótica. "Rito-san sempre foi forte por dentro, agora está forte por fora também~" Ela sussurrou, baixinho o suficiente para só ele ouvir: "E por outros motivos, ne?"
Rito corou levemente, um hábito que não havia desaparecido completamente, apenas se transformado em algo mais contido. Mikan observou a troca, seu rosto se fechando. Por que a Momo está mais próxima? E a Nana também? Os pensamentos giravam em sua mente enquanto terminava a última panela.
"Vou tomar banho." Anunciou Mikan, tirando o avental. Seu olhar pousou em Rito novamente, desta vez com uma desconfiança aberta ,alguns pensamentos passavam em sua mente: "Elas estão diferentes. Mais grudentas. E ele… ele parece estar escondendo algo. O que está acontecendo aqui?"
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Após o banho, Enquanto subia as escadas, Mikan passou pela sala de estar. Rito estava agora sentado no sofá, mas ela parou no corredor, observando. Lala estava colada ao seu lado direito, Nana estava sentada à esquerda, mais próxima do que o habitual, embora mantendo alguns centímetros de distância, e Momo… Momo estava sentada no chão, entre as pernas abertas de Rito, de costas para ele, encostada em sua perna esquerda. Seu rabo balançava lentamente, quase hipnoticamente, bem na linha de visão dele.
Rito tentava focar na TV, mas seus pensamentos internos eram um turbilhão:
"Por que as três estão grudadas assim? O sofá é enorme! Tem espaço pra todo mundo se espalhar!"
"Até a Nana tá aqui, quietinha… isso é novo. E estranho. Bom, mas estranho."
"E ESSA CAUDA! Balançando… ali… Mantenha a calma, Rito! Respira! Se controla! Pensa em qualquer coisa, menos nesse balanço…"
Foi quando ele sentiu o olhar. Girou a cabeça e encontrou os olhos castanhos de Mikan fixos nele, estreitados, carregados de pura suspeita. Era um olhar que dizia: "Rito, você está tramando algo. E eu vou descobrir."
Rito engoliu seco. Mikan então soltou um suspiro, decidindo que aquilo não valia sua energia naquele momento. "Boa noite a todos." Disse ela, voz neutra. E então, direcionando-se especificamente a Rito, com um tom carregado de ironia fina: "Boa noite, playboy."
O sangue subiu instantaneamente ao rosto de Rito, deixando-o ruborizado. Um coro de risadinhas abafadas ecoou do sofá: Lala cobriu a boca com as mãos, Momo sacudiu os ombros silenciosamente, e até Nana soltou um leve "Humph!" que poderia ser interpretado como um riso contido. Mikan, satisfeita com o efeito, virou-se e continuou a subir as escadas.
"Playboy?! Sério?! Ela sabe alguma coisa? Suspeita?" Os pensamentos dispararam na mente de Rito, mas foram rapidamente suplantados por um mais prático: "Não, amanhã ela tem uma prova importante. Provavelmente só está estressada." Ele viu Mikan parar no topo das escadas, olhar para o corredor que levava ao seu quarto, depois para a porta do quarto dele, suspirar profundamente novamente e desaparecer em seu quarto. O peso dos estudos havia vencido a desconfiança momentânea.
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O silêncio que se seguiu à partida de Mikan foi quebrado por Momo. Ela se virou ligeiramente, ainda sentada no chão entre as pernas de Rito, e olhou para cima, seu rosto angelical iluminado por um sorriso que Rito conhecia bem.
"Rito-san~" Ela começou, sua voz um mel suave e propositalmente ambígua. "Teve progresso?"
Rito, ainda um pouco corado pelo comentário da irmã, mas aliviado pela mudança de assunto, respondeu com genuíno entusiasmo. "Sim! Consegui bastante progresso com os Portais hoje! Consegui estabilizar a Esfera Dimensional por bastante tempo antes da oscilação." Ele sorriu, orgulhoso de seu avanço. "Mas ainda não dominei por completo."
Momo não perdeu o sorriso, mas seus olhos piscaram com uma luz divertida. Ela se inclinou para trás, apoiando as costas mais firmemente na perna dele, e sussurrou, baixinho o suficiente para só Rito, Lala e Nana (que se inclinou imperceptivelmente) ouvirem: "Rito-san~... estou falando do harem... e das garotas."
O sorriso triunfante de Rito congelou no rosto, substituído por um pânico súbito. Ele engasgou. "C-Como assim?! A Run eu até entendo, porque ela abertamente diz que gosta de mim, sempre foi clara! Mas a Kyoko também!? De onde saiu isso?"
Momo riu, um som leve e musical, levando uma mão à boca. "É você que está falando, não eu. Eu apenas falei 'garotas'. Run e Kyoko… interessantes escolhas~"
Rito sentiu o sangue subir novamente, desta vez até as orelhas.
Do seu lado esquerdo, Nana soltou um ruído baixo, quase um rosnado. Seus olhos faiscavam em sua direção, uma tempestade de raiva e ciúmes. Suas orelhas tremiam levemente. Ela cruzou os braços com força, desviando o olhar para a TV, mas sua postura rígida denunciava sua agitação.
Lala, que parecia estar completamente absorta em um programa de culinária, virou a cabeça com um estalo. "Hm? Run?" Seu rosto iluminou-se como um sol. "Ah, eu gosto muito da Run! Ela é tão sincera e ama o Rito de verdade! Hum…" Ela colocou um dedo no queixo, pensativa. "Ter a Kyoko junto com a gente…" Sua expressão explodiu em alegria pura. "Isso vai ser muito divertido! Ela é tão legal!" Lala levantou-se de um salto, começando a pular no lugar, ignorando completamente a crise existencial de Rito e a fúria silenciosa de Nana. "Podemos fazer festas do pijama maiores! E jogos! E inventar coisas juntas!"
Rito olhou para Lala, sua simplicidade e aceitação inabalável dissipando parte de seu constrangimento. Ele sorriu, um sorriso cansado mas afetuoso. Momo também sorriu, satisfeita com a reação positiva da irmã mais velha. Nana, porém, apenas perdeu um pouco da intensidade da raiva em seu olhar, mas manteve o ciúme e o desconforto estampados no rosto, seus olhos ainda evitando Rito.
Tentando retomar o controle da situação e cansado da tensão, Rito esfregou a nuca. "Bem… está ficando tarde. Vamos dormir?"
Momo girou completamente no chão, de joelhos agora, olhando para Rito com olhos arregalados de surpresa genuína (ou perfeitamente encenada). "E-Está nos chamando para dormir com você?"
Rito congelou. O que ele dissera? Olhou para Lala, que parou de pular com um sorriso radiante; para Nana, que estava agora olhando para ele com choque misturado ao ciúme; e para Momo, cujos olhos brilhavam com expectativa maliciosa. O velho Rito teria gaguejado ou negado freneticamente. O novo Rito respirou fundo. Ele tinha aceitado o plano. Ele estava namorando Momo e Lala. Com uma coragem que brotava de sua nova determinação, ele coçou a nuca e olhou para cima, evitando seus olhos. "Acho… acho que estou. Sim."
Momo não perdeu um segundo. Ela se lançou para frente, envolvendo seus braços ao redor de seu pescoço em um abraço rápido e apertado. "Eu adoro esse seu novo lado honesto, Rito-san!" ela sussurrou em seu ouvido, seu hálito quente causando um calafrio nele.
Lala, sempre a primeira a se mover, deu um pulo animado. "Vamos! Vamos! Hora de dormir!" Ela saiu correndo em direção às escadas. Momo soltou Rito e seguiu Lala com passos leves, seu rabo balançando convidativamente. Rito se levantou do sofá, esticando seu corpo com um suspiro. Foi então que percebeu: Nana ainda estava sentada no sofá, rígida como uma estátua, olhando fixamente para as mãos no colo, seu rosto uma máscara de conflito.
Rito parou. Ela não tinha dito nada. Não se moveu. Ele sentiu um aperto no peito. "Não posso deixá-la para trás". Virou-se completamente e caminhou de volta até o sofá. Parou em frente a ela e estendeu a mão direita, com uma calma que surpreendeu até a si mesmo. "Vamos, Nana?"
Nana estremeceu. Lentamente, ela levantou os olhos. Primeiro para a mão estendida – grande, forte, com veias discretas marcando o dorso – depois para o rosto de Rito. Seus olhos se encontraram com os dele, uma tempestade de emoções passando por eles: surpresa, raiva, constrangimento, e algo mais frágil, quase esperançoso. Ela desviou o olhar rapidamente, um rubor intenso subindo de seu pescoço para suas orelhas e bochechas. "T-Tá bom." Ela murmurou, quase inaudível. Com uma hesitação que contrastava com sua personalidade explosiva, ela colocou sua mão pequena e suave na dele.
O toque foi como um choque elétrico para ambos. A mão de Rito era quente e envolvente; a de Nana, fria e um pouco trêmula. Ele fechou os dedos gentilmente, mas com firmeza, ao redor da mão dela, e começou a caminhar em direção às escadas, puxando-a suavemente.
Para Nana, a caminhada pelo corredor térreo até o pé das escadas foi uma eternidade. Cada passo ecoava os pensamentos frenéticos em sua mente:
"Estamos de mãos dadas…!"
"A mão dele… é tão grande. E quente. Por que está tão quente!?"
"Idiota! Por que você está deixando?! Solta! Solta agora!"
"Mas… não é tão ruim…"
"Ele realmente gosta de mim? Não que me importe muito… talvez… só um pouco…"
O rubor em seu rosto era tão intenso que parecia emitir calor. Quando chegaram à porta do quarto de Rito, ela arrancou sua mão da dele com um movimento brusco, como se tivesse tocado em brasa. "A-Ano…" Ela balbuciou, olhando para o chão.
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Dentro do quarto de Rito, as três princesas desapareceram, foram para o quarto delas, trocar de roupa. Rito aproveitou para arrumar rapidamente a cama.
Após alguns minutos, A porta se abriu. Lala entrou primeiro, e Rito quase engasgou com o próprio ar. Ela estava… nua. Completamente. Seus seios perfeitos e firmes, sua cintura sinuosa, suas pernas longas – tudo estava exposto sem qualquer pudor. Ela esticou os braços para cima com um bocejo adorável, realçando ainda mais suas curvas.
"Lala!" Rito falou, desviando os olhos instintivamente para a parede, seu rosto levemente corado. "Por que você foi trocar de roupa se ia dormir sem nada mesmo?!"
Lala piscou, olhando para si mesma como se só agora percebesse. "Ah! Esqueci!" Ela riu, uma risada cristalina e despreocupada. Ela se aproximou dele, totalmente à vontade. Rito lutou uma batalha interna hercúlea. "Não olhe. Não olhe. Você é forte. Você tem controle. Olhar é trapacear... mas ela está tão perto... só uma olhadinha." Seus olhos traíram-no, fugindo por frações de segundo para a visão proibida antes de se fixarem novamente no teto, suando frio.
Momo entrou em seguida, salvando-o momentaneamente (ou talvez piorando). Ela usava um camisolínho de seda rosa claro, curto o suficiente para mostrar a parte superior de suas coxas, e decotado para revelar generosamente seus seios. O tecido fino deixava pouco à imaginação. Ela sorriu ao ver a expressão de Rito. "Tudo bem, Rito-san? Parece quente aqui…"
Nana foi a última, vestindo um pijama completo de algodão rosa com estampas de pequenos gatinhos. Consistente com seu lado tsundere, era fofo mas prático, cobrindo-a do pescoço aos tornozelos. Ela cruzou os braços ao ver Lala, seu rosto uma mistura de censura e constrangimento. "Ane-ue! Pelo menos usa um robe! E você" Ela apontou um dedo acusador para Rito "Se fizer algo esquisito com a Ane-ue…"
Momo interrompeu, deitando-se graciosamente na cama e apoiando a cabeça na mão.
//////////
Eles se acomodaram. O cenário era, como na noite anterior, caótico e íntimo: Rito deitado de costas, Lala deitada sobre Rito, seu rosto aninhado no pescoço dele, um braço jogado sobre seu torso. Momo estava à sua direita, agarrada ao seu braço como um pequeno koala, seu rosto pressionado contra seu ombro, um sorriso satisfeito brincando em seus lábios mesmo antes de dormir. E Nana… Nana estava à sua esquerda. Na noite anterior, ela ficara de costas, rígida, inicialmente. Desta vez, hesitante mas determinada, ela agarrou seu braço esquerdo e usou-o como travesseiro, escondendo seu rosto profundamente na curva de seu cotovelo. Rito olhou para o cabelo rosa dela, sentiu o calor de seu rosto contra seu braço, e um sorriso genuíno e terno surgiu em seu rosto. "Ela está tentando. Isso é… realmente fofo."
A paz durou alguns minutos. Então Lala se mexeu. Ela levantou a cabeça do peito de Rito, seus seios macios pressionando firmemente contra seu peitoral definido através da fina camiseta dele (e da ausência total de roupa dela). Seus grandes olhos verdes fitaram os dele no escuro. Ela se aproximou, seu hálito quente tocando seu rosto. "Rito…" ela sussurrou, sua voz um fio de seda. "Seu coração… está acelerado."
Rito olhou para ela. Seu olhar, por puro reflexo masculino, desceu por um instante para os seios generosos espremidos contra ele. Ele sentiu um calor intenso subir. Virou o rosto, constrangido. "É… é porque tem três garotas lindas dormindo comigo." ele confessou, a voz um pouco rouca.
O efeito foi imediato e poderoso.
Momo arregalou os olhos por um instante, seu rosto se inflamando com um rubor intenso. Ela não esperava essa declaração tão direta.
Nana ficou completamente imóvel. Foi um golpe crítico direto na muralha tsundere. Seus pensamentos travaram: "E-Ele me c-chamou de l-l-linda?! A mim também?!" Seu rosto enterrado em seu braço ficou tão quente que Rito quase achou que ela estava com febre.
Lala ficou surpresa por um segundo, então seu rosto iluminou-se com uma felicidade radiante e pura. "Rito…" Ela não pensou duas vezes. Com uma inocência desconcertante e uma ousadia característica, ela fechou a pequena distância entre eles e prendeu seus lábios nos dele.
O beijo não foi um toque fugaz. Foi um contato firme, quente, que durou dois longos segundos. Lala beijava como vivia: com entusiasmo total, sem hesitação, com uma doçura contagiante. Rito, pego de surpresa, respondeu instintivamente, sentindo o sabor único dela.
O som do beijo – um leve estalido úmido – ecoou no silêncio do quarto.
Momo levantou a cabeça do ombro de Rito, seus olhos arregalados fixos nos lábios unidos de sua irmã e de seu amado. "Onee-sama… está ficando mais ousada. Direta."
Nana soltou um leve suspiro ofegante. Ela tinha se virado o suficiente para ver, e seus olhos estavam fixos no ponto de contato entre Lala e Rito, com uma intensidade quase científica, como se tentasse decifrar o código do beijo.
Lala e Rito se separaram lentamente, ficando cara a cara, a poucos centímetros de distância, a atração e o afeto palpáveis no ar entre eles. Foi um momento de pura conexão.
"ANIMAL!"
O grito rasgou o ar mágico. Nana sentou-se na cama como um mola, seus olhos cintilando de fúria e ciúme ferido. "Esse animal tá se aproveitando da Ane-ue!?" Ela levantou o punho, pronta para desferir um golpe padrão na cabeça de Rito.
"Nana, não!" Lala reagiu rápido, interceptando o braço da irmã mais nova antes que o golpe descesse. Ela estava corada, não de raiva, mas de uma vergonha adorável. "Não foi ele! Fui eu… eu que beijei ele…" Ela baixou os olhos, brincando com uma ponta de seu cabelo rosa. "Eu… eu queria um beijo de boa noite…" Ver Lala, normalmente tão extrovertida e desinibida, envergonhada, era uma raridade.
Nana olhou da irmã para Rito, confusa e ainda furiosa. "Mas vocês não estão casados! E… e eu esqueci de te falar!" Ela apontou um dedo trêmulo para Momo. "O Rito se declarou para a Momo!"
Lala ergueu a cabeça, seu sorriso voltando, tímido mas radiante. "Eu sei, Nana. O Rito… ele também se declarou para mim. Foi… lindo." Seus olhos se encheram de lágrimas de felicidade ao se lembrar do momento. "Eu e a Momo estamos namorando com ele agora. Juntas."
O choque paralisou Nana. Ela olhou de Lala para Momo, que apenas sorriu serenamente e confirmou com uma pequena inclinação de cabeça.
Momo não perdeu tempo. A confirmação de Lala foi seu sinal. Com uma graça felina, ela se ajoelhou, cruzou a curta distância que a separava de Rito, pegou seu rosto entre as mãos e o beijou.
Este beijo foi diferente. Se o de Lala foi entusiasmo puro, o de Momo foi sedução calculada. Foi lento, profundo, experiente. Ela explorou seus lábios com perícia, sua língua tocando a dele num convite provocante. Rito, ainda sob o efeito do beijo de Lala e da revelação, respondeu com uma intensidade crescente. Foi um beijo carregado de paixão acumulada e da cumplicidade de seu "plano" compartilhado.
Ao se separarem, ambos estavam sem fôlego. Momo olhou fundo em seus olhos, um triunfo silencioso brilhando nos dela.
"SEU PLAYBOY! PERVERTIDO! A-ANIMAL!" Nana explodiu novamente, a voz estrangulada pela emoção. A visão do segundo beijo, tão íntimo e apaixonado, foi demais para seu coração. Ela se virou, pronta para fugir da cama e do quarto, os ombros tremendo.
Rito agiu por instinto. Antes que ela pudesse escapar, sua mão grande e forte fechou-se em torno de seu pulso delicado.
"Nana" A voz de Rito era calma, mas firme, penetrando o caos emocional dela. Ele não a puxou com força, mas com uma determinação que a fez parar. "Por que ficou com raiva?" Ele soltou seu pulso, mas manteve-se olhando diretamente para ela.
"Deve ser porque ela também quer um beijo…" Momo murmurou, sua voz um fio melífluo e provocador, seus olhos fixos em Nana.
Rito corou intensamente, mas seu olhar não desviou de Nana. Ele sentiu a verdade nas palavras de Momo, mas que o orgulho feroz de Nana mantivera oculta. Ele se levantou, Lala afastando-se para dar espaço. Sentou-se ao lado de Nana na beirada da cama, seu corpo grande e quente próximo ao dela. "Nana" Ele repetiu, sua voz mais suave agora. "Isso é verdade?"
Nana não respondeu. Ela estava olhando fixamente para suas próprias mãos apertadas no colo. Seu corpo tremia levemente. Seu coração batia tão forte que parecia querer sair do peito. Sua mente estava um vazio branco, inundado por uma onda avassaladora de emoções conflitantes: o ciúme ardente, a raiva por se sentir deixada para trás, o desejo inconfessável, o medo da rejeição e, mais forte que tudo, um amor profundo e genuíno que seu orgulho teimoso nunca permitira que ela admitisse, nem para si mesma.
"Nana?" Rito inclinou-se um pouco, tentando capturar seu olhar.
Foi quando ele viu. Uma lágrima solitária escapou do canto de seu olho e deslizou por sua bochecha. Depois outra. E outra. Nana começou a chorar silenciosamente, seus ombros sacudindo com soluços contidos. Era o rompimento da barreira, a frustração e o amor reprimido encontrando uma válvula de escape.
Rito não precisou de mais palavras. Não precisou de confirmação. O coração dele apertou, uma onda de ternura protetora tomando conta. Sem pensar, sem hesitar, ele fechou os braços ao redor dela.
Nana ficou rígida por um milésimo de segundo, então… ela se rendeu. Seu corpo, tenso como uma corda de violino, afundou contra ele. Ela enterrou o rosto no peitoral forte e quente de Rito, suas mãos pequenas cerrando-se nas laterais de sua camiseta. "I-Idiota…" Ela soluçou contra seu peito, dando socos leves e ineficazes. "Idiota… idiota… idiota…"
Rito segurou-a mais forte, uma mão acariciando suavemente suas costas, a outra apoiada na nuca dela. Ele sentia as lágrimas dela molhando sua camisa, sentia o tremor de seu corpo, sentia a fragilidade que ela sempre escondera sob uma casca de raiva. Ele inclinou a cabeça, seu nariz enterrando-se em seu cabelo rosa, cheirando seu perfume suave.
Com a mão direita que estava em suas costas, ele deslizou para baixo, encontrou sua mão esquerda ainda cerrada em sua camisa e envolveu-a com seus dedos, desenrolando-a gentilmente. Com a mão esquerda que estava em sua nuca, ele moveu-se para seu queixo. Com uma pressão suave, mas inegável, ele levantou o rosto de Nana.
Seus olhos se encontraram. Os olhos violetas de Nana estavam vermelhos, inchados, cheios de lágrimas que ainda escorriam, mas também transbordando uma vulnerabilidade crua e uma pergunta não dita. Rito sentiu uma onda de afeição tão forte que quase o derrubou. Ele sorriu para ela, um sorriso terno, compreensivo, cheio de uma aceitação que ela nunca esperara ver.
"Minha pequena princesa tsundere." Ele murmurou, sua voz um sopro quente contra sua pele.
E então, ele avançou.
Seus lábios encontraram os dela.
Momo interrompeu, deitando-se graciosamente na cama e apoiando a cabeça na mão.
//////////
Eles se acomodaram. O cenário era, como na noite anterior, caótico e íntimo: Rito deitado de costas, Lala deitada sobre Rito, seu rosto aninhado no pescoço dele, um braço jogado sobre seu torso. Momo estava à sua direita, agarrada ao seu braço como um pequeno koala, seu rosto pressionado contra seu ombro, um sorriso satisfeito brincando em seus lábios mesmo antes de dormir. E Nana… Nana estava à sua esquerda. Na noite anterior, ela ficara de costas, rígida, inicialmente. Desta vez, hesitante mas determinada, ela agarrou seu braço esquerdo e usou-o como travesseiro, escondendo seu rosto profundamente na curva de seu cotovelo. Rito olhou para o cabelo rosa dela, sentiu o calor de seu rosto contra seu braço, e um sorriso genuíno e terno surgiu em seu rosto. "Ela está tentando. Isso é… realmente fofo."
A paz durou alguns minutos. Então Lala se mexeu. Ela levantou a cabeça do peito de Rito, seus seios macios pressionando firmemente contra seu peitoral definido através da fina camiseta dele (e da ausência total de roupa dela). Seus grandes olhos verdes fitaram os dele no escuro. Ela se aproximou, seu hálito quente tocando seu rosto. "Rito…" ela sussurrou, sua voz um fio de seda. "Seu coração… está acelerado."
Rito olhou para ela. Seu olhar, por puro reflexo masculino, desceu por um instante para os seios generosos espremidos contra ele. Ele sentiu um calor intenso subir. Virou o rosto, constrangido. "É… é porque tem três garotas lindas dormindo comigo." ele confessou, a voz um pouco rouca.
O efeito foi imediato e poderoso.
Momo arregalou os olhos por um instante, seu rosto se inflamando com um rubor intenso. Ela não esperava essa declaração tão direta.
Nana ficou completamente imóvel. Foi um golpe crítico direto na muralha tsundere. Seus pensamentos travaram: "E-Ele me c-chamou de l-l-linda?! A mim também?!" Seu rosto enterrado em seu braço ficou tão quente que Rito quase achou que ela estava com febre.
Lala ficou surpresa por um segundo, então seu rosto iluminou-se com uma felicidade radiante e pura. "Rito…" Ela não pensou duas vezes. Com uma inocência desconcertante e uma ousadia característica, ela fechou a pequena distância entre eles e prendeu seus lábios nos dele.
O beijo não foi um toque fugaz. Foi um contato firme, quente, que durou dois longos segundos. Lala beijava como vivia: com entusiasmo total, sem hesitação, com uma doçura contagiante. Rito, pego de surpresa, respondeu instintivamente, sentindo o sabor único dela.
O som do beijo – um leve estalido úmido – ecoou no silêncio do quarto.
Momo levantou a cabeça do ombro de Rito, seus olhos arregalados fixos nos lábios unidos de sua irmã e de seu amado. "Onee-sama… está ficando mais ousada. Direta."
Nana soltou um leve suspiro ofegante. Ela tinha se virado o suficiente para ver, e seus olhos estavam fixos no ponto de contato entre Lala e Rito, com uma intensidade quase científica, como se tentasse decifrar o código do beijo.
Lala e Rito se separaram lentamente, ficando cara a cara, a poucos centímetros de distância, a atração e o afeto palpáveis no ar entre eles. Foi um momento de pura conexão.
"ANIMAL!"
O grito rasgou o ar mágico. Nana sentou-se na cama como um mola, seus olhos cintilando de fúria e ciúme ferido. "Esse animal tá se aproveitando da Ane-ue!?" Ela levantou o punho, pronta para desferir um golpe padrão na cabeça de Rito.
"Nana, não!" Lala reagiu rápido, interceptando o braço da irmã mais nova antes que o golpe descesse. Ela estava corada, não de raiva, mas de uma vergonha adorável. "Não foi ele! Fui eu… eu que beijei ele…" Ela baixou os olhos, brincando com uma ponta de seu cabelo rosa. "Eu… eu queria um beijo de boa noite…" Ver Lala, normalmente tão extrovertida e desinibida, envergonhada, era uma raridade.
Nana olhou da irmã para Rito, confusa e ainda furiosa. "Mas vocês não estão casados! E… e eu esqueci de te falar!" Ela apontou um dedo trêmulo para Momo. "O Rito se declarou para a Momo!"
Lala ergueu a cabeça, seu sorriso voltando, tímido mas radiante. "Eu sei, Nana. O Rito… ele também se declarou para mim. Foi… lindo." Seus olhos se encheram de lágrimas de felicidade ao se lembrar do momento. "Eu e a Momo estamos namorando com ele agora. Juntas."
O choque paralisou Nana. Ela olhou de Lala para Momo, que apenas sorriu serenamente e confirmou com uma pequena inclinação de cabeça.
Momo não perdeu tempo. A confirmação de Lala foi seu sinal. Com uma graça felina, ela se ajoelhou, cruzou a curta distância que a separava de Rito, pegou seu rosto entre as mãos e o beijou.
Este beijo foi diferente. Se o de Lala foi entusiasmo puro, o de Momo foi sedução calculada. Foi lento, profundo, experiente. Ela explorou seus lábios com perícia, sua língua tocando a dele num convite provocante. Rito, ainda sob o efeito do beijo de Lala e da revelação, respondeu com uma intensidade crescente. Foi um beijo carregado de paixão acumulada e da cumplicidade de seu "plano" compartilhado.
Ao se separarem, ambos estavam sem fôlego. Momo olhou fundo em seus olhos, um triunfo silencioso brilhando nos dela.
"SEU PLAYBOY! PERVERTIDO! A-ANIMAL!" Nana explodiu novamente, a voz estrangulada pela emoção. A visão do segundo beijo, tão íntimo e apaixonado, foi demais para seu coração. Ela se virou, pronta para fugir da cama e do quarto, os ombros tremendo.
Rito agiu por instinto. Antes que ela pudesse escapar, sua mão grande e forte fechou-se em torno de seu pulso delicado.
"Nana" A voz de Rito era calma, mas firme, penetrando o caos emocional dela. Ele não a puxou com força, mas com uma determinação que a fez parar. "Por que ficou com raiva?" Ele soltou seu pulso, mas manteve-se olhando diretamente para ela.
"Deve ser porque ela também quer um beijo…" Momo murmurou, sua voz um fio melífluo e provocador, seus olhos fixos em Nana.
Rito corou intensamente, mas seu olhar não desviou de Nana. Ele sentiu a verdade nas palavras de Momo, mas que o orgulho feroz de Nana mantivera oculta. Ele se levantou, Lala afastando-se para dar espaço. Sentou-se ao lado de Nana na beirada da cama, seu corpo grande e quente próximo ao dela. "Nana" Ele repetiu, sua voz mais suave agora. "Isso é verdade?"
Nana não respondeu. Ela estava olhando fixamente para suas próprias mãos apertadas no colo. Seu corpo tremia levemente. Seu coração batia tão forte que parecia querer sair do peito. Sua mente estava um vazio branco, inundado por uma onda avassaladora de emoções conflitantes: o ciúme ardente, a raiva por se sentir deixada para trás, o desejo inconfessável, o medo da rejeição e, mais forte que tudo, um amor profundo e genuíno que seu orgulho teimoso nunca permitira que ela admitisse, nem para si mesma.
"Nana?" Rito inclinou-se um pouco, tentando capturar seu olhar.
Foi quando ele viu. Uma lágrima solitária escapou do canto de seu olho e deslizou por sua bochecha. Depois outra. E outra. Nana começou a chorar silenciosamente, seus ombros sacudindo com soluços contidos. Era o rompimento da barreira, a frustração e o amor reprimido encontrando uma válvula de escape.
Rito não precisou de mais palavras. Não precisou de confirmação. O coração dele apertou, uma onda de ternura protetora tomando conta. Sem pensar, sem hesitar, ele fechou os braços ao redor dela.
Nana ficou rígida por um milésimo de segundo, então… ela se rendeu. Seu corpo, tenso como uma corda de violino, afundou contra ele. Ela enterrou o rosto no peitoral forte e quente de Rito, suas mãos pequenas cerrando-se nas laterais de sua camiseta. "I-Idiota…" Ela soluçou contra seu peito, dando socos leves e ineficazes. "Idiota… idiota… idiota…"
Rito segurou-a mais forte, uma mão acariciando suavemente suas costas, a outra apoiada na nuca dela. Ele sentia as lágrimas dela molhando sua camisa, sentia o tremor de seu corpo, sentia a fragilidade que ela sempre escondera sob uma casca de raiva. Ele inclinou a cabeça, seu nariz enterrando-se em seu cabelo rosa, cheirando seu perfume suave.
Com a mão direita que estava em suas costas, ele deslizou para baixo, encontrou sua mão esquerda ainda cerrada em sua camisa e envolveu-a com seus dedos, desenrolando-a gentilmente. Com a mão esquerda que estava em sua nuca, ele moveu-se para seu queixo. Com uma pressão suave, mas inegável, ele levantou o rosto de Nana.
Seus olhos se encontraram. Os olhos violetas de Nana estavam vermelhos, inchados, cheios de lágrimas que ainda escorriam, mas também transbordando uma vulnerabilidade crua e uma pergunta não dita. Rito sentiu uma onda de afeição tão forte que quase o derrubou. Ele sorriu para ela, um sorriso terno, compreensivo, cheio de uma aceitação que ela nunca esperara ver.
"Minha pequena princesa tsundere." Ele murmurou, sua voz um sopro quente contra sua pele.
E então, ele avançou.
Seus lábios encontraram os dela.
O beijo foi um choque para Nana. Seus olhos arregalaram-se novamente, desta vez com puro espanto. A pressão era firme, mas não agressiva. Quente, mas não devoradora. Era um beijo que falava de proteção, de aceitação, de um amor que via além da fúria e do orgulho.
A resistência inicial durou um segundo. Então, algo dentro dela quebrou. Um suspiro trêmulo escapou de seus lábios contra os dele. Seus olhos se fecharam. As lágrimas continuaram a fluir, mas agora misturadas a uma torrente de emoções que finalmente encontravam liberdade: a raiva se dissipando, a tristeza se transformando, e o amor – um amor profundo, ardente e há muito reprimido – brotando com uma força avassaladora. Ela não queria estar em nenhum outro lugar. Ela queria aquele abraço protetor, aquele calor aconchegante, aquele beijo apaixonado e tão desesperadamente esperado.
Seus lábios começaram a responder. Hesitantes no início, tímidos, explorando o novo território. Depois, com mais confiança, movendo-se contra os dele com uma doçura que contrastava violentamente com sua personalidade habitual. Sua mão livre subiu instintivamente, seus dedos entrelaçando-se nos cabelos curtos de Rito na nuca.
O beijo durou longos segundos, uma eternidade para ambos. Era salgado pelas lágrimas de Nana, doce pelo alívio e pela descoberta, e eletrizante pela intensidade da conexão recém-revelada.
Quando finalmente se separaram, foi porque a necessidade de ar se tornou urgente. Eles ficaram frente a frente, ofegantes, um fio prateado de saliva ainda os conectando por um instante antes de se romper.
Nana abriu os olhos. O mundo parecia ter mudado. O rosto de Rito estava próximo, seus olhos castanhos olhando para ela com uma mistura de surpresa, ternura e um calor que fez seu estômago dar um salto. Seu próprio rosto inflamou-se num rubor tão intenso que parecia iluminar o quarto escuro.
"E-Eu…" Ela engasgou, sua voz um sussurro rouco. "E-Eu esqueci meu travesseiro!"
E antes que qualquer um pudesse reagir, ela se desvencilhou de seus braços, saltou da cama e saiu correndo do quarto como se demônios a perseguissem, a porta batendo atrás dela.
O silêncio que se seguiu no quarto de Rito era pesado, carregado da energia do que acabara de acontecer. Lala e Momo estavam sentadas na cama, olhos arregalados como pratos, bocas ligeiramente abertas, completamente imóveis. A expressão de surpresa absoluta em seus rostos era quase cômica.
"Ela… ela retornou o beijo." Momo sussurrou, incrédula, quebrando o silêncio.
Lala balançou a cabeça lentamente, um sorriso enorme e puro começando a se formar em seus lábios. "A Nana, ela realmente ama o Rito!"
Lala então se lançou para frente, envolvendo Rito em um abraço esmagador (e nu, o que ele tentou desesperadamente ignorar). "Rito! Rito! Você também ama a Nana! Que maravilhoso! Agora as três estaremos juntas para sempre! Rito é incrível!" Ela o balançou com sua força sobre-humana.
Momo se aproximou mais, um sorriso de pura satisfação estratégica iluminando seu rosto. Ela colocou uma mão em seu ombro. "Mais um pouco, Rito-san" Ela sussurrou, seus olhos piscando com significado. "E ela aceitará a verdade em seu coração."
Rito olhou de uma para a outra, ainda atordoado pelo que fizera, pelo que sentira, pela reação de Nana. O gosto salgado de suas lágrimas ainda estava em seus lábios. O calor de seu corpo contra o dele ainda ecoava em sua pele. "Eu… eu realmente a beijei." Ele murmurou, mais para si mesmo. "Por conta própria. Meu coração… ainda está acelerado."
Ele olhou para Lala, radiante em seu abraço. "É muito diferente… O seu, Lala, é como você: espontâneo, alegre, cheio de vida. Você beija por instinto puro." Ele virou-se para Momo. "O seu, Momo… é sedutor, calculado, cheio de promessas. Uma maestria." Seus dedos tocaram involuntariamente seus próprios lábios. "E o da Nana… foi tímido. Frágil. Lento. Como se ela estivesse descobrindo um mundo novo…" Ele parou, horrorizado com suas próprias palavras. "Desde quando eu começei a classificar beijos?! Eu… eu preciso dormir. Agora."
Lala e Momo coraram ao ouvirem as palavras de Rito.
Ele se deitou, puxando gentilmente Lala para descansar novamente sobre seu peito. Momo se aconchegou em seu braço direito. O espaço à esquerda, onde Nana estivera, parecia vazio e frio.
Rito olhou para aquele espaço vazio no futon, o eco do beijo com Nana queimando em sua memória. "Minha pequena princesa tsundere…" Ele fechou os olhos, tentando acalmar o turbilhão em seu peito. Amanhã traria novos desafios: Run e Kyoko, as quedas, o plano harem, e agora… Nana.
//////////
No quarto adjacente, Nana estava deitada de bruços em sua cama, seu rosto enterrado com força em um travesseiro fofo. Seu corpo todo tremia, não de raiva, mas de uma excitação avassaladora e constrangimento profundo.
"Eu beijei ele…" O pensamento ecoava, incendiando seu rosto novamente.
"Ele realmente me beijou… Por vontade própria…"
"Então… é assim que é um beijo verdadeiro? Quente… firme… seguro…"
Ela ergueu a cabeça do travesseiro, ofegante. Seus dedos tocaram seus lábios, ainda sensíveis, ainda sentindo a pressão dos lábios de Rito, a textura áspera-suede de sua pele. Ela podia sentir o calor de suas mãos grandes em suas costas, o cheiro masculino dele – suor, sabão e algo que pertencia somente ao Rito – impregnado em suas roupas.
"Aaah! Aquele… aquele animal estúpido!" Ela gritou, abafando o som no travesseiro, chutando as pernas contra o colchão em uma mistura de frustração e êxtase.
A cena no quarto dele repetia-se em sua mente em câmera lenta:
"Deve ser porque ela também quer um beijo…" A provocação fatal de Momo.
"Nana, isso é verdade?" A pergunta direta, daquele idiota musculoso, olhando-a com aqueles olhos sérios…
"É claro que é verdade, seu idiota!" Ela sussurrou para o vazio do quarto, sua voz rouca e cheia de emoção. "É claro que eu queria… que eu quero…"
Nana rolou para o lado, de costas agora, encarando o teto escuro. Seu coração ainda martelava contra suas costelas. O rosto de Rito, seu sorriso terno, o som de sua voz chamando-a de "pequena princesa"… tudo inundava seus sentidos. Ela não conseguia enfrentá-lo agora. Não depois daquilo. Mas também não queria estar longe.
A confusão era imensa, mas por baixo do caos de emoções tsundere – raiva, constrangimento, negação – havia uma camada nova, sólida e quente: a certeza do amor. O beijo a libertara.
Exausta pela tempestade emocional, os olhos pesados de Nana começaram a se fechar. O último pensamento antes do sono levá-la foi uma imagem: a mão grande e quente de Rito estendida para ela no sofá, e o calor reconfortante de seu peito contra seu rosto.
Ela adormeceu com um leve sorriso nos lábios, ainda salgados pelas lágrimas, mas agora também doces pela descoberta. O vulcão tsundere havia entrado em erupção, e a lava que escorria era puro, inegável amor.
O caminho do harem de Momo dera um passo gigante, e no coração da mais feroz das irmãs Deviluke, uma nova era começava.
A resistência inicial durou um segundo. Então, algo dentro dela quebrou. Um suspiro trêmulo escapou de seus lábios contra os dele. Seus olhos se fecharam. As lágrimas continuaram a fluir, mas agora misturadas a uma torrente de emoções que finalmente encontravam liberdade: a raiva se dissipando, a tristeza se transformando, e o amor – um amor profundo, ardente e há muito reprimido – brotando com uma força avassaladora. Ela não queria estar em nenhum outro lugar. Ela queria aquele abraço protetor, aquele calor aconchegante, aquele beijo apaixonado e tão desesperadamente esperado.
Seus lábios começaram a responder. Hesitantes no início, tímidos, explorando o novo território. Depois, com mais confiança, movendo-se contra os dele com uma doçura que contrastava violentamente com sua personalidade habitual. Sua mão livre subiu instintivamente, seus dedos entrelaçando-se nos cabelos curtos de Rito na nuca.
O beijo durou longos segundos, uma eternidade para ambos. Era salgado pelas lágrimas de Nana, doce pelo alívio e pela descoberta, e eletrizante pela intensidade da conexão recém-revelada.
Quando finalmente se separaram, foi porque a necessidade de ar se tornou urgente. Eles ficaram frente a frente, ofegantes, um fio prateado de saliva ainda os conectando por um instante antes de se romper.
Nana abriu os olhos. O mundo parecia ter mudado. O rosto de Rito estava próximo, seus olhos castanhos olhando para ela com uma mistura de surpresa, ternura e um calor que fez seu estômago dar um salto. Seu próprio rosto inflamou-se num rubor tão intenso que parecia iluminar o quarto escuro.
"E-Eu…" Ela engasgou, sua voz um sussurro rouco. "E-Eu esqueci meu travesseiro!"
E antes que qualquer um pudesse reagir, ela se desvencilhou de seus braços, saltou da cama e saiu correndo do quarto como se demônios a perseguissem, a porta batendo atrás dela.
O silêncio que se seguiu no quarto de Rito era pesado, carregado da energia do que acabara de acontecer. Lala e Momo estavam sentadas na cama, olhos arregalados como pratos, bocas ligeiramente abertas, completamente imóveis. A expressão de surpresa absoluta em seus rostos era quase cômica.
"Ela… ela retornou o beijo." Momo sussurrou, incrédula, quebrando o silêncio.
Lala balançou a cabeça lentamente, um sorriso enorme e puro começando a se formar em seus lábios. "A Nana, ela realmente ama o Rito!"
Lala então se lançou para frente, envolvendo Rito em um abraço esmagador (e nu, o que ele tentou desesperadamente ignorar). "Rito! Rito! Você também ama a Nana! Que maravilhoso! Agora as três estaremos juntas para sempre! Rito é incrível!" Ela o balançou com sua força sobre-humana.
Momo se aproximou mais, um sorriso de pura satisfação estratégica iluminando seu rosto. Ela colocou uma mão em seu ombro. "Mais um pouco, Rito-san" Ela sussurrou, seus olhos piscando com significado. "E ela aceitará a verdade em seu coração."
Rito olhou de uma para a outra, ainda atordoado pelo que fizera, pelo que sentira, pela reação de Nana. O gosto salgado de suas lágrimas ainda estava em seus lábios. O calor de seu corpo contra o dele ainda ecoava em sua pele. "Eu… eu realmente a beijei." Ele murmurou, mais para si mesmo. "Por conta própria. Meu coração… ainda está acelerado."
Ele olhou para Lala, radiante em seu abraço. "É muito diferente… O seu, Lala, é como você: espontâneo, alegre, cheio de vida. Você beija por instinto puro." Ele virou-se para Momo. "O seu, Momo… é sedutor, calculado, cheio de promessas. Uma maestria." Seus dedos tocaram involuntariamente seus próprios lábios. "E o da Nana… foi tímido. Frágil. Lento. Como se ela estivesse descobrindo um mundo novo…" Ele parou, horrorizado com suas próprias palavras. "Desde quando eu começei a classificar beijos?! Eu… eu preciso dormir. Agora."
Lala e Momo coraram ao ouvirem as palavras de Rito.
Ele se deitou, puxando gentilmente Lala para descansar novamente sobre seu peito. Momo se aconchegou em seu braço direito. O espaço à esquerda, onde Nana estivera, parecia vazio e frio.
Rito olhou para aquele espaço vazio no futon, o eco do beijo com Nana queimando em sua memória. "Minha pequena princesa tsundere…" Ele fechou os olhos, tentando acalmar o turbilhão em seu peito. Amanhã traria novos desafios: Run e Kyoko, as quedas, o plano harem, e agora… Nana.
//////////
No quarto adjacente, Nana estava deitada de bruços em sua cama, seu rosto enterrado com força em um travesseiro fofo. Seu corpo todo tremia, não de raiva, mas de uma excitação avassaladora e constrangimento profundo.
"Eu beijei ele…" O pensamento ecoava, incendiando seu rosto novamente.
"Ele realmente me beijou… Por vontade própria…"
"Então… é assim que é um beijo verdadeiro? Quente… firme… seguro…"
Ela ergueu a cabeça do travesseiro, ofegante. Seus dedos tocaram seus lábios, ainda sensíveis, ainda sentindo a pressão dos lábios de Rito, a textura áspera-suede de sua pele. Ela podia sentir o calor de suas mãos grandes em suas costas, o cheiro masculino dele – suor, sabão e algo que pertencia somente ao Rito – impregnado em suas roupas.
"Aaah! Aquele… aquele animal estúpido!" Ela gritou, abafando o som no travesseiro, chutando as pernas contra o colchão em uma mistura de frustração e êxtase.
A cena no quarto dele repetia-se em sua mente em câmera lenta:
"Deve ser porque ela também quer um beijo…" A provocação fatal de Momo.
"Nana, isso é verdade?" A pergunta direta, daquele idiota musculoso, olhando-a com aqueles olhos sérios…
"É claro que é verdade, seu idiota!" Ela sussurrou para o vazio do quarto, sua voz rouca e cheia de emoção. "É claro que eu queria… que eu quero…"
Nana rolou para o lado, de costas agora, encarando o teto escuro. Seu coração ainda martelava contra suas costelas. O rosto de Rito, seu sorriso terno, o som de sua voz chamando-a de "pequena princesa"… tudo inundava seus sentidos. Ela não conseguia enfrentá-lo agora. Não depois daquilo. Mas também não queria estar longe.
A confusão era imensa, mas por baixo do caos de emoções tsundere – raiva, constrangimento, negação – havia uma camada nova, sólida e quente: a certeza do amor. O beijo a libertara.
Exausta pela tempestade emocional, os olhos pesados de Nana começaram a se fechar. O último pensamento antes do sono levá-la foi uma imagem: a mão grande e quente de Rito estendida para ela no sofá, e o calor reconfortante de seu peito contra seu rosto.
Ela adormeceu com um leve sorriso nos lábios, ainda salgados pelas lágrimas, mas agora também doces pela descoberta. O vulcão tsundere havia entrado em erupção, e a lava que escorria era puro, inegável amor.
O caminho do harem de Momo dera um passo gigante, e no coração da mais feroz das irmãs Deviluke, uma nova era começava.
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